[Contém SPOILERS]
Na semana passada ofereci alguma boa fé a How To Get Away With Murder pelo seu episódio bastante bem conseguido. Muito me alegra que esta semana não me tenha desiludido. “She’s A Murderer” foi um dos melhores episódios até à data e com um desfecho que me surpreendeu genuinamente.
Algo que saltou à vista de imediato, foi a ausência daquela edição que faz parecer que o episódio corre, sem realmente acontecer assim tanta coisa. Não, “She’s A Murderer” expôs a sua história de forma direta e corrida e como tal também foi dos episódios que correu mais narrativa. Centrar-se muito mais na Annalise e menos do que usual nos estudantes, também ajudou, porque Viola Davis.
O episódio retomou onde o último terminou: na descoberta do corpo do Sam. Como seria expectável, os 5 homicidas começaram a entrar em paranoia (enquanto o Asher continua sem fazer ideia do que se passa). Mesmo a Laurel que tem sido a mais fria e analítica, a tentar aparar os colegas da melhor forma que sabe, quebra um pouco em “She’s A Murderer” – pequenas multidimensionalidades que ajudam sempre ao realismo de um personagem.
O Wes recomeçou a obcecar com o ex-ocupante do seu apartamento e está desconfiado que a Rebecca esta de alguma forma relacionada com o seu desaparecimento. Esta relação já viu melhores dias, não que eu me importe, já que a Rebecca cada vez mais parece uma sociopata, sempre calma em relação a tudo.
Existe um limite para quantas vezes o Connor pode divagar paranoicamente sobre as intenções da Annalise. Esse limite foi ultrapassado há uns dois episódios, por isso, felizmente, “She’s A Murderer” poderá ter colocado um ponto final nisso. Depois do ouvir a incitar dúvidas em relação às sua intenções a Annalise chamou o Connor ao seu gabinete. Ela faz um discurso bonito sobre o porquê de lhe ter dado o troféu a ele e como são os dois parecidos. Mas no final de contas, houve apenas um ponto fulcral na conversa: as probabilidades dos estudantes escaparem à prisão são maiores com a ajuda da Annalise, por isso mais vale deixarem de se preocupar com a sua lealdade e simplesmente aceitar que existe.
A Bonnie finalmente ligou todas as peças do puzzle e percebeu que os homicidas são os estudantes – nesta série todo o mundo é detctive. Ela não acredita que a Annalise vai conseguir escapar se continuar a proteger os seus pupilos. Depois de umas horas a refletir com a sua melhor amiga Vodka, a Annalise toma uma decisão. E, por momentos, eu julguei mesmo que ela fosse entregar os miúdos! Ir-se-ia tornar a série uma batalha Metre vs. Aprendizes? Mas enganei-me bem. Em vez disso, a Annalise recorreu ao seu comparsa Frank para incriminar, nada mais nada menos que o seu amante, Nate! Não estava nada à espera! É algo especialmente intrigante tendo em conta que a Annalise é alguém que por detrás do seu comportamento e da sua aparência frias, se preocupa com as pessoas. É essencialmente essa a motivação para proteger os alunos. Mas ao custo de incriminar o Nate? É contraditório e levanta questões do que mais poderá existir por detrás de tudo. O grande ponto positivo disto é que vamos deixar de ouvir o Connor e a Michaela a enlouquecer pelos campos sem saber o que fazer da Annalise: ela está do lado deles!
A Marcia Gay Harden foi mais uma vez maravilhosa nas suas aparições, especialmente na cena em tribunal com a Bonnie em que foi deliciosamente cruel. No entanto, quais as motivações da personagem Hannah? Sim, ela era irmã do Sam, é uma motivação. Todavia, o Sam que nós conhecemos não era mais que um monstro. Será ela assim tão iludida em relação ao irmão que tinha? Será que o sabe, mas é-lhe irrelevante? A dois episódios do final de época, a série ainda tem tanta pecinha por juntar que me questiono qual o rumo que a história no seu maior pretende tomar….
O episódio terminou com a Annalise a telefonar à mãe! Eu nem sei que esperar disto, mas QUERO MUITO!
Nota: 8.5/10
André F Dias