Esta review podia ser feita com uma só onomatopeia: AHHHHHHH! (expressão de surpresa/fascínio/pavor/emoção/etc…) Na verdade, este episódio conseguiu ser dos melhores season finales que eu alguma vez vi, com tudo aquilo que um final de temporada é suposto ter, e a fazer aquilo que é suposto fazer: deixar-te a morder as unhas e com raiva por teres que esperar quase um ano até ao início da próxima temporada!
E uma coisa que eu adoro nesta série é que ao responder a uma pergunta, levanta logo mais 2 ou 3, fazendo com que seja impossível não colar completamente nisto! É sem dúvida das melhores séries da actualidade. E espero que comece a ter mais reconhecimento por isso.. pelo menos a Tatiana Maslany (O Critics’ Choice Award já cá canta pela 2ª vez consecutiva, vamos lá ver se é desta que o Emmy vem também).
Começamos o episódio com a rendição incondicional de Sarah à DYAD. Após Rachel ter raptado Kira, render-se foi a única opção que Sarah viu, para tentar libertar a filha.
É aqui que conhecemos o Dr. Nealon. Já tínhamos ouvido falar nele antes, mas só neste episódio percebemos realmente o envolvimento dele na DYAD. Mais uma vez, o interesse em torno da capacidade reprodutora de Sarah prevalece, e esta é obrigada a assinar um consentimento para permitir que a DYAD recolha os seus óvulos.
A mando da bitch Rachel, Cosima vê o seu transplante das células da medula óssea da Kira adiado. Ora, os pulmões da rapariga estão-lhe quase a sair pela boca e nem assim aquela bitchgaja deixa que a, tecnicamente, sua irmã seja operada. Além disso, Rachel também transfere Delphine para bem longe de Cosima, Frankfurt mais propriamente, contra a vontade da pobre que percebeu agora que foi completamente manipulada. Too late Delphine, disso já sabíamos nós ao tempo!
Entretanto a pequena Kira consegue roubar o telemóvel a uma enfermeira e liga para o pai, Cal. Oh pá, aquela miúda é tão esperta! Quero uma assim! *.*
Após o telefonema de Kira, Cal encontra-se com Felix e Mrs. S., que continua muito enigmática. Tudo o que temos a certeza sobre ela é mesmo que faz tudo pela Kira. Agora, quais os segundos planos dela e para quem raio trabalha têm-se revelado perguntas constantes ao longo da temporada.
Felix continua a ser o clone-handler. Depois de Art lhe ligar a dizer que encontrou Helena sentada em sua casa, lá vai o rapaz ficar de olho nela. Enquanto isso, Cal conta a Siobhan que, depois de seguir as tentativas de hackeamento que lhe fizeram, acha que encontrou alguém, de dentro da DYAD, que está a fazer um esforço para os ajudar. Com uma aparente condição: Castor. Já lá voltamos…
Uma das cenas mais chocantes/comoventes de todo o episódio, na minha opinião, acontece de seguida: a morte de Duncan. Desiludido com as acções de Rachel e ao perceber que a filha está corrompida e apenas o irá usar para obter o que quer, o Professor coloca veneno no próprio chá e morre nos braços de uma Rachel que só nestes momentos parece ter coração.
Numa última tentativa de ajudar Cosima, Delphine envia-lhe o itinerário de Rachel, e Cosima e Scott usam a informação para tentar ajudar Sarah a fugir. Infiltrando-se na equipa de médicos que vai operar Sarah para lhe retirar um dos ovários, Scott leva para a sala de operações o carrinho de equipamentos que tem um adereço muito engenhoso. Alargando as presilhas que prendem os braços de Sarah à maca, Scott permite que esta se solte e que quando Rachel entra na sala, expulsando todos os médicos presentes para ficar a sós com ela, use a engenhoca montada pelos dois cientistas: Apertando o gatilho do extintor que está debaixo do carrinho de equipamentos médicos, um lápis solta-se do cano a alta velocidade e só pára exactamente no olho esquerdo de Rachel! BAM! *Pulos de alegria* É bem feita!!! Será que na próxima temporada a vamos ver de pala no olho? Imaginem lá a cena!
