Não podíamos deixar passar em branco este momento de perda para Hollywood. Sim, é verdade, já deixámos cá a notícia da infeliz morte dele, mas pensámos que era mais bonito fazer uma pequena homenagem.
Só podemos agradecer pelos momentos de alegria que ele nos deu. Muito mais aclamado pelo seu trabalho em filmes e no cinema hollywoodesco, Robin Williams também nos soube presentear a nós, amantes das séries.
Aliás, foi numa série que o talento de Robin Williams foi inicialmente descoberto: desde 1978 a 1982 apresentou-se ao mundo com o seu papel de Mork em Mork & Mindy. Talvez seja inútil da minha parte recordar este momento; reconheço nunca ter visto a série, mas sinto-me obrigada a agradecer aos produtores da mesma por terem presenteado o mundo com o lançamento do ator.
Nas redes sociais rodam homenagens atrás de homenagens – é triste mas é bonito. De uma forma estamos todos a honrar o pedido da sua mulher: devemos ao artista que ele era recordá-lo pelos momentos de alegria que nos trouxe a todos. Recomenda-se, assim, a leitura da homenagem de Mário Augusto , jornalista que teve a oportunidade de conviver com ele várias vezes. Aconselho. É grande, é. Vale a pena.
Quando morre um ator morre sempre uma parte de nós.
É estranho, não é?
Que alguém com quem não temos nenhuma ligação direta e física nos possa afetar tanto. Não é que tenha sido o nosso ator favorito, ou que nos tenha mudado a vida radicalmente mas de certa forma, mudou, não mudou?
Quantas vezes não sorrimos e rimos às gargalhas a ver as obras de arte deste senhor? Quantas e quantas vezes não nos doeu a barriga na chegada de um sentimento de felicidade extrema, só de olhar para películas e cenas a correr de atores na tv.
Morre a parte de nós que se apercebe que os momentos de gargalhada que fomos conhecendo têm de ser demasiado guardados: já não vamos ter mais nada para além do que já tivemos.
Devemos a atores como ele, devemos a Robin Williams reviver esses momentos.
O último trabalho de Robin Williams, The Crazy Ones, mostra-nos o exato retrato daquilo que dele conhecíamos. Quem via? E quem se viu vezes sem conta a adorar aqueles vinte minutos por semana, para rir um bocadinho com as tonterias dele?
É como vos digo: essa parte de nós vivia, essa parte de nós morreu.
Estamos de luto. Sugiro que o nosso luto seja ver e rever tudo o que dele ficou. Temos sorte, o talento dele está gravado no DVD mais perto de nós. Vamos aproveitar?
Em nome do Séries da TV, escrevo esta pequena homenagem. Reconheço que não seja um poema lindo de morrer. Reconheço que me falhe o jeito e que não saiba bem construir frases. É difícil aceitar a parte de mim que se perde quando o talento se perde também.
Obrigada, Robin Williams, por toda a tua história.
Obrigada pelas gargalhadas.
Obrigada pelas séries, pela animação, pelo momento de relaxamento depois de um dia difícil.
Fica-nos a obrigação de homenagear o pedido da sua mulher. Vamos recordá-lo com a alegria que ele nos proporcionou.
“You’ll have bad times, but it’ll always wake you up to the good stuff you weren’t paying attention to.”
Robin Williams.
Joana Pereira, em nome de toda a equipa Séries da TV.