Comic Con Portugal: Codex 632, a história de Cristóvão Colombo
| 12 Dez, 2022

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No Golden Theatre da Comic Con Portugal, assistimos ao painel da nova série portuguesa Codex 632, uma adaptação da obra de José Rodrigues dos Santos. Com moderação de Filomena Cautela, o painel contou com a presença de José Rodrigues dos Santos (autor), Paulo Pires (ator que interpreta Tomás de Noronha), José Fragoso (diretor de programas da RTP), Sérgio Graciano (realizador), Pedro Lopes (guionista, criador de Glória para a Netflix), Ricardo Pereira (produtor da Globo) e Leonor Belo (atriz que interpreta Margarida Noronha). Contou ainda com mensagens em vídeo de Betty Faria (Luísa) e Ana Sofia Martins (Vitória).

A produção portuguesa, que estreará na RTP no próximo ano, segue um professor de História na sua tentativa de descodificar uma mensagem deixada por um historiador no Rio de Janeiro. Esta mensagem leva-o a descobrir mais sobre a história e verdadeira identidade de Cristóvão Colombo.

O público presente no auditório foi recebido pela energia calorosa de Filomena Cautela e teve ainda a oportunidade de ver o trailer da série, retribuindo com palmas e entusiasmo. Como primeira introdução à história, José Rodrigues dos Santos resume o livro como “uma investigação ao passado, baseada em documentos verdadeiros”. Explica que a história que conhecemos de Cristóvão Colombo é, na verdade, uma história pouco sustentada e o livro vem “cobrir os buracos” que podem ter sido esquecidos.

Pedro Lopes aborda a importância de refletir sobre o passado como uma maneira de refletir sobre o nosso presente. “A mim, pessoalmente, interessa-me muito a questão da construção da memória social”, desenvolve o guionista, destacando temas que ainda são relevantes atualmente como a identidade de género e questões relacionadas com o colonialismo nos Descobrimentos.

Já Paulo Pires, que protagoniza o historiador Tomás Noronha, recorda que leu o guião muito rápido e confessou à sua agente que era daqueles papéis em que “já não conseguia encarar a possibilidade de não fazer isto”, por já estar tão conectado com o personagem e a história. Sobre o personagem, aprecia que como historiador o Tomás é um herói com uma vertente mais intelectual e explica que houve um esforço para lhe retirar alguma destreza física, pois tornaria o personagem pouco coerente.

O realizador, Sérgio Garciano, fala acerca da escolha de Paulo para protagonizar a série: “o Paulo é a nossa bússola neste projeto“, visto que os caminhos que a produção poderia seguir se tornaram mais claros a partir do momento em que puderam associar uma cara principal