Semana diferente, personagem diferente no centro do palco. “Let’s Get to Scooping” explora um pouco mais do Connor, ou seja, menos roupa e mais sexo gay. Isto foi mais ou menos uma piada. Se algo já se tinha visto nos episódios anteriores, é que o Connor é um ser de apetite sexual voraz, o que poderia ser um desserviço a uma comunidade generalizada como promíscua. Felizmente existe também o Oliver, que oferece o outro lado, o daqueles que mais do que sexo fácil, procuram uma relação.
No caso da semana, Marren Trudeau (Elizabeth Perkins) foi acusada, não de homicídio, mas de insider trading. Se o caso chegasse a tribunal sequer, ela arriscava-se a perder todos os clientes e, assim, a empresa que tanto trabalhou para conseguir. Para impedir que isso aconteça, o caso tinha que ser travado logo nas audições preliminares e tal só seria garantido de acontecer de uma forma: apanhar o verdadeiro culpado. Entram os Cinco! A Annalise meteu-os a interrogar o pessoal do escritório para tentar descobrir rancores escondidos à patroa e, portanto, possíveis suspeitos. Claro que, como aluno exemplar, o Connor dedicou corpo e alma (mais corpo do que alma) na investigação, acabando por ter relações com o assistente da Marren, Pax. A oportunidade permitiu ao Connor conseguir uma gravação comprometedora do PAx ao telemóvel.
Quando a Marren descobriu a traição as coisas tornam-se bastante negras, bastante depressa. Apesar da relação próxima com Marren, quase mãe-filho, o Pax sentia-se algo serviçal, pelo que foi fácil para os dois colegas manipularem-no com promessas de um futuro mais endinheirado. Confrontado com uma Marren completamente enojada com ele, ela a pessoa que o havia acolhido quando os pais o rejeitaram, a única resposta do Pax foi atirar-se da janela do escritório abaixo. Foi um momento surpreendente, mas excessivo e “atirado à papo-seco”.
O caso em si foi um pouco fraco. Não pareceu muito conectado ao foco no Connor – à parte do sexo -, como o anterior foi com a Pratt. Existente por respeito à estrutura. Há formas de entrelaçar melhor as coisas. A escrita precisa de ser mais criativa.
Pedir ajuda ao Oliver acabou por ser fatal já que ele acabou por ouvir a parte da conversa que expunha a escapadela do Connor. E, assim, o Connor ficou sem o namorado que não admitia que tinha.
Quanto aos desenvolvimentos no julgamento, a Annalise continua a defender a Rebecca. Não está a ser particularmente fácil, uma vez que ela confessou o homicídio. Porém, na videogravação existiam indícios que chegue de coação para diminuírem a fiança, permitindo à Rebecca voltar para casa. Desenvolvimento de extrema importância, já que permitiu ao Wes confrontá-la com o telemóvel que ela lhe deixou em casa, aquele que pertencia à Lila. Depois de tanto a ajudar, ela lá lhe deu a password do telemóvel da falecida. Entra a revelação da manipulação. Até pode ser que o Wes não tenha dado logo o telemóvel à Annalise por algum estranho (muito estranho) sentimento de fidelidade à Rebecca, mas também o fez para lhe ganhar a confiança e a password. Obtidas as recompensas da sua paciência, lá foi ele a correr dar o brinquedo à professora.
“Why is your penis on a dead girl’s phone?” Que a Viola Davis tenha conseguido entregar esta deixa de forma tão absolutamente dramática é um atestado à sua grande capacidade de atriz. Pergunto-me quantos takes terão levado para que ninguém se desmanchasse em riso! Piada à parte, para momento final, não foi exatamente surpreendente. Já estávamos fartos de adivinhar que naquele telemóvel estava a ligação do marido com a aluna. Que a ligação fosse tão hilariante é que já nem por isso! E, novamente piada à parte, quão poderoso foi aquele momento da Annalise a retirar as peças da máscara complementares à fachada que ela representa diariamente? A peruca, as pestanas, a maquiagem, tudo acessórios necessários para vencer num mundo cruel com as mulheres, cruel com a cor.
No “futuro”, o episódio focou-se também mais no Connor como é natural. Disse eu que a Pratt tinha quebrado! O Connor está um autêntico caco também! Já tínhamos visto um pouco disso logo no primeiro episódio quando ele estava a cantar a música de natal, mas agora…pegando na terminologia do Frank e da Bonnie, temos duas estrelas cadentes. Pensar que os mais capazes de lidar com a situação seriam o Wes e a Laurel….Quem diria?
Há uma falha fundamental, porém. Não fazemos ideia como o Connor chegou a este ponto! Com a Pratt vimos as fendas, aliás, também neste episódio as vemos! Mas quanto ao Connor, ficámos um pouco no escuro.
Passados três episódios, eis que aparece o Asher no futuro! Ou pelo menos a voz dele! Parece que ele não está mesmo a par do homicídio! E parece que ele pode muito bem ser alguém que venha a tramar a vida dos outros. Estar à mercê daquela criatura, ninguém merece!
Outras coisas:
– É só de mim ou há realmente uma qualidade sexual nos momentos da Annalise com o Wes? What the hell?
– Eu não sei se o Jack Falahee é gay, mas que aquelas cenas são extremamente convincentes, são. Aquela cena de sexo foi…erm…qualquer coisa,
– O Wes está tão apaixonado. Agora, a sério, façam-me um desenho do porquê.
Nota: 8/10
André F Dias