[Não, não nos esquecemos da review de Pretty Little Liars. A Beatriz não pode fazer esta semana e pediu-me a mim, que demoro imenso a fazer (loooongas) reviews, para a substituir. Desculpem a extensão a que não estão habituados, mas eu gosto de opinar]
Peguemos já no touro pelos…chifres! Esta constante remissão para Ravenswood através do Caleb é ir-ri-tan-te! Eu compreendo que a série foi cancelada e que para voltar a ter o Caleb em Pretty Little Liars é necessário encerrar o quer que tenha acontecido por lá (eu não vi um único episódio de Ravenswood). Contudo, existe um problema fundamental em fazer isto: o sobrenatural. Este aspeto nunca fez parte de Pretty Little Liars e quando removeram o Caleb para Ravenswood não estavam à espera que corresse mal, mas correu. E o Caleb voltou à realidade de Rosewood com toda a bagagem que não pertence a este mundo. Foi, por isso, com horror que vi o tabuleiro de Ouija a mexer sozinho. Não que o acontecimento em si me tenha sido assustador, o que me assustou foi a possibilidade de transportarem o sobrenatural para Pretty Little Liars também, arruinando 5 anos do meu investimento nesta série. MAS a hipótese mais provável é que “No One Here Can Love or Understand Me” tenha sido o capítulo de remoção final da ligação do Caleb a Ravenswood. Estou disposto a perdoar a série se assim for, ainda que a alusão ao sobrenatural se pudesse ter ficado pelo discurso do Caleb e pelos pirilampos. O tabuleiro Ouija foi demais, mesmo que tenha sido para nos entregar a mensagem “Goodbye” (“Adeus”).
Bem, voltemos ao que interessa! A história de Pretty Little Liars! Em “A Dark Ali”terminámos com as nossas quatro pequenas bastante chateadas com a Ali. Ao ponto da Aria estar disposta a confessar ter assassinado a Shana!
Começámos o episódio com elas a dirigirem-se à policia para contar toda a verdade! Finalmente! MAS – há sempre um “MAS” nesta série – ao passarem por uma loja, os ecrãs da montra mostraram gravações da Ali no hospital no dia em que a Hanna esteve internada. Se a polícia tivesse acesso a isto, acreditaria nas nossas Pequenas Mentirosas quando elas dissessem que não sabiam que a Ali estava viva? Pois, elas desistiram dos seus intentos.
É claro que isto ter acontecido tão oportunamente para a Ali, que não queria a verdade revelada, levantou questões. Quem é que as estava a ameaçar, afinal? A “A”? Ou a Alison?
Nenhuma das nossas meninas sabe, mas a Emily não estava disposta a esperar pela próxima rasteira da Ali e pediu ao Ezra para investigar o Cyrus e a Alison.
Depois de anos a tentar perceber o jogo da Melissa, a verdade foi finamente revelada. Ela viu a Spencer a atacar alguém na noite em que a Alison desapareceu e julgou que a irmã a tinha morto. Porém, aquela pessoa não era a Alison e não estava morta. A tentar proteger a irmã, a Melissa enterrou a Bethany ainda viva, matando-a ela.
Esta semana, no mundo de Aria, voltámos à relação do irmão dela com a Mona. A Aria continua desconfiada da Mona e não a podemos culpar. No entanto, depois de um momento que pareceu genuinamente sincero, parece que as hostilidades entre as duas estão prestes a abrandar um pouco. Afinal parece que a Mona realmente gosta do Mike. Eu quero acreditar que sim.
Mais uma vez a Mona avisa do perigo que é as Pequenas Mentirosas manterem-se ligadas à Alison. Mas as nossas amigas já estão de alerta.
Cada vez mais parece que o retorno de Alison não ofereceu mais um reforço contra a “A”. Em vez disso, parece que surgiu mais um inimigo para as nossas quatro meninas. Só que a Alison é muito mais perigosa, já que elas estão simultaneamente a tentar protegê-la enquanto se protegem dela. E é isso mesmo que vemos neste episódio. Depois de se retraírem de contar à polícia a verdade, alguém está disposto a fazê-lo. Ou pelo menos uma versão da verdade. Será Alison a acrescentar às mentiras? Se assim for as nossas meninas pelo menos já têm uma forma de se protegerem, graças ao Ezra: têm provas de uma ligação da Alison com o Cyrus e não é de refém-raptor!
A Alison e a “A” são uma combinação insuportável para as nossas meninas. É um jogo que a continuar, a longo prazo as nossas amigas vão perder. E o mais provável é que seja no jogo auto-destrutivo da Alison. Algo tem que acontecer para interromper este caminho. Mas dificilmente tal acontecerá sem um custo elevado.
Acompanho esta série desde o início e nunca me deixou de espantar o quão bem consegue criar suspense e puxar-nos o tapete debaixo dos pés uma e outra vez. No entanto, vocalizando a Hanna : “Estamos de volta à estaca zero. Estamos sempre de volta à estaca zero.” A forma competente com que a série dá voltas e reviravoltas, dá luz a excelentes momentos de televisão, mas não quer dizer que 5 anos depois, não esteja a começar a tornar-se excessivamente frustrante. Só porque Pretty Little Liars consegue fazê-lo indefinidamente não significa que deva.
Depois da morte da – ou de uma – “A” neste início de temporada, a série mostrou que conseguia manter-se interessante sem manter a fórmula que lhe deu sucesso. E foram episódios que souberam a fresco! Mas depois retraiu-se novamente para a ameaça da “A”. Talvez tenha querido apenas dizer que consegue fazer ambas as coisas. Talvez tenha sido uma amostra do que pretende fazer para as próximas épocas. Espero que seja a última hipótese porque a sucessão das múltiplas “A” começa a tornar-se cansativa, mesmo com o retorno da Ali.
Dito isto, a verdade é que mesmo começando a cansar, não dá para criticar muito Pretty Little Liars. Faz bem, como sempre fez, o que se propôs desde início e é isso que tem mantido o âmago de fiéis fãs colados à história. Porém, já começam a cair resistentes pelo caminho. Voltar à brisa fresca que soprava no início da temporada, tão cedo quanto a estreia da midseason, pode evitar o desastre para CW.
A minha nota só não é mais alta devido ao foco e ao tempo dado ao Caleb e aos resquícios de Ravenswood.
Nota: 7.5/10
André F Dias