Azul teve a sua estreia oficial no mais recente Festival Tribeca Lisboa, onde foi exibido o primeiro episódio da nova série da OPTO, o serviço de streaming da SIC. Após a visualização do episódio, a jornalista Sílvia Lima Rato conduziu uma conversa com o realizador Pedro Varela e os atores Leonor Belo e Romeu Costa.
No início deste ano, o Séries da TV já tinha tido a oportunidade de conversar com Pedro Varela, sobre Azul, durante a Comic Con Portugal. Assim como nos contou nessa primeira conversa, Pedro diz que este projeto nasceu após Marco Paiva propor uma série ou filme que tivesse algum tipo de inclusão; as ideias principais vieram depois. Quando Leonor Belo, atriz com trissomia 21, soube desta ideia, ficou fascinada imediatamente e começou a sonhar com a possibilidade de se tornar a protagonista desta série. Pedro afirma que, por um lado, a pandemia ajudou a atrasar o projeto e a que Leonor crescesse e adquirisse ainda mais conhecimentos, após ter sido inscrita em aulas de representação.
Leonor, que interpreta a personagem principal, Olívia, na série, diz que sempre acreditou que pudesse um dia ser atriz. Ao ser questionada se sente que é um exemplo para outros aspirantes, no mundo da representação, com algum tipo de deficiência, diz que sim, mas que os outros também precisam de acreditar que conseguem e são capazes.
A série foi gravada em Lisboa (com muitas cenas do primeiro episódio a passarem-se na Fundação Champalimaud), nos Açores (São Jorge, Faial, São Miguel e Pico, onde era o centro das filmagens) e também foram passados alguns dias na Islândia. Por ser uma série que fala de baleias e mar, muitas filmagens também foram feitas em barcos, o que foi um desafio para a equipa de filmagem e para Leonor, que diz, entre risos, que passou mal em todas as viagens.
Romeu Costa, que interpreta o biólogo Steven e pai de Olívia, afirmou que participar esta série foi um convite irrecusável, por Leonor e tudo o que ela representa, pelos Açores e a particularidade que tem na história e identidade do país, pela questão das alterações climáticas e como se apaixonou pela história, ao pesquisar como iriam materializar a importância das baleias.
Quanto à produção da série, Pedro diz que já trabalhou noutras da OPTO, como Esperança, mas que Azul é uma dimensão que nasce do além. Para ele, quando se faz uma série “fora de casa (Lisboa)” e se leva toda uma equipa de produção até aos Açores, é um grande esforço, assim como andar no mar. Para além disso, é uma série com uma grande quantidade de efeitos visuais – são cerca de 250 por episódio, por se tratar de algo passado num futuro próximo, onde as tecnologias já são mais avançadas – e por conta das baleias.
Num momento que arrancou risadas do público, Pedro revelou que chegou a ouvir algo, que diz ser horrível, vindo de outras pessoas, “isso não parece ser português”, por conta da alta qualidade do projeto, que se pode notar desde a estética da série até aos efeitos visuais.
Azul conta com seis episódios e tem estreia prevista entre o final de outubro e novembro na OPTO.