Quanto mais The Strain imerge em Horror e Ação, mais gratificante se torna.
“For Services Rendered” aproveitou o momentum que criou em “Occultation” e ainda surpreendeu com boa construção de personagem. Se não tenho cuidado ainda me apanho a gostar desta série.
Voltámos a ter flashbacks para a época Nazi neste episódio, mas não caíram de paraquedas como em “Occultation”. Agora serviram para dar mais um pouco de enredo, neste caso o Setrakian ter construído o caixão dos primeiros episódios e para construir a relação existente entre o Eichorst e o Setrakian. No entanto, intencionalmente ou não, o Eichorst usou melhor o seu conhecimento do Setrakian que o contrário. O nosso caçador estava certo em relação ao ego do vampiro o compelir a aparecer pessoalmente para lidar com o Jim, mas o Eichorst adivinhou o plano de imediato. O que, sendo honesto, nem era muito difícil porque se alguma coisa sabemos do Jim é que ele é um cobarde incapaz de se voltar contra eles, como estava a fazer.
Os momentos de perseguição foram suficientemente envolventes e, felizmente depois de tanto trabalho de construção nos flashbacks, tanto o Setrakian como o Eichorst escaparam vivos.
O Richard Sammel tem feito um trabalho extraordinário em não tornar o seu personagem demasiado cartoonesco na sua malvadez, o que tem que ser difícil quando se interpreta um vampiro nazi. Também foi o grande responsável pelo construir de tensão nas cenas de flashback, apesar de nós já sabermos que não ia acontecer nada a nenhum deles.
As cenas do Gus não foram horríveis pela segunda semana consecutiva. Embora o episódio tivesse ficado ainda melhor se o amigo se tivesse transformado. Nova Iorque é deveras o melhor cenário para esta história. “Isto é Nova Iorque” disse o guarda “Merdas estranhas acontecem a toda a hora.” A cidade que nunca dorme esta demasiado ocupada para prestar atenção a mais uma loucura. Toda a gente está mais preocupada com o que se passa nas suas próprias vidas.
O tratamento dos sobreviventes foi sempre um pouco estranho, com a Joan removida dos episódios durante uns episódios para voltar a aparecer e desaparecer logo no seguinte. Neste episódio concluímos finalmente a transformação e o arco dela.
Em “Runaways” a empregada da Joan apercebeu-se que algo de errado se passava e num impulso de senso comum questionável basicamente raptou os filhos da advogada. “For Services Rendered” começa com a Neeva a telefonar ao marido de Joan a avisá-lo que a mulher não está bem que levou os filhos para casa dela. É claro que o Roger não achou piada e ordenou que ela os levasse de volta de imediato. A Neeva inventou que eles já estavam a dormir e ficou de os levar de manhã.
O Roger devia ter ficado no bar, mas chamou o táxi para ir para casa. Quando chegou deparou-se de imediato com um vizinho transformado. Das primeiras personagens a tomar uma atitude completamente inteligente, correu para dentro do táxi e mandou o taxista arrancar. Porém, o taxista não fazia parte dos inteligentes e para frustração de Roger – e nossa! – limita-se a perguntar o que se passa e a sair do táxi com uma pistola enquanto o Roger pergunta o que está a fazer. Para seu crédito o taxista matou o vizinho, mas afinal havia outro vampiro que o matou. O Roger correu para dentro de casa a tentar chamar a polícia, mas a rede tinha sido cortada. Ficou feliz quando viu a silhueta da mulher na escuridão, mas nós sabíamos melhor e ele não demorou a descobrir. Com o Roger vimos pela primeira vez a Joan completamente transformada *Rolam os créditos*Não precisámos de mais nada para saber que era o fim dele.
A filha de Neeva também achou que a mãe estava a ser inconsequente em ter raptado os miúdos e insistiu em levá-los de volta. Eu sou uma enfermeira, mãe. Se a Sra. Luss estiver doente, eu saberei o que fazer.” Pobre Sebastiane!
Quando chegaram a casa, os filhos correram para dentro e encontraram o pai ainda vivo no chão da sala. E depois apareceu a mamã-zombie. E o vampiro que matou o taxista. No momento em que ex-mãe estava prestes a fazer dos filhos de refeição, chegaram os heróis para os salvar! Oi?? Mas que heróis eram estes? Vampiros? Uma espécie de equipa SWAT vampírica? A matar outros vampiros? Que diabos se passa aqui?
Eles examinam as crianças, a Neeva e a Sebastiane para ver se tinham sido feridos (e, portanto, infetadas) e depois de um momento “Vão matá-la ou não?”, quase parecia que afinal a Sebastiane ia escapar. Mas afinal não. E mantaram-na. Em frente à própria mãe e às crianças.
“For Services Rendered” foi uma excelente continuação do episódio anterior aproveitando todo o set-up que foi criado. No entanto, agora deixou menos preparado para o próximo que terá muito mais por onde se espalhar – espero que não se espalhe ao comprido.
Outras coisas:
– Depois de um voo de horas imensas, o marido da Joan optou por ir para um bar em vez de ir para casa. Esta tão pequena coisa diz-nos imenso do casamento destes dois personagens (*subtexto*).
– Quão traumatizados ficaram aqueles miúdos?
– Uns vampiros são bestas selvagens, com pouca demonstração de inteligência. Outros como o Eichorst e os SWAT vampiros são perfeitamente sencientes. Será outra versão da mitologia da idade dos vampiros?
– O episódio foi suficientemente bom para eu não notar a ausência do Vasily.
Nota: 8.2/10