Contém SPOILERS!
Depois de uma espera que parecia interminável, eis que Vikings está de volta e pronta para mais um ano de invasões. Depois daquele final de temporada fantástico, que levou Ragnar ao topo mais alto da sua hierarquia, o que fará ele daqui para a frente com todo o poder que o lugar de Rei lhe confere.
Poder é precisamente uma das palavras mais fortes deste episódio. Tal como já nos vinha a ser mostrado pelos trailers que antecediam esta temporada, vemos Ragnar e Bjorn no topo da montanha precisamente a falar disso. Tal como disse Ragnar, poder é algo perigoso e que pode despertar o pior de qualquer pessoa. Ragnar sempre foi uma pessoa que procurou por poder, mas acima de tudo soube utilizá-lo sabiamente e acredito que continua a fazê-lo da mesma forma.
Por falar em poder, Lagertha é também ela agora uma mulher de poder e acredito que o seu casamento com Ragnar foi uma das melhores bases que ele poderia ter para saber utilizar tudo aquilo que ela adquiriu para ela própria.
Mas ser-se submisso a uma mulher Earl deve causar muita revolta e instabilidade no interior de qualquer homem que anseie ele também por esse cargo. E como tal é normal que ela tenha de enfrentar alguma concorrência interna e Einar e Kalf são a prova disso.
Algo que não estaria à espera, e podem muito bem me chamar de ingênuo, era que Kalf fosse também um opositor à nossa shieldmaiden. A conversa que os dois tiveram pareceu-me sincera e que o homem fosse mesmo fiel à sua Earl. Mas aquela profecia que vimos logo nos primeiros minutos do episódio não traz bons presságios e a morte de Lagertha parece estar para breve. Esperemos que por uma vez o vidente esteja errado.
Outra ideia que considero importante retirar deste episódio é o sentido que os nórdicos dão à felicidade. Todos nós procuramos interminavelmente pela nossa felicidade e uma família estável parece ser uma boa definição para tal, mas Floki diz que não conhece nenhuma família feliz, nem mesmo a família Lothbrok se encaixa neste paradigma. Mas o que realmente traz felicidade a estes homens são as invasões que os mesmos praticam e como tal todos estavam em pulgas para voltar a Wessex, incluindo Porunn.
Ah, só um pequeno parenteses, parece que Ragnar e Lagertha vão ser avós.
E o tal regresso a terras de sua majestade aconteceu para confirmar o acordo celebrado entre as partes na passada temporada. Para os mais esquecidos, ficou acordado entre Ragnar e Ecbert o fim das hostilidades em troco de algumas terras para cultivo e a participação de alguns homens de Ragnar na luta pela coroa de Mércia, luta essa que Ragnar e os amigos vão agora encarar pessoalmente.
As lutas feitas nesta série sempre foram interpretadas de forma exemplar e isso ainda não mudou, e espero que nunca mude. A visão estratégica de Ragnar continua a ser também ela fantástica e que lhes permitiu ganhar uma batalha que todos achavam ser impossível, apesar de enfrentarem apenas uma parte das forças que estão a reclamar Mércia para elas próprias.
Quem merece o seu destaque próprio continua a ser Athelstan. A evolução que o personagem teve desde a primeira temporada é fantástica, passando de apenas um prisioneiro a um dos homens de maior confiança de Ragnar. Ele continua a ser a ponte entre os dois lados da negociação entre Ragnar e Ecbert, apesar da sua divisão religiosa. Eu acredito que ele ainda não esqueceu as suas crenças cristãs mas não tenho nenhuma dúvida quanto à sua lealdade para com Ragnar.
E assim começamos mais uma temporada de Vikings, de uma forma bastante carregada de simbolismo. Mesmo com a ascensão de Ragnar ao posto de Rei, ele não esqueceu as suas raízes e aquilo em que acredita, por isso novas invasões devem estar no horizonte. Resta saber que envolvimento ele continuará a ter com a disputa por Mércia e ainda o que reservará o futuro para Lagertha.
Nota: 8/10
Carlos Oliveira