Better Call Saul – 01×05 – Alpine Shepherd Boy
| 04 Mar, 2015

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Need a Will? Call McGill

Este é o slogan da nova etapa da vida de Jimmy McGill. O advogado mais vigarista de sempre está de volta esta semana com mais um extraordinário episódio.

Depois do golpe publicitário, Jimmy está na ribalta, e começa a responder aos telefonemos dos seus futuros clientes. Com muita paródia à mistura, Jimmy parece ter assentado naquilo que parece ser uma nova mina de ouro. O seu irmão Chuck está em maus lençóis: a polícia recebeu uma queixa de um vizinho que afirma que Chuck lhe havia roubado o jornal. Para quem já viu os episódios anteriores, já não é novidade que o irmão de Jimmy se comporta de forma muito bizarra, ao mostrar intolerância a certos e determinados comportamentos. Em “Alpine Shepherd Boy” sabe-se, então, que sofre de hipersensibilidade electromagnética, que consiste numa aversão às radiações de qualquer dispositivo tecnológico cujo funcionamento advenha da electricidade provocando dor e sofrimento. Como homem inteligente que é, Chuck explica a uma médica todos os sintomas desse seu problema, para evitar ser submetido a uma psicanálise.

Jimmy, agora lançado para o sucesso com o seu pequeno golpe, vai visitando os seus novos clientes um a um e, aqui, ninguém consegue resistir a umas boas gargalhadas. Desde a um milionário que usa dinheiro falsificado, passando por uma sanita falante com uma voz muito ordinária, a terminar numa velhota que parece não ter pressas para morrer. Esta última alarga os horizontes de Jimmy que descobre o que realmente lhe trará fama e dinheiro: elaborar os testamentos dos idosos. Ambicioso e cheio de vontade de iniciar uma nova fase da sua vida, o vigarista utiliza os seus dotes persuasivos e manipuladores para apelar aos mais velhos que lhe dêem uma “ligadela” para resolverem a questão da entrega dos seus pertences.

Ficamos também a conhecer um pouco da vida de Mike, acompanhando a sua rotina e desvendando alguns dos seus segredos… pelo menos, por um breve período de tempo. O mistério envolto nesta personagem é intrigante e faz-nos criar uma grande ansiedade para o episódio da próxima semana. Mike é uma pessoa triste, ou pelo menos, sempre aparentou ser; é um homem rotineiro e vincado nos valores do seu trabalho mas pouco mais se sabe, deixo que todos tirem as conclusões depois de ver o episódio.

Better Call Saul continua a deslumbrar, sem empatar a linha de história nem em ocultar os seus maiores trunfos. O jogo exímio de escrita que possui confere-lhe cada vez mais o carisma e valor que já sentimos falta de Breaking Bad. O humor regressa em força, assombrando o advogado que consegue esquivar-se de todos os seus dilemas com muita astúcia. Uma realização soberba e prestações extraordinárias tornam esta série no melhor acontecimento televisivo de 2015.

Nota: 10/10

Jorge Lestre

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