The Vampire Diaries voltou para uma sexta época. E não na sua melhor forma. Mas antes disso, já lá vão cinco temporadas, portanto falemos um pouco da série no geral.
Os que veem sabem que The Vampire Diaries é um nome terrível e que muito pouco diz da série. Talvez dissesse no seu início, mas à medida que foi avançando TVD encontrou um ritmo bem diferente da ideia de “depressão e excesso de sentimentos” que o título transmite. Não que The Vampire Diaries também não vagueie por dita profundidade porém, TVD raramente vagueia; TVD corre. Durante as suas primeiras épocas, fez algo que nenhuma outra série fazia tão bem – e algumas bem tentaram, como True Blood – queimar narrativa! A velocidade a que o fazia era absolutamente estonteante! E isto sem (salvo raras exceções) descurar personagens. Outro aspeto que por certo manteve tantos de nós fieis a The Vampire Diaries foi a capacidade de multifacetar as suas personagens, até as mais recentes sempre aparentaram textura. The Vampire Diaries durante bastante tempo não foi uma mera boa série, foi uma boa série da qual outras deviam tirar notas! Prova da sua imensa capacidade é precisamente ter dado origem a um spin-off de sucesso, The Originals – sim, meus caros fãs de The Originals, não esqueçam que a semente foi semeada e a planta cuidada em TVD, antes de ser transplantada!
No entanto, por muito que se tenha gostado ou ainda goste de TVD, na época passada a série claramente sofreu um decréscimo de qualidade. Então, o que correu mal?
E é o ponto 3 que se pode já apontar neste primeiro episódio da sexta época, “I’ll Remember”. O episódio tratou-se essencialmente de estabelecer o ponto de situação em que tínhamos ficado na época passada. Não houve avanço. Houve demasiado pensar no que se passava no momento e muito pouco no que se faria a seguir. Isto não é, nem nunca foi, a melhor área de The Vampire Diaries.
No entanto, já que foi isso que “I’ll Remember” fez, é disso que terei que falar.
O episódio abriu com uma narração da Elena deveras estranha, com um tom alegre completamente dissonante com a Elena arrasada que deixámos no final da época. Não demorou muito a ser revelado que a Elena presente se tratava de alguém em completa negação da morte do Damon. Em vez de tentar seguir em frente, ela andava a afundar-se em alucinações induzidas por uma poção mágica (fornecida pelo Luke) que lhe permite comunicar com um Damon, obviamente falso. Por isso, o episódio é basicamente a negação da Elena, a revolta da Elena para continuar em negação, a Elena a tentar realmente atingir algum género de coping e, por fim, a reviravolta da Elena ao pedir ao Alaric Original para a compelir a esquecer completamente o Damon. É uma estrutura previsível, mas que poderia ter sido bastante boa, não tivesse o episódio que nos mostrar tantas personagens e o estado de sítio de cada uma.
O Matt está a treinar para ser polícia (? Não percebi bem se era isso); O Jeremy tornou-se um baldas que anda a comer tudo o que mexa; a Caroline passou o verão na fronteira de Mystic Falls com a mãe e a ler dezenas de livros de magia na esperança de encontrar uma forma de levantar o feitiço anti-magia que os mantém fora Mystic Falls; o Stephan agora é mecânico num qualquer sítio e envolveu-se com uma qualquer rapariga local; o Tylar é humano/lobisomen latente outra vez e voltou a ser o idiota que era na primeira época; o Alaric é professor de Oculto; a Liv e o Luke continuam a “magicar”.
Tudo isto perdeu relevo por ser tanto e por se ter estado tão pouco tempo com cada uma das personagens. The Vampire Diaries é perfeitamente capaz de apresentar nuance emocional, mas precisa de um tempo para isso que não teve aqui. O que ainda impactou mais foi o Stefan suficientemente deprimido para nem compelir o patrão a pagar o que devia.
Mas nem todo o episódio foi TVD insatisfatório. Nem pensar. TVD continuou a deixar-nos com um final “What the Hell??” como tão bem faz. Um Damon e uma Bonnie numa cena tão corriqueira como um -lmoço a dois, com direito a desenhos nas panquecas e tudo. Hoy?
Outras coisas:
– A Elena vai ser médica?
– O Alaric já tem par romântico.
– O Luke e a Liv continuam desinteressantes. Eu presumo que o novo vilão de TVD seja o já demasiado preludiado Coven deles.
Nota: 7.3/10
André F Dias