Contém SPOILERS.
O senhor George R.R. Martin tem mesmo uma panca por casamentos. Primeiro o belo do Red Wedding e agora… o casamento real de Joffrey Lannis…ups, Baratheon e Margaery Tyrell, também conhecido por Purple Wedding.
Sinceramente, não esperei que o casamento acontecesse tão cedo na temporada. Eles bem que disseram que haveria mais episódio como o ‘The Rains of Castamere’. Este segundo foi a prova viva (ou não) disso.
Contudo, antes de viajarmos a King’s Landing, vamos dar uma vista de olhos a Bran, Stannis Baratheon e aos malvados Bolton, num episódio em que estiveram ausentes personagens notáveis como Daenerys Targeryen, John Snow e Arya Stark.
Dreadfort
Após ter morto Robb Stark a sangue frio, Roose Bolton regressa a casa. À sua espera estava o seu filho bastardo, Ramsay Snow.
Theon Greyjoy já está livre da cruz, mas nem parece o mesmo. Aquele Theon que cresceu ao lado dos Stark e que os traiu desapareceu. Aliás, ele desapareceu tão completamente que agora é Reek. Ele rendeu-se ao ponto de nem ser capaz de magoar Ramsay com a navalha de barbear. Vi traços do seu antigo ‘eu’ quando soube da morte de Robb mas eclipsou-se logo. De todas as mortes que já houveram na série, para mim o jovem Theon teve o destino mais cruel. Não que o Greyjoy fosse um dos meus favoritos mas meteu dó vê-lo assim. Não sofreu as transformações físicas do livro (cabelo branco, etc) mas não foi preciso vê-lo ainda mais diferente. Até Roose concordou que Theon já não tem qualquer ‘uso’. A brincadeirinha de Ramsay não agradou ao pai na medida em que já não podem utilizá-lo como moeda de troca.
Devido à sua cooperação do Red Wedding, Tywin Lannister ofereceu o Norte a Roose Bolton. Contudo, os Bolton ainda vão ter que o conquistar e a tarefa ficou mais difícil após saberem que Bran e Rickon ainda estão vivos. Apesar de todos pensarem que os Stark estão mortos, Sansa, Arya, Bran, Rickon e até Jon Snow ainda vivem. Todos estão em lados do mundo diferentes mas eu ainda tenho esperança que o Norte volte para o domínio dos Stark um dia. Portanto, tudo está muito bem para os Bolton mas primieor é preciso procurar e matar os restantes Stark e os Greyjoy e conquistar Moat Caitlin.
Para lá da Muralha
Bran continua a sua viagem com Jojen, Meera e Hodor. Vemos o jovem Stark cada vez mais imerso nas suas visões. Não houve grandes alterações aqui. Brandon continua à procura do corvo de três olhos. Aquelas visões do futuro é que me deram arrepios (não nos esqueçamos que este episódio foi escrito pelo próprio George R.R. Martin). Vemos a Iron Throne coberto de neve. Será que os White Walkers vão dominar King’s Landing? O que mais me deixou excitada foi (ou pareceu-me) o dragão a sobrevoar a capital.
Dragonstone
No antigo domínio dos Targaryen, Melissandre continua a queimar os infiéis, ‘purificando-lhes, assim, a alma’. Stannis parece ainda não ter tido coragem para rumar a Castle Black e à Muralha e continua apático em relação a tudo. Revemos também a sua mulher Selyse e também a sua crueldade e a devoção contra o Lord of Light que até agora parece ter tudo menos motivos para ser seguido… E se realmente existem dois deuses como Melissandre explica, nem quero imaginar como seja o outro.
King’s Landing
Tyrion: Lets toast. To the proud Lannister children. The dwarf, the cripple, and the mother of madness.
