The Bends é o novo episódio de Almost Human, a série da FOX que tanto tem dado que falar. A crítica divide-se entre o ar renovado da série futurista, vista por uns, e a falta de química entre o género de ficção científica com um drama policial, vista por outros.
Mas a FOX segue empenhada em cimentar o sucesso que tem alcançado. O marketing tem sido uma constante e a equipa de produtores dá entrevistas quase de semana a semana. Acaba por ser uma forma de manter Almost Human sempre em destaque na comunicação social e ao mesmo tempo, continuar a despertar a curiosidade e o interesse dos espetadores.
Desta vez foi J.H. Wyman, numa entrevista ao jornal LA Times, que veio defender que o objetivo é ter uma série futurista mas não a condicionar ao estilo que habitualmente vemos em séries ou filmes que se passam no futuro. A ideia é ter um argumento apelativo, que não seja muito denso no conceito que temos de “futuro”, e deixar a série com uma imagem mais clean, mostrando assim a ligação com os dias de hoje.
O nível tecnológico da série não pára de surpreender. Convenhamos que ter um ecrã holográfico na palma da mão desperta alguma curiosidade.
Neste episódio, John tem de lidar com uma missão mais pessoal, pois investiga a morte de um amigo de longa data. Conta ainda com um personagem em destaque. Rudy, o especialista em tecnologia do departamento, irá participar infiltrado na missão.
Dorian, com um comportamento cada vez mais hilariante, tem mostrado um lado cada vez mais emocional. Afinal, ele está equipado com o que chamaram de “alma sintética”. Nota-se que John, por vezes, mostra alguma surpresa com este lado de Dorian. Talvez porque ainda esteja numa fase de aceitação dos androides de uma forma geral. Do ponto de vista da máquina, Dorian vai precisar de um upgrade pois de episódio para episódio vai evidenciando falta de capacidade física. É certo que inicialmente não foi programado para ser um agente da polícia ou um androide de combate mas agora que o é, vai precisar de melhoramentos. Acaba os episódios quase sempre remendado.
A posição do detetive Richard Paul em relação aos androides vai trazer-lhe problemas. Tem mostrado alguma crispação em relação a Dorian e, sinceramente, acho que não tardará muito ao John a sair em defesa do seu “sintético”.
Começa a faltar um papel mais interventivo da detetive Valerie. Não basta ter uma cara bonita na série. É preciso dar-lhe algum destaque, caso contrário, parece um acessório.
A série não está perfeita e não é brilhante. Mas, como já referi em outras reviews, há ali qualquer coisa que alimenta a curiosidade.
Nota: 8/10
Ricardo Almeida