[Contém SPOILERS]
No universo de How To Get Away With Murder se desconfias que o teu parceiro é um homicida, fazes sexo com ele. A Annalise fê-lo com o Sam algures pelos primeiros episódios e agora foi o Wes com a Rebecca. A forma como esta gente funciona é muito estranha por vezes.
O finale retoma com o Wes e a Laurel a tentar fazer sentido da palavra repetida pelo Rudy: “Wet”. Enquanto isso o episódio ia entrecortando com o Wes a voltar para casa e a interagir com a Rebecca depois desta descoberta. Ela, apesar de estar farta de saber onde ele havia estado (localização gps do telemóvel), perscrutava e ele inventava desculpas. Como mentir, para qualquer das duas partes, estava a dar muito trabalho, começaram a fazer sexo. Ok!
O caso semanal avançou e acabou depressa, o que não foi necessariamente uma vantagem porque tudo aconteceu depressa demais. No entanto, foi um caso interessante por si só. Um padre matou outro membro do clero quando ele descobriu que ele abusava de um rapaz que se suicidou por isso. A nuance interessante nisto é que o homicida não sentiu remorso e foi algo que o surpreendeu. Sim, tirou uma vida, mas fê-lo para evitar que mais jovens fossem destruídos.
No final, ele confessa-se culpado, mas na maior parte do episódio a Annalise tenta provar que ele é inocente, mesmo sabendo que não é. Nesta linha, ela questionou a turma acerca de como é possível defender alguém que sabem ser culpado. A resposta que ela própria deu foi “Lie to yourself. Tell yourself whatever makes the most sense to you.”
Com o Nate ainda preso, a Annalise esmerou-se na sua inventividade para o tentar tirar da cela, pelo que com a ajuda do Frank encomendou um enxerto porrada para o pobre do ex-polícia. As coisas não funcionaram bem como ela queria e ele acabou na solitária, em vez de ser colocado em prisão domiciliária. Então o segundo passo foi inventar mais um pouco na sua história. Desta vez Annalise “confessou” que o Sam e o Nate tiveram um confronto físico.
Palermas como eu não perceberam o que diabo estava a Annalise a fazer. A tentar enterrar mais o Nate? Não! O hipotético confronto físico serve de possível causa para a impressão digital do Nate no anel do Sam, destruindo a força da prova que mais ligava o Nate ao homicídio.
O finale passa uma boa parte do tempo a levar-nos à noite do homicídio da Lila e mostra-nos finalmente o que se passou. Ela fartou-se da influência que a Rebecca era na sua vida e decidiu cortar com ela e voltar para o ex-namorado. A Rebecca, zangada, engendra dormir com o namorado da Lila de forma a ser apanhada em flagrante, aliás tal e qual como o rapaz já havia deposto no tribunal. Apesar da péssima atitude, a Rebecca parecia preocupar-se genuinamente com a Lila e apenas quis mostrar-lhe que o namorado dela não era alguém em que a Lila pudesse confiar. Isto, mesmo depois da Lila ser horrível para ela e ter dito que mentiu quando disse que eram amigas e que simplesmente estava aborrecida com a vida dela quando se aproximou da Rebecca. Sim, é plausível que a Rebecca se tenha sentido de tal forma usada que se tivesse passado e matado a Lila. Mas o zelo nas mensagens da Rebecca começou a deixar-me dúvidas…seria a Rebecca mesmo a assassina?
Cada vez mais em dúvida em relação à inocência dela, a equipa que matou o Sam decidiu encostar a Rebecca à parede e tentar arrancar-lhe a confissão do homicídio da Lila. Ela ripostou: foi à procura do segurança que viu os alunos na noite do homicídio do Sam a sair de casa da Annalise com um tapete. Tapete esse que tinha o cadáver enrolado. A Annalise conseguiu mexer os cordelinhos para despedirem o segurança que mudou de cidade por isso. No entanto, com um telefonema, a Rebecca podia arruiná-los. Assustados, eles acabam por raptá-la e chamar a Annalise para os ajudar.
