Game of Thrones – 04×09 – The Watchers on the Wall
| 10 Jun, 2014

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4x09 - The Watchers on the Wall

4×09 – The Watchers on the Wall

 

Contém SPOILERS

Nas últimas três temporadas, o episódio 9 de Game of Thrones tem sido sempre o mais polémico. Recorde-se que Eddard Stark foi decapitado a mando de Joffrey no episódio 9 da primeira temporada. A espectacular batalha de Blackwater Bay deu-se nesse mesmo episódio na temporada seguinte. E quem é que se consegue esquecer (ou recuperar) do sinistro e surpreendente Red Wedding na temporada passada? Os penúltimos episódios têm sido tão marcantes que as season finales ficam a perder em comparação. Por isso, quem nos podia culpar por termos medo deste episódio, principalmente quando tínhamos andado à espera da invasão da Muralha durante toda a temporada? Ainda por cima, creio que ainda ninguém tinha recuperado a cem por cento da morte de Oberyn Martell no episódio passado…

Este Watchers on the Wall destacou-se por ser, assim como Blackwater, o episódio mais diferente da série toda (foi também o mais caro). Com tantas personagens, os episódios andam sempre de um lado para o outro do mundo de GRRM, atravessando cidades e continentes. Porém, este episódio centrou-se apenas e só na batalha entre os irmãos da Patrulha da Noite e os wildlings. E tinha que ser suficientemente viciante para não nos lembrarmos do que ainda falta acontecer com Tyrion, Arya, Daenerys, etc.

Numa série que dá mais prioridade ao desenvolvimento das personagens e às estratégias políticas, este episódio (mais uma vez, tal como Blackwater) foi inteiramente dedicado às artes da guerra. É engraçado como em Game of Thrones as guerras raramente são ganhas pela força. Na Guerra dos Cinco Reis, Robb Stark foi o único que ganhou todas as batalhas que lutou. No final, nada disso lhe valeu. Renly pouco fez para se destacar e eliminá-lo foi quase uma brincadeira de criança para Melissandre. King’s Landing só teve mesmo que entrar em guerra aquando a invasão de Stannis Baratheon na segunda temporada porque de resto tudo tem sido tratada pela calada. Até a ameaça de Daenerys Targaryen está a ser lidada de maneira subtil.

A Muralha é um dos sítios mais importantes neste momento e andamos sempre tão entretidos com o que se passa em King’s Landing que por vezes nos esquecemos que o maior problema em Westeros está para lá da Muralha e ninguém parece dar-se conta do quão importante é protegê-la.  É ridículo continuarem a enviar os ‘restos’ para lá. Tywin Lannister revelou há uns episódios atrás a Oberyn que sabia perfeitamente da invasão dos wildlings. E o que fez ele para auxiliá-los? Nem uma carta escreveu. Nem mesmo um dos homens mais inteligentes e poderosos do país parece ter noção do perigo que todos correm.

Os wildlings querem fugir do norte para fugir aos Outros. Quem não quer? A partir do momento em que Mance reúne mamutes, gigantes e praticamente toda a gente que vive para lá da Muralha algo de grave se passa.

Mance Rayder: I’m going to light the biggest fire the north has ever seen. 

Raios se aquilo era um sinal e tanto. A promessa do Rei-Para-Lá-da-Muralha foi cumpridíssima. Os wildlings que estavam a sul da Muralha invadiram de imediato Castle Black e a luta começou.

Um ano depois, vemos finalmente a batalha que nos prometia ser épica. Cheia de efeitos especiais, a invasão da Muralha foi dos episódio mais espectaculares em termos visuais até à data. Houve muita luta e pouca história. Vemos os irmãos da Patrulha, na sua maioria jovens sem experiência, praticamente impotentes face aos números elevados de wildlings.

Jon Snow mostrou que é um bom líder. Jeor Mormont já o tinha visto. Para além disso, ele faz de tudo para proteger a Muralha e para honrar os votos. Abandonar Ygritte deve ter sido das coisas mais difíceis que ele fez mas o ser dever era para com a Patrulha. Eu sabia que aquele romance estava condenado mesmo antes de ler o que ia acontecer. Ela pode pensar que Jon a usou mas eu não tenho a certeza que tenha sido bem assim. Basta ver a reacção dele à sua morte. Num episódio repleto de sangue e espadas, o reencontro deles era cena que mais esperava… e a que mais me comoveu porque foi muito bem feita. Debaixo do sobrolho sempre sério de Jon, vimos dor verdadeira.

Ygritte: We shoud’ve stayed in that cave. 

As surpresas da noite vão para Alliser Thorne e Janos Slynt. O primeiro sempre esteve contra Jon e desvalorizou os avisos dele a temporada toda. Mas quando teve que ser, admitiu o erro e defendeu a Muralha com todas as suas forças. Ele é um ranger e não o líder que a Muralha tanto precisa. E de certeza que não é Slynt que tomará esse lugar. Ele era o comandante da Guarda da Cidade em King’s Landing e foi dos primeiros a fugir da luta, indo para o pé de Gilly. Até Sam, que sempre disse que não prestava para a batalha, enfrentou o touro pelos cornos (se calhar o beijinho de Gilly ajudou a sua coragem) e ajudou os irmãos, matando uns poucos pelo caminho. Já as mortes de Pyp e Green surpreenderam-me, visto que não acontecem nos livros.

Com os meios que tinham à disposição (a sério, aqueles efeitos especiais foram qualquer coisa!), os irmãos derrotaram o ataque dos wildlings do sul e detiveram como puderam as investidas dos mamutes e dos gigantes. Nem tudo correu de feição, mas Castle Black não caiu naquela noite.

Contudo, apesar de o primeiro assalto ter corrido bem, a guerra não terminou. Continua a haver milhares de wildlings do outro lado da Muralha desejosos de atacar novamente e para Jon, a única solução é matar o líder, Mance Rayder. Bom, funcionou com Robb Stark, não foi?

O grande problema deste episódio? Um final pouco satisfatório. Para mim, tinham acabado a história da Muralha neste episódio. Por muito boa que tenha sido, o melhor desta invasão ainda está para vir e como é que eles vão conseguir encaixar isto na season finale? Ainda há tanta coisa para acontecer!

Parece que esta quarta temporada vai finalmente ter a season finale que a série nunca teve em quatro anos…

Nota: 8.5/10

Maria Sofia Santos

 

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