[Contém spoilers]
Gostam de uma história de amor ao estilo de Romeu e Julieta e têm saudades da série Roswell? Então experimentem Star-Crossed. Ou talvez não.
A série começa com a chegada de aliens ao planeta Terra. Vemos um rapazinho assustado com a luta entre humanos e atrians e o pai manda-o correr. Ele acaba na garagem de uma moradia e esconde-se. Quem o encontra é a filha dos donos da casa. A parte que mais me intrigou foi… Como raio é que os pais não viram a menina sair de casa? Deviam estar mais atentos, visto estar a haver uma invasão ET e ela estar claramente doente (devido aos medicamentos). E era de noite! No dia seguinte, contudo, o menino acaba por ser descoberto pela polícia e, ao tentar proteger a sua salvadora, acaba por levar um tiro.
Passam-se dez anos e somos transportados para o ano de 2024. Não percebo porque é que a série se passa no futuro. Será que pensaram que a humanidade no ano de 2014 não estaria preparada para conviver com aliens? Para além de que a tecnologia avançada ‘roubou’ muitas cenas. Não posso dizer que não foi interessante de se ver, mas… para quê? Enfim. Emery Whitehill – que depressa descobrimos ser a menina que ajudou o alien – vai visitar a sua amiga ao hospital depois de ela própria também ter passado quatro anos lá internada por uma doença no sistema imunitário. E é aí que sabemos que os atrians (que vêm de um planeta aparentemente destruído chamado Atria), após dez anos fechados num local chamado ‘Sector’ vão finalmente ser integrados na sociedade. Começarão com um grupo deles no liceu local (no mesmo em que anda Emery, claro).
Já no liceu, vemos Emery com um amigo (cuja informação sobre ele é zero, só sabemos que ele se chama Lukas) e a tentar adaptar-se novamente à escola e às engenhocas todas (tenho que admitir que abrir o cacifo com a impressão digital é brutal e dá imenso jeito).
A chegada dos atrians não é pacífica, obviamente. Os alunos não os aceitam e começam logo as tensas trocas de palavras (o diabo que os leve por não fazerem o juramento de bandeira americana!!).
O reencontro de Roman (o rapazito da garagem que é um dos novos alunos) e Emery dá-se na cantina e tive um (mau) flashback do filme Twilight. Todos os observam, indignados por eles estarem a conversar. Roman reconhecia Emery mas ela pensava que o rapaz morrera. No momento, dá-se o clique.
Entretanto, Emery descobre que a sua amiga Julia desistiu dos tratamentos e quer ir para casa para morrer. Incapaz de a deixar desistir, Emery sugere ‘invadirem’ o Sector para procurarem uma suposta planta milagrosa fabricada pelos atrians. Já lá dentro encontram Roman, que as informa que é tudo mentira.
A rivalidade entre atrians e humanos chega a extremos. Emery é convidada para uma festa e os atrians invadem-na com sede de vingança. Não sei se a chegada da polícia foi assim tão má, porque as consequências seriam muito piores se a pancadaria continuasse. Emery e Roman acabam por fugir juntos (enfurecendo as respectivas ‘raças’) e ela recebe uma chamada onde a informam que Julia está às portas da morte (nem vou mencionar o quão pirosa aquela última cena entre eles foi).
Emery fica inconsolável mas o verdadeiro milagre dá-se quando Roman interfere e salva Julia. Afinal, a planta era curativa mas apenas se colocada primeiro dentro do corpo de um atrian.
Os pilotos são episódios muito frágeis porque podem ‘matar’ imediatamente uma série. Sinceramente, não fiquei muito entusiasmada com o episódio (mas atenção, trata-se apenas de um piloto e a série pode tornar-se mais do que aquilo que mostrou aqui). Tudo nele foram clichés e o título da série não é dos mais originais. Além disso, nunca na vida o Matt Lanter (o Roman) passa por adolescente de 16 anos. Pelo amor da santa, ele tem quase 31! Se já era um adolescente pouco credível em 90210, aqui nem digo nada! E Aimee Teegarden também mal passa por uma adolescente. Nunca hei-de perceber muito bem o fascínio que a The CW tem em contratar adultos – bem adultos – para representarem jovens. E também ainda não percebi muito de onde vai chover o triângulo amoroso (visto que mal conhecemos o Grayson). Claro que há mais nesta série do que um amor adolescente (por exemplo, as condições de vida dos atrians, as relações entre eles e humanos, etc) mas não sei se é uma série que passa da primeira temporada. Ah e já mencionei que a ideia das tatuagens dos atrians – que são uma maneira de os distinguir dos humanos – é hilariante? Pensei que eles já tinham percebido em Beauty and the Beast que a ideia não resulta e é ridícula.
Nota: 5/10
Maria Sofia Santos