A professora decide criar um julgamento fictício em que os alunos tentam convencê-la da culpa da Rebecca. Eles não são capazes, mas fica aberta dúvida razoável. A própria Annalise tenta extrair a verdade da Rebecca, mas infrutiferamente. Então força o Wes a tentar ele. E ele consegue arrancar qualquer coisa. A Rebecca misturou uma substância na droga que ofereceu ao Rudy, que o levou à loucura. Ele tinha-a visto molhada. E ela estava molhada porque esteve no tanque onde estava o cadáver da Lila. No entanto, não foi ela que a matou. Nem foi o Sam, apesar do episódio nos ter dado uma cena em que parecia que ele ia estrangulá-la. Embora o responsável continue a ser o Sam! Ele telefonou ao Frank, que lhe devia um favor, e o Frank matou a Lila! O Frank! Sim, é verdade que este personagem tem feito tudo o que é mais manhoso nesta história, mas que tipo de favor estaria ele a dever ao Sam para fazer ISTO?
O final do episódio deu-nos uma cena espetacular em que o Wes quebra, no colo da Annalise. E ambos se tentam convencer que foi o Sam que matou a Lila. Só pode ter sido. Porque é o que faz mais sentido. E porque se não tiver sido, então tudo o que eles fizeram…“Lie to yourself. Tell yourself whatever makes the most sense to you.”
Andávamos nós a perguntar-nos o que ia HTGAWM fazer depois de resolver o homicídio da Lila e do Sam. Pergunta parva! A série chama-se How To Get Away With MURDER! Obviamente, arranjar outro homicídio! Mataram a Rebecca! A Annalise pensou que foi o Frank! O Frank pensava que tinha sido a Annalise! Pode ter sido um deles! Pode ter sido outra pessoa qualquer! Vemos na segunda época!
Outras coisas:
– O Connor e o Oliver continuam a levar a relação com cuidado, o que está a deixar o membro mais promíscuo algo louco. Então o Oliver lembrou-se de algo deveras interessante: fazerem exames para ver se têm alguma IST. A ideia é ótima, agora não sei se lhe chamaria “romântica”, Oliver. O Oliver testa negativo e o Connor depois de um intervalo de tempo torturante também recebe a notícia que é negativo. Por isso, yuppi! Mas espera, afinal o Oliver é positivo! Esta revelação do Oliver perdeu-se um pouco pelos alucinantes últimos minutos do episódio, mas foi muito forte à mesma. Estou curioso para ver o que a série vai fazer com isto. Espero que não seja só uma forma de tornar o Connor “bonzinho”.
– A mãe do noivo da Michaela convida-a para jantar e praticamente lhe implora para voltar para o filho. Isto apenas aumenta a resolução da aluna em não o fazer. O Aiden não a ama porque provavelmente é gay e a mãe dele sabe-o e o por isso é que se prestou a este papel. Mas não, a Michaela decide não se rebaixar tanto. Ela ama-se a si própria!
– “She’s messed up. That’s what happens when you grow up like she did. People take advantage of you, you think everyone’s out to screw you, so you do stupid things.” Isto foi uma peça de argumento muito forte que teria sido muito mais se a série tivesse passado mais tempo a tornar a Rebecca verdadeiramente cativante. E se o Alfred Enoch fosse melhor ator do que é.
– O único que não faz ideia do que se passa, o Asher, é abordado pela acusação no caso do Sam. Ui! O Asher vai ser a morte no final da segunda época?
– A Laurel devolveu o anel de noivado à Michaela! Afinal teve-o todo o tempo! Não o devolveu assim que o encontrou para de certa forma dissuadir a Michaela de ir a polícia e entrega-los a todos. Boa jogada!
EDIT 03-03-2015 20:37
– Eu sei que parece impossível eu esquecer-me de falar em tal coisa, mas “EGGS 911”!!! O que significará a misteriosa mensagem da Rebecca? E para quem a enviou ela? Afinal de contas ela não era a pessoa mais social do mundo. Será que há um amigo escondido? Ou será que a visita dela à esquadra envolveu algo mais do que descobrir onde andava o segurança da noite do homicídio do Sam?
– Outra coisa que pensei quando vi e depois na review me esqueci foi na relação Annalise-Wes. Naquela ultima cena deles, pela primeira vez a química foi bastante clara. Aquele momento foi muito maternal! E acho que qualquer outra coisa seria demasiado estranha. Mas já não digo nada!
Nota finale: 9/10
Nota temporada: 8.5/10
André F Dias