Na review passada troquei o nome do Eichorst pelo Eldritch. Já corrigi. As minhas desculpas.
Eles estão a ficar inteligentes! Os personagens, digo. No episódio anterior, terminamos com os nossos protagonistas a confrontar e a matar o piloto transformado vampiro. Mas foi preciso o monstro aparecer-lhes mesmo à frente, atacá-los; foi uma reação. Já neste episódio os personagens tomaram uma postura ativa; houve ação.
O Eph, o Jim e a Nora fizeram autópsia ao cadáver do piloto que foi a cena mais nojeta que The Strain nos deu até à data e exatamente aquilo que se espera de uma série de horror.
Depois de perceber aquilo com que estavam a lidar, o Jim confessou ter deixado passar a “caixa” no aeroporto e as suas motivações. O Eph não o perdoou, deu-lhe um murro e disse-lhe “Estás morto para mim.” Um bocadinho demais, não? Mas não vou julgar muito, até porque foi das coisas mais interessantes que o Eph fez. A Nora tentou pelo menos compreender.
Finalmente acordados para as palavras de Setrakian, o Eph e a Nora vão a casa de uma das vítimas, a pequena Emma. E lá a encontram e ao pai, também já todo vampirado. Setrakian também apareceu e matou os dois vampiros. Eis que ocorreu a coisa mais estranha do episódio. A Nora, que até agora havia sido a única a dar crédito ao aviso de Setrakian, decidiu que não consegue matar pessoas, mesmo com o grande argumento do Eph de que se tratam apenas de carapaças controladas pelo vírus. Houve uma inversão de papeis entre o Eph e a Nora, pois seria muito má ideia o principal protagonista continuar relutante. O que eu não percebo é por que tem que haver alguém relutante!
Do lado do Ansel as coisas também ficaram bem mais lógicas! A Ann-Marie não correr na direção oposta ao marido não fazia muito sentido, mas há algo de desequilibrado na sua personalidade, parece-me. O seu fanatismo religioso e a confiança que tem no marido também foram bons justificadores para a sua permanência. E essa confiança é fundamentada, já que o Ansel teve a força de vontade de se acorrentar no barracão para não magoar ninguém. A dar-lhe crédito foi também a INTELIGÊNCIA de mandar os filhos embora para casa da avó. Pontos Super Bónus para a Ann-Marie! Mas o ponto alto foi ela oferecer o vizinho execrável como refeição ao Ansel. Aplaudamos!
O Palmer contratou uma hacker para desligar a internet. Houve um diálogo em que eu desliguei durante a maior parte, mas a hacker pareceu-me interessante. Fiquemos a aguardar futuros desenvolvimentos.
E parece que o Eichorst não quer transformar o Palmer em vampiro? Vai ter mesmo eu fazer o transplante de fígado. Mas será que ele já viu todos os pormenores de ser vampiro. Se calhar mudava de ideias!
Outras coisas:
– O Gus voltou para diminuir a qualidade do episódio. Está-se melhor sem ele.
– Os vampiros parecem ter qualquer coisa contra prata. Basicamente, vampiros que mais parecem zombies e com a fraqueza do lobisomem. Está certo.
The Strain parece estar a descobrir que o seu território assenta no horror explicito. E se de vez em quando conseguir oferecer uma escrita bem nuançada como nas cenas com a Ann-Marie, podemos estar perante uma série prestes a ser boa, mesmo que seja um bom que, como diz do nome episódio, “Não É Para Todos”.
Nota: 7.7/10
André F Dias