How I Met Your Mother – 09×23/09×24 – Last Forever
| 01 Abr, 2014

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Contém SPOILERS.

Estou a escrever esta review cinco minutos após ter visto o episódio… E quem me dera não ter visto. Quem me dera que How I Met Your Mother tivesse acabado na temporada passada, ou no episódio 22. Fiquei extasiada quando a renovaram para a nona temporada. Quero dizer, o que raio poderia correr mal? Ainda por cima todo ele girava em torno do casamento de um casal do qual eu nunca tinha perdido a esperança… Barney e Robin.

Contudo, a temporada revelou-se uma desilusão. Claro que houve um ou outro episódio que foi fantástico mas HIMYM não nos habituou a temporadas medianas. Eu não desisti da série e vi na esperança que o final me deixasse com um sorriso nos lábios e um sentimento de nostalgia. Mas a series finale de uma das comédias com mais sucesso de sempre revelou-se tão má como a temporada toda.

Por HIMYM ser tão especial para mim é-me difícil ser objectiva. Principalmente porque não percebo onde é que Carter Bays e Craig Thomas estavam com a cabeça quando decidiram dedicar uma temporada inteira a um casamento que acabou em divórcio nos primeiros quinze minutos da primeira parte do episódio duplo (é que ainda por cima eles tinham decidido o final em 2006). E é que nem vou falar da mãe ainda! Qual é o vosso problema?

A cena da varanda no início do episódio enterneceu-me. Aquele casamento marcava a separação do grupo, com Ted a ir para Chicago e Marshall e Lily para Roma. Mas a partir daí foi sempre a descer.

Tive pena que o grupo se tenha separado tanto. Eu sabia que eles estavam crescidos e tinham as suas próprias vidas. Robin teve uma carreira internacional de sucesso e fiquei muito feliz por ela. Ela lutou tanto para conquistar o seu lugar ao sol e conseguiu-o. Isso custou-lhe o seu casamento com Barney. Todavia, todos prometeram estar presentes em todos os momentos importantes das suas vidas.

Vou ter que admitir aqui também que esta separação do grupo faz parte. Nós crescemos e seguimos com as nossas vidas. Talvez por isso me tenha custado tanto ver os desenvolvimentos do episódio.

Vou explicar porque é que a história do casamento do Barney e da Robin me irritou tanto. Desde a sexta temporada que ouvimos falar deste misterioso matrimónio no qual o Ted foi o padrinho. Eles foram desvendando aos poucos. Primeiro que Barney era o noivo. Depois que a Robin era a noiva. E, para mim, tudo estava bem. Gosto de casais como eles e gostei de ver Barney crescer e da pessoa que se tornou. O Barney mulherengo para mim tinha tanta piada como o Barney apaixonado. Se eles formavam um casal pouco realista? Talvez. Mas gosto de pensar que conseguiriam ser felizes. Não consigo entender esta decisão deles, a sério. Foram anos e anos à espera deste casamento. Adorei a cerimónia. Emocionei-me tanto como no casamento da Lily e do Marshall. Toda a temporada girou à volta disso… e depois puff?

Marshall e Lily foram os únicos que não desiludiram. Contudo, gostava de ter sabido mais do seu ano em Itália. Naquele episódio pareceu que nunca tinha acontecido. A vida continuou e um terceiro rebento veio a caminho. Sinceramente, gostava de ter sabido mais de Marvin e Daisy e de ver os miúdos crescidos. E de saber o nome da terceira criança.

A despedida do apartamento foi vazia de sentimento. Ao longo de toda a série, o apartamento foi um marco e tanta coisa aconteceu lá. Para quê fazer uma festa no terraço em vez de uma celebração íntima entre amigos? Foi aqui que comecei a ficar assustada em relação a Ted e Robin. E também chorei com Lily quando Robin saiu de casa. Ela foi quem teve mais dificuldade em aceitar aquele distanciamento.

Após se ter divorciado de Robin, Barney voltou a ser igual a ele próprio. Já estava à espera que aquilo acontecesse mas todo o processo pelo qual ele passou até ficar com a Robin foi pelo cano. Ele até conseguiu o ‘mês perfeito’ (gostei que eles se tenham lembrado do Robots vs Wrestlers) e acabou por engravidar uma delas. Barney foi mesmo o único que me conseguiu fazer sorrir no meio daquilo tudo ao olhar para a filha pela primeira vez. Aí sim ele cresceu. Mais uma vez, durante o parto os amigos estavam presentes… excepto Robin (apesar de eu entender de certa maneira a sua ausência).

A história de Ted se não foi perfeita, esteve perto. Eu sempre adorei a Mãe – ou melhor, a Tracy (como a stripper!) – e achei que eles eram perfeitos um para o outro. O casamento e o primeiro encontro deles foi tudo aquilo que eu imaginava e, para mim, o episódio tinha terminado aí. Apesar da minha desilusão acerca de Barney e Robin, eu tinha ficado satisfeita. Após anos e anos à procura da mulher dos seus sonhos, Ted acaba por encontrar o amor da sua vida. E foi perfeito.

Num espaço de cinco minutos, tudo mudou. Sabemos que Tracy morre (de que maleita, não se sabe) e que Ted está a contar esta história aos filhos para lhes pedir permissão para namorar a Tia Robin (visto que a mãe mal aparece). Óptimo, fantástico. A teoria da morte da mãe há muito que era falada mas eu recusara-me sempre em acreditar nisso. HIMYM é uma série de comédia, não era suposto ter acabado assim. Os espectadores afeiçoaram-se à Mãe. Ela era a mulher perfeita para Ted. E a sensação com a qual fiquei foi que Ted nunca esquecera Robin. Eu nunca gostei de ver Ted e Robin juntos e irritava-me cada vez que puxavam a história deles. Vezes e vezes sem conta. Claro que agora sabemos a razão. Eu desde o início aceitara que entre eles existira um grande amor mas que não estava destinado tal como tantos outros na vida real. Se os produtores queriam surpreender, conseguiram.

Não vou conseguir dar nota. Como já disse, não fui capaz de ser imparcial aqui. É provável que haja muita gente com opiniões completamente diferentes da minha. Agradar a gregos e troianos é impossível. Quem me dera não ter gostado da Mãe e ser fã do casal Ted e Robin. Aí sim teria gostado, mas sendo assim…

De How I Met Your Mother fica a ‘slap bet’, os ‘legen…wait for it’, a Robin Sparkles, o Swarley, a Lilypad e o Marshmallow, o Ted versão Ellen Degeneres, o Big Fudge, a vez em que o Ted lutou com uma cabra, o MacLarens e o apartamento em que quase todas as personagens viveram a certa altura e onde tanta coisa aconteceu, os jogos do ‘Have you met Ted?’, os dopplegangers, todos os ‘challange accepted’ e todas as características que a tornaram uma das melhores séries de comédia de sempre. Todas as vezes que me ri até ficar sem ar e quando me vinha uma lágrima ao olho. Foram anos de boa comédia e grandes histórias. Não há dúvida que vai deixar uma imensa saudade. É mesmo um fim de um ciclo.

Só tive pena de nunca ter sabido de onde veio o desgraçado do ananás. Mas como o Ted diria: ‘that’s another story, kids’.

Maria Sofia Santos

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