É voltando a Cal e a Mrs. S. que começamos a perceber o cerne da questão. Os dois lados da moeda: Leda e Castor. Os nomes dos dois projectos top secret que envolvem a DYAD e os militares. Mas uma surpresa de cada vez. Enquanto Mrs. S. se encontra com Paul, que é agora Major das Forças Armadas, mas ainda agente duplo. Cal encontra-se com a também infiltrada na DYAD. Qual não foi o meu espanto quando vi que era Marian Bowles dentro da limusina. Sim, aquela que conseguia ter mais ar de bitch que a própria Rachel. Não estava mesmo à espera… mas fez sentido. É também Marian que quando Sarah é ajudada por Scott a encontrar Kira na DYAD, depois de ter espetado o lápis no olho de Rachel, lhe diz que ela está livre para ir embora, sem precisar de fugir. Tudo parte do acordo que Marian fez com Paul. A chefona do Topside, diz também a Sarah que lhe explicará tudo o que realmente há por explicar.
Mas antes disso, ela permite a Sarah voltar, com Kira, para casa de Felix, onde está já reunida toda a família: Cosima, Alison e até Helena, que é apresentada às irmãs e que revê Kira em mais um momento verdadeiramente fofo. É aqui que nos é proporcionada a melhor cena de sempre! A Clone Dance Party! Quatro clones na mesma cena, a dançar, com Felix lá pelo meio também e com a fofinha da Kira aos pulinhos a olhar para elas. Quatro Tatianas Maslany na mesma cena! Uma salva de palmas para os realizadores!
E quando Sarah e Cosima estão deitadas uma ao lado da outra, e dão as mãos? Efeitos visuais dignos de cinema! Muito bem feito mesmo. *clap clap clap*
No dia seguinte, Sarah lá se encontra novamente com Marian Bowles, na mansão desta. Ao entrar, depara-se com uma menina cuja cara nós rapidamente reconhecemos das filmagens que Rachel tinha de quando era pequena, com os pais, e que Sarah também reconhece num ápice. Mas como é que é possível haver uma clone tão nova, se a experiência nunca mais tinha sido possível de reproduzir? Ao que parece, após 400 tentativas da DYAD para gerar novamente clones, a pequena Charlotte foi a única sobrevivente, e Marian adoptou-a.
Marian conta a Sarah o que é a Topside, a companhia dos manda-chuvas, que dirige a DYAD e outras empresas, de forma a deter o monopólio dos avanços em engenharia genética, biologia sintética e áreas afins. Contudo, as suspeitas de Marian eram que a “teia alimentar” não se resumia à Topside, suspeitas que ela confirmou com a ajuda de Mrs. S:
O Projecto Leda e o Projecto Castor. Já sabíamos que o primeiro dizia respeito ao programa iniciado pelos militares para produzir clones. Contudo não sabíamos a que se referia o segundo até Marian mostrar a Sarah a encomenda que recebeu dos militares. O Projecto LEDA, explica Marian, nunca foi encerrado, tendo antes dado origem a duas facções. Enquanto que a DYAD ficou encarregue dos clones femininos, os militares encarregaram-se do Projecto Castor: clones masculinos. NO WAY!!! E lembram-se do Mark, o namorado da Gracie, que fugiu com ela para o horizonte verdejante, ambos felizes, contentes e apaixonados? Agora percebo o porquê de lhes terem dado tanto tempo de antena nos últimos episódios. Mark é um destes clones masculinos do Projecto Castor.
E lembram-se do pacto que Marian e Paul fizeram em troca da libertação de Sarah e Kira? Pois, a Helena é que não deve ter gostado muito. Marian trocou-a, como se de uma carta de colecção se tratasse, por um clone masculino, que coincidentemente ainda parece ser mais “marado da cabeça” que ela.
Enfiaram a nossa Helena num avião militar com destino a sabe-se-lá-onde e agora temos que esperar até meados de Março do próximo ano para descobrir o que vão fazer com ela!
A única coisa que acalmou a minha alma neste episódio foi saber que há esperanças para a Cosima. (Sim, porque esqueci-me de referir que a Rachel destruiu os tubos que continham as amostras de medula óssea que poderiam salvar Cosima, antes de ter levado com o lápis no olho). Kira mostrou a Cosima o livro que o Professor Duncan lhe deu de presente. E , como já se suspeitava, imediatamente a nossa nerd começou a perceber de que se tratavam os rabiscos e desenhos por todo o livro: a chave para decifrar as sequências de Duncan.
Bem, que remédio temos nós agora senão esperar…
Depois disto tudo:
Nota: 11/10
(Desculpem, mas com um episódio destes, tive mesmo que rebentar a escala!)
Nota global da temporada: 9/10
Mélanie Costa