One-liner: Em 2025, a taxa de natalidade é completamente inexistente – de um dia para o outro as mulheres deixaram de ter filhos. É Alison Lennon quem traz a esperança de volta.
The Lottery é uma série daquelas como eu gosto – coisas estranhas a acontecer num futuro não muito longínquo, pós-apocalíptico e com uma gota de realidade numa plot aparentemente completamente irreal. Espero que isto tenha feito sentido.
Neste mundo, apenas existem 6 crianças. Conhecemos uma já no piloto, e o seu pai consequentemente também – Kyle Walker. Desde 2016, num mundo onde todas as mulheres estão desesperadas por encontrar doadores de esperma, Kyle Walker chega-nos como um desses dadores. Que é como quem diz, que bancos de esperma já não existem – é à moda antiga, mas é quase como se os homens fossem os ditos bancos de esperma. Aparentemente, tudo o resto é normal, excepto que as mulheres se prestam a experiências com qualquer homem cujo diagnóstico às suas características seja positivo para que possam conceber.
Até então, nada feito. Alison Lennon é a nossa personagem principal: uma cientista cujo trabalho de uma vida foi dedicar-se inteiramente à investigação de uma possível cura e restauração para este dilema, do qual ainda não sabem/não se sabe a causa. A Dra. e a sua equipa conseguem finalmente, após anos e anos de experiencias, fertilizar 100 embriões humanos e portanto o primeiro passo para a restauração da humanidade – ironicamente é essa a frase que os representantes governamentais usam: “(…) One giant leap for mankind.”
Não fosse essa toda uma trama da série, assim que a Dra. Alison fertiliza os embriões, os representantes governamentais apoderam-se logo da situação: despedem-na com o prospecto de substituir a equipa toda para as mãos dos militares, e não de uma investigadora independente. Lennon não acha muita piada e decide por bem actuar sozinha e roubar um dos embriões para o levar à respectiva doadora.
Noutro painel vemos Kyle Walker, cujo trabalho é praticamente fecundar mulheres para que elas tentem engravidar: por causa de um trabalho desses, Kyle não atende uma chamada do seu filho e, sendo uma das últimas seis crianças no mundo, o miúdo é levado pelos serviços sociais e afastado do seu pai. A luta de Kyle é óbvia e também é óbvio que esse será um dos grandes primeiros momentos da série: ser pai de um dos últimos miúdos na terra não deve ser trabalho fácil!
Após conhecer o trabalho da Dra., o governo decide como vai lidar com esta novidade: a sugestão, depois de uma reunião de representantes, o governo dos USA decide organizar uma lotaria, onde 100 mulheres terão oportunidade de serem as barrigas de aluguer destas crianças. Esta é uma decisão que faz claramente dos USA os salvadores da pátria, mais uma vez, e que ajudará certamente as eleições.
Portanto após uma primeira análise, conseguimos tirar algumas primeiras plotlines que irão ser exploradas: certamente iremos conhecer o resto das crianças únicas no mundo; Alison Lennon está numa missão de ela contra o mundo; o governo planeia aproveitar-se disto para criar eleições; as relações internacionais irão também ditar que os USA vão ser perseguidos – querem que me admire se for pelos Russos? – por outros governos a tentar ficar com os embriões.
Pelo menos prevejo muito por onde pegar, e muitas surpresas down the line, o que me agrada bastante! Esperemos para ver o que irão fazer da série!
Ah e claro – Alison e Kyle vão-se encontrar e vão-se conhecer, e se calhar até vão passar a ser ‘ela e ele contra o mundo’. Algumas surpresas, outras mais fáceis de perceber.
Não me levem errada, eu adoro o conceito da série, e certamente no final deste bater de texto irão ver uma pontuação alta. Eu cá planeio continuar a ver. A única coisa que me faz comichões, não fossem as séries americanas, é que os USA são sempre os salvadores da pátria.
8/10.
Joana Pereira.