Realmente, as coisas não estão famosas para o trio Lannister. A família manda praticamente em Westeros mas apenas Tywin e Joffrey gozam disso. Tyrion nem parece o mesmo depois de ter casado com Sansa. Varys informa-o que Cersei já sabe da relação dos dois e Tyrion toma medida para proteger. A conversa deles partiu-me o coração porque deu para ver o quanto gostam um do outro. Shae é uma mulher determinada e foi preciso Tyrion magoá-la para ela concordar em ir-se embora. Não sei se acredito na partida dela por muito que Bronn diga que a viu no barco. Nesta série só acredito nas coisas se as vir. Já no outro episódio o tínhamos visto em baixo de forma, sem fazer farinha com ninguém. A gémea número 1, Cersei viu o seu lugar privilegiado como Rainha Regente ir pelo cano com este casamento. Isto não lhe agrada nada e é essa a razão do seu ódio por Margaery. O gémero número 2, Jaime foi rejeitado por Cersei e a sua insegurança com a falta da mão direita continua. No casamento, os manos também tiveram oportunidade para espalhar um pouco de veneno com Brienne e Loras. Este dois, francamente…
O casamento de Joffrey e Margaery teve toda a grandeza que se esperava. Joffrey tinha um sorriso de vitória no rosto e Margaery exibia o sorriso que lhe era exigido. Já tinha dito como considerava esta personagem interessantíssima. Para mim, estão melhores do que nos livros.
O copo d’água foi a parte mais fantástica. A conversa entre Oberyn, Cersei, Ellaria e Tywin foi recheada de ameaçadas veladas. Oberyn não veio mesmo para King’s Landing para brincar. Se ele tinha assustado Tyrion no episódio anterior, fez o mesmo com Tywin neste. E ainda teve tempo para gozar um pouco com Cersei. Adorei, meteu mesmo o dedo na ferida.
Joffrey: There’s been too much amusement here today. A royal wedding is not an amusement. A royal wedding is history. Time has come for all of us to contemplate our history.
A festa teve mesmo o dedo de Joffrey. Ele ofuscou por completo a noiva e foi literalmente o rei da festa. Aquele teatrinho com os anões foi pavorosa mas um toque maravilhoso que mostrou a suposta grandeza do rei. Maltratou os cantores (uma salva de palmas pela magnífica interpretação Sigur Rós). Ao ouvir ‘Rains of Castamere’ uma pessoa tem logo que suspeitar que algo vai acontecer.
Nós já sabíamos que Joffrey e Tyrion não eram propriamente os melhores amigos. Sendo Tyrion uma das personagens mais acarinhadas, o ódio por Joffrey só aumentou com o modo como o rei o tratou. O Tyrion que deu uma belas estaladas em Joffrey na primeira temporada já não existe. A vida deu muitas voltas desde essa altura (Ned Stark ainda era vivo!). Tyrion teve que se humilhar perante os olhares divertidos de Cersei e Tywin. Margaery é que salvou a situação.
No final, Joffrey engoliu todas as maldades que fez ao longo de mais de três temporada. Até me levantei da cadeira quando percebi que estava finalmente a acontecer. Numa altura em que o rei de Westeros pensava que nada o podia atingir, na altura em que reforçou o seu poder, unindo-se definitivamente à Casa Tyrell, Joffrey é envenedado na festa do seu próprio casamento. Foi uma morte lenta e dolorosa nos braços da única pessoa que gostava realmente dele. Tenho que admitir que foi cruel ele morrer ao pé de uma Cersei impotente e custou-me ver o seu desesperto apesar de desprezar a personagem. Contudo, isto passou-me (um pouco) quando me lembrei que ela não protestou quando Jamie empurrou Bran Stark da torre e não sentiu nem uma pontada de remorsos ao ver Catelyn Stark chorar a morte quase certa do seu filho favorito. Parece que o karma também existe em Game of Thrones.
Joffrey teve o seu último acto de maldade quando apontou para Tyrion, acusando-o do seu envenenamento. Sansa, auxiliada por Ser Dontos, acabou por fugir da festa antes que alguém se apercebesse.
Mais alguém reparou da pedra desaparecida do colar de Sansa após a conversa com Olenna Tyrell (que lhe mexeu nessa zona)? O colar teve destaque no primeiro episódio e foi mostrado com algum destaque no pescoço de Sansa…
Eu odiava Joffrey tanto como o resto do mundo mas vou ter saudades do trabalho exemplar de Jack Gleeson. Não vou ter saudades da personagem (principalmente quando existe Ramsay que é tão odioso quanto Joffrey) mas do actor sim. Excelente trabalho. Meteste os fãs a odiar-te do início ao fim. Não é para todos.
Não há dúvida que esta temporada começou como a terceira terminou, de forma brutal. O casamento real foi o centro de todas as atenções e não podia ter sido melhor, do início ao fim. Mal posso esperar que saia o próximo episódio. Isto vai ficar mesmo bom!
Nota. 9/10
Maria Sofia Santos