The Strain – 01×03 – Gone Smooth
| 03 Ago, 2014

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The Walking Dead é uma série pela qual eu tenho um ódio de estimação, apesar de amar as BDs. Mas um grande mérito de ambas foi ter mergulhado de imediato no caos. O vetor utilizado foi inteligentíssimo: o protagonista entrou em coma e quando acordou o mundo já havia sido avassalado pelo surto de zombies. The Strain, por sua vez, mostra-nos passo a passo todo o processo de infeção, o que depois de 3 episódios percorridos, acho que posso afirmar não ser muito interessante.
Em grande parte porque acompanhar este processo implica necessariamente entrarmos pelo lado normalíssimo das vidas dos personagens e continuar a desviar-nos ocasionalmente para ele. Isto não tem que ser uma fraqueza, já que a solidez de um background bem construído cria um laço mais forte entre espectador e personagens, elevando o envolvimento nos acontecimentos da série. Contudo, os diálogos fracos em The Strain não estão a tirar o menor proveito deste percurso estendido. Por exemplo, quando a Dra. Nora procurou o Setrakian à procura de descobrir o que mais ele sabia acerca da misteriosa doença, ele é absolutamente inútil e passa toda a cena a falar em código. Para quem estava tão desesperado em ser ouvido no primeiro episódio, desconsiderou completamente alguém disposto a ouvir neste.

Também não ajuda que as histórias sejam desinteressantes, como é o caso da luta do Eph pela custódia do filho.. A série começou já ela tinha começado e, pelo pouco que temos visto, o miúdo fica realmente melhor com a mãe e com o namorado dela. É, então, suposto simpatizarmos com o Eph por ele ter perdido a custódia? Simpatizei, mas foi com o miúdo que teve a perfeita noção que as obrigações de uma custódia partilhada causariam uma grande tensão na vida do pai, obcecado com o trabalho.

A introdução do Vasiliy continuou neste episódio e não há muito a dizer. É um deleite cada vez que o Kevin Durand aparece em cena e neste episódio foi ainda melhor que no anterior, ainda que o Vasiliy permaneça removido da história em que estão os personagens restantes .

Recebemos explicação do porquê do Jim estar associado ao Eichorst. A mulher tem cancro e ele precisava do dinheiro para os tratamentos dela. Estava pronto para cortar ligações com o Eldritch, mas a promessa de conseguir que a sua mulher entraria num ensaio clínico duma forma de tratamento específica para o tipo de cancro dela, fê-lo voltar atrás. Esta motivação não é terrível e existem caminhos interessantes que The Strain poderá explorar com a Sylvia.

E, finalmente, saltemos para as partes mais interessantes deste episódio e a grande razão de termos que atravessar todo o processo de infeção: a construção desta espécie de vampiros que nos é estranha.
O episódio abriu bastante bem e revelou-nos a verdadeira face do Eichorst, semelhante a Nosferatu (1922), com o bónus, ou melhor, o desconto de um nariz, tornando esta espécie parecida com morcegos. E com isto pensei “Finalmente, uma realidade em que ser vampiro não é apelativo. Um tipo tem que ser um maquiador expert se quiser sair à rua!” Mal sabia eu que esta inconveniência era mínima comparada com o que aconteceu mais à frente no episódio. Eu não vi mal, pois não? O pénis do Gabriel foi mesmo à vida, não foi? WHAAAT? Tendo em conta que a espécie se propaga parasiticamente, faz sentido que os órgãos reprodutores se tornem obsoletos, mas WHAAAAAAAAT? Tenho a dizer que pela primeira vez não fiquei a querer ser vampiro! Parabéns The Strain, é um feito e tanto! Mas a cena foi particularmente boa pelo incrível descartar do acontecido. Aquilo caiu-lhe e ele puxou o autoclismo! Pronto, foi isso. Fantástico!

Pormenor, a palavra “vampiro” já foi referida alguma vez? Não, pois não? Como é que é possível? A mulher do Ansel apanhou-o a beber sangue, como é que ela não correu dali para fora a gritar “VAMPIRO” em plenos pulmões?
Todavia, a palavra já não tardará muito porque o final do episódio não podia ter deixado as coisas mais claras para o Eph e para a sua equipa. À parte do nariz, o piloto transformou-se completamente: tez pálida, dentes afiados, super força e a beber sangue mesmo à frente deles! Não é preciso ele escrever na testa, pois não? E seguiu-se uma luta jeitosa com ele! O final do episódio deixou-nos naquele ponto de viragem em que as personagens ficaram com cara de “Humm…parece que estamos a lidar com uma espécie de vampiros toda marada. E agora?”

Não percam o próximo episódio, porque eu também não!!

Considerações:

– Como andará a outra “sobrevivente”?

– O Gus não apareceu e mal reparei. Que péssimo sinal!

– A série é desequilibrada em termos de qualidade entre as suas diferentes realidades, com praticamente tudo o que sai da esfera do vírus a ser medíocre, mas o que se mantém nela a ficar cada vez melhor.

Nota: 7/10

André F Dias

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