Doce – 01×01 – Amanhã de Manhã
| 04 Out, 2021

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[Não contém spoilers]

Depois da estreia de Bem Bom no cinema, o fenómeno das Doce chega à televisão portuguesa distribuído por sete episódios semanais que podem ser vistos na RTP e na RTP Play. Baseada em factos e testemunhos reais, a série segue a história da conhecida girlsband portuguesa, desde a sua formação em 1979, até ao fim do grupo como era conhecido.

Tendo adorado o filme, soube desde logo que queria acompanhar também a minissérie. Se é difícil encaixar meia década de história numa 1 hora e 50 minutos (tempo do filme), a tarefa fica mais fácil quando se tem mais de 5 horas à disposição e é isso que pode ser comprovado desde logo com o piloto. As protagonistas são-nos apresentadas com toda a calma e cuidado, dando atenção aos detalhes, quer das suas vidas pessoais, quer profissionais. Ficamos a conhecer quem são Fá, Lena e Teresa antes de entrarem na banda que todos conhecemos. Quanto a Laura, o último elemento a integrar as Doce, prevejo que vamos conhecer mais dela em episódios futuros, visto que ficámos a saber muito pouco sobre ela pelo piloto. Ao dar-nos esta perspetiva sobre os membros da banda, ficamos a conhecer mais do que o grupo, mas as pessoas que o compunham, dando humanidade às mesmas. É percetível, quer pelos diálogos, quer pelas vidas levadas pelas próprias, que o mundo da música feminina em Portugal nos anos 70/80 não era de todo um mar de rosas cheio de glamour – e, tendo visto o filme, sei que isso será explorado ainda mais a fundo.

Tal como mencionei, o piloto permite contar esta história de forma não apressada, mas ainda assim o espectador sente que está a avançar na mesma, não fosse o piloto culminar com a formação da banda. Desta forma, ficamos com vontade de seguir a minissérie.

A nível técnico não tenho nada a apontar. Achei todo o episódio uma experiência imersiva com uma cinematografia minuciosa e cuidada e, claro, uma banda sonora de topo. Já o elenco, quer o principal quer o secundário, conta apenas com atores de renome cujas performances exemplificam precisamente o que significa boa representação e desaparecer no personagem. A atenção é canalizada para Ana Marta Ferreira (Laura Diogo), Bárbara Branco (Fátima Padinha), Carolina Carvalho (Lena Coelho) e Lia Carvalho (Teresa Miguel) e com razão, pois, para além de serem as protagonistas, presenteiam-nos com prestações exímias.

Prevejo que será uma viagem inesquecível da televisão portuguesa e que algumas barreiras sociais serão quebradas nos próximos episódios – barreiras essas que, embora vigentes no passado, continuam presentes nos dias de hoje. Se há minissérie portuguesa que é explicitamente feminista, eu diria que Doce é das que mais se aproxima desse feito. Recomendo portanto a visualização desta série, quer pela qualidade da mesma, quer pela importância geracional que as Doce tiveram e continuam a ter. Se já viste o filme, há muitos detalhes por descobrir na minissérie, por isso, não deixes de espreitar!

Ana Leandro

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