“For Services Rendered” e “Creatures of The Night” foram The Strain no estado mais próximo ao seu melhor, pelo que já era de esperar que “The Disappeared” viesse a desapontar. Contudo, não foi um mau episódio, para além de que é necessário descer do clímax para voltar a proporcionar outro ou arriscamo-nos a ficar presos no plateau.
Portanto, enquanto o episódio foi mais fraco, é importante notar que não foi tão mau como alguns da primeira metade. O seus pontos fracos é que são mais evidentes dado que anteriormente tivemos dois episódios de relativa melhor qualidade.
“The Disappeared” abrandou o passo e introduziu um novo problema aos nossos heróis, mais especificamente ao Eph. A sua ex-mulher desapareceu e no ar paira a dúvida se estará viva e saudável ou viva e infetada, se é que já não transformada. Isto, porque ao chegar à sua ex-casa para resgatar a família, encontrou o filho a ser atacado pelo Matt. Da última vez que o vimos dirigia-se inadvertidamente a um par de vampiros. Os resultados eram previsíveis e ali se viram. De volta a casa, transformado, para depois ser decepado pelo Eph. No entanto, como o Eph muito bem notou, o Matt já tinha uma ferida na cara de uma luta prévia. Será que foi a Kelly?
Devo dizer que este foi o primeiro episódio em que o Vasily não me agradou. Ele sempre demonstrou ser do género que faz o que tem que ser feito, doa a quem doer. Todavia, o cinismo que o acompanhou neste episódio era escusado.
Continuámos com os flashbacks do Setrakian, que já se estão a tornar dado adquirido por esta altura. Ao que parece o nosso Van Helsing 1.2 já se confrontou com o Mestre. Escapou com a sua vida intacta, mas não com a sua forma de viver. The Strain fez um esforço para tornar emotiva a perca da capacidade do carpinteiro fazer o que amava, mas para mim ficou aquém…
Tivemos um pouco de Gus novamente nesta semana. O gangster foi forçado a matar o seu amigo transformado. E foi isso. Contudo, poderá ter sido o suficiente, já que o atira definitivamente para a realidade do novo mundo. E também o estabelece como alguém capaz de tomar uma decisão fria, mesmo quando não percebe exatamente o que se passa.
No finalzinho do episódio tivemos também um pouco do Eichorst, nomeadamente a sua transformação em vampiro especial proporcionada pel’O Mestre que revela finalmente o seu fáceis. Esperava algo um pouco diferente no aspeto. Nem sei o quê…mas este aspeto foi-me mais cómico que assustador. Recordam-se da reverência aterrorizada do Palmer? Corresponde?
“The Disappeared” focou-se mais nas personagens ao invés da ação e não foi uma opção terrível, ainda que tenha resultado num episódio mais fraco. Pela primeira vez a relação entre o Eph e a Nora foi-me credível, não pela cena de sexo entre ambos, mas porque toda a sequência de comportamentos a tornou natural. Mais precisamente as interações da Nora com o filho do Eph e o próprio Eph quando ela ficou para trás para o ajudar com o corpo do Matt. E foi esse trabalho de encaixe (trocadilho não pretendido) que também permitiu que, com a Nora, nos sentíssemos magoados quando o Eph disse à Mariela que amava a Kelly…ainda não tinha o colchão arrefecido…
Outras coisas:
– Lições do Setrakian: A Dutch confessou que foi a responsável por deitar a net abaixo e o sábio ancião não perdeu um segundo sequer a culpá-la ou renega-la. Ao invés disso a sua reação imediata foi tentar perceber se a situação era reversível. “Não é tarde demais?” “Nós nunca fazemos essa concessão.”
– Enquanto eu gostaria muito de poder dizer que seria um misto de Eph e do Vasily num cenário destes, a verdade mais provável é que fosse a Dutch, que passou larga parte do episódio a beber para esquecer.
– Esta série tem trazido uma e outra vez a discussão da existência de Deus. Quão longe está a pensar seguir com ela? Até agora ainda não saiu do primeiro degrau.
Nota: 6/10
André F Dias