The Strain ganhou reviews regulares no nosso refúgio e fiquei eu encarregue dessa missão semanal. Os mais atentos notarão que foi outro reviewer a tratar do piloto, o meu colega Rui. Temos estilos de abordagem (e algumas vezes opiniões) diferentes, mas espero não vos desiludir!
É difícil argumentar que The Strain é uma boa série. Por bastante que esteja a gostar e que tenha esperança que melhore, as suas deficiências neste momento colocam-na na categoria de razoável. É importante recordar, porém, que The Strain é baseada numa trilogia de livros e que nem todas as mudanças de média ocorrem com o sucesso de Game of Thrones, por exemplo.
Um dos pontos mais escorregadios no transporte da página para o ecrã é a atribuição de peso às personagens e The Strain está a patinar nesse gelo. Por exemplo, do pouquíssimo que sei acerca dos livros, o Gus será bastante importante, mas para já arrisco-me a dizer que as suas cenas foram das mais fracas e desinteressantes neste episódio.
Também nas linhas de história desinteressantes continua a questão do divórcio do Ephraim Goodweather e da luta pela custódia do filho. Honestamente, espero que não a consiga para se poder concentrar no trabalho e nós vermos a história a avançar – eu sou assim, cruel.
E parece que o Eph é um alcoólico em recuperação, outra coisa que não se mostrou propriamente interessante, pelo menos neste episódio.
Mas vamos aos aspetos positivos do episódio. Um deles foi a introdução de um novo personagem, o Vasiliy Fet, uma espécie de inspetor da ASAE (Health Inspetor). O moço divertiu-se imenso a fechar um restaurante infestado por ratazanas e foi divertido de vermos. Todavia, o personagem foi apenas apresentado e está ainda removido da história principal. Espero que o cruzem com o resto o mais depressa possível.
Por falar em personagens removidos da história principal, o Eichorst, o Setrakian e o Palmer continuam num mundo à parte do de Eph. The Strain está a mungir a vaquinha do mistério, mas torna-se irritante para nós espectadores quando existem conversas em que só os interlocutores percebem do que se está a falar. Bem, pelo menos sempre nos foi dado um pouco mais acerca destas personagens do que no piloto.
Já sabíamos que o Eichorst e o Setrakian tinham história que remonta ao Holocausto, agora parece que o primeiro matou a mulher do segundo. E era precisamente o coração dela que vimos num frasco em casa de Setrakian no piloto. Parece que Setrakian matou alguém próximo do Eichorst também.
Quanto a Palmer, ele ofereceu-nos o melhor momento do episódio quando a sua excitação para conhecer o Mestre se tornou rapidamente em horror perante a sua presença. Grande desempenho de Jonathan Hyde. O que me recorda que tenho de mencionar que The Strain tem um excelente elenco, o que é uma das razões que me leva a ter esperança na melhoria desta série.
No ponto de situação da nossa “estirpe”, os quatro “sobreviventes” foram libertados da quarentena para grande desagrado do Eph. E em liberdade, a sede de sangue das nossas “vítimas”, bem como dos “mortos”, despertou. A cena em que o Gabriel ataca a miúda e depois lambe o sangue do chão foi brutal! Mas ainda mais digna do género horror foi a cena no final do episódio em que a miúda drenou o pai de sangue. Foi muito boa, tal como naquela em que viram os vermes sob a pele do piloto do avião. No entanto, existe um limite para a quantidade de vezes em que se pode puxar deste truque e é bom que The Strain se mexa no 3º episódio em vez de fazer mais uma destas (por espectaculares que sejam).
O segundo episódio de The Strain é o típico segundo episódio: fortalecimento da premissa com reintrodução das personagens, sem adição de muitos mais detalhes ao conteúdo do piloto – isto é feito assim para que quem não viu o piloto possa perceber o suficiente para querer acompanhar a série. Mas esta estrutura não fez favores à série, que não possui personagens interessantes que chegue para as manter tão fragmentadas e não avançar a história.
Considerações:
– A peruca Corey Stoll (Ephraim Goodweather) continua a perturbar-me. Já li de relance algures que vai desaparecer mais para a frente. yay! Morte à peruca!
Nota: 6.5/10
André F. Dias