[Contém SPOILERS]
TVD está mesmo à procura de um recomeço, mas quanto mais a casa se vai arrumando, mais eu me pergunto quanto tempo a decoração vai fazer sentido sobre as ruínas.
Em “Black Hole Sun”, um grande ponto fraco de TVD veio à tona. Por muito que me custe, essa fraqueza é a Elena. Ela tem sido a protagonista inegável, com tudo a rodar em torno de sim. Contudo, à sexta época de um TGV de argumento, podemos finalmente afirmar: “Já vimos isto.” Uma das coisas mais interessantes de explorar com a Elena, principalmente quando ela se tornou vampira, foi ver alguém a tomar o caminho mais fácil quando ele estava disponível (e.g. desligar as emoções). É certo que nós temos que lidar com muita coisa na vida, caímos e voltamos a levantar por muito que doa. Mas e se pudéssemos continuar a caminhar sem a dor? Podemos honestamente dizer que não optaríamos por isso? Mais uma vez a Elena fê-lo, agora a ser compelida para esquecer o Damon. Qualquer repetição além desta será a demasia, por isso ou a Elena muda, ou TVD morre de vez e já não há Outro Lado de onde possa voltar.
Mas a Elena por si não é o único problema. Existe outro protagonista que já não deve ser tocado, neste caso um protagonista composto. Refiro-me ao triangulo amoroso Stefan-Elena-Damon. Foi muito bom enquanto durou. Toda a progressão do Stefan para o Damon foi maravilhosamente escrita (a meu ver), com o Damon a ser de longe a melhor opção final (a um ver). Por isso, enquanto momentos como o do bar entre a Elena e o Stefan não deixam de ser agradáveis é bom que não vão além disso. O triângulo amoroso também esgotou todos os seuspercursos.
Dito isto, não deixou de ser interessante que a Elena tenha deixado um recado à Elena Esquecida. Basicamente: “Ok, alguém cuspiu que tu amavas o Damon é verdade. Mas não voltes a isso. Segue em frente.” Ver a Elena a ultrapassar ambos os Salvatore seria o melhor desenvolvimento fosse ela qualquer outra personagem, mas a identidade dela sempre esteve intimamente colada a relação com os irmãos vampiros. Seria, então, preciso criar uma Elena interessante por si só. Depois de tantos anos, será possível? A ver vamos…
Ainda existem anos para onde o Damon e o Stefan podem fazer flashbacks? É que já tivemos tanto flashback que entretanto já não há espaço…ou melhor, tempo.
Basicamente, fomos levados a mais um capítulo de “As ações terríveis de Damon” em que ele matou a mulher grávida do “tio” Zack (wow, olá primeira época!) e mais uma data de pessoas, sendo direto responsável pelo ressurgir da família de Fundadores. História apenas relevante porque um dos antagonistas desta época é um descendente deles. Entra a anti-magia de Mystic Falls: ao revisitar a terra natal todas as memórias que o Tripp foi compelido a esquecer, entre as quais a sua mulher ter sido assassinada por vampiros. Não é uma questão de ser um membro de uma família Fundadora. É vingança. Ou assim deu a entender ao Matt enquanto lhe mostrava um Enzo acorrentado.
Por falar em famílias fundadoras, afinal a mulher gravida do “tio” Zack não morreu logo e o Stefan levou-a a um hospital a tempo de a filha ter nascido. Filha essa, a Sarah. Uma Salvatore humana.
Por fim, o que ainda permanece o mais interessante destes episódios: Bonnie e Damon (e Kai). O Kai realmente sabe como sair daquele sítio. Mais que isso, sabe o que é aquele sítio: uma prisão construída para ele reviver uma e outra vez o dia em que cometeu um crime terrível: ter matado toda a sua família. Ele é de uma família de bruxos, mas nasceu sem magia, apenas a habilidade de temporariamente absorver a magia de alguém. Considerado uma aberração pela família, um dia “flipou” e matou-os a todos. O coven Gemini (yay! Está de volta!) criou uma dimensão mágica em que o prendeu para todo o sempre. Agora, o Damon e a Bonnie já sabem como sair dali, mas para tal terão que levar um monstro consigo.
Ah! Ivy, a namorada do Stefan que o Enzo matou, está de volta, como vampira. Oh Enzo…Honestamente, não foi cliffhanger que me interessasse muito…
Apesar das minhas queixas e imensas dúvidas em relação ao caminho TVD, este episódio foi o melhor da época e fez lembrar a segunda metade da primeira e a segunda épocas.
Outras coisas:
– “The guy who killed my wife died and I actually kind of miss him.” Óooo, Alaric/Damon, o bromance.
Nota: 7.8/10
André F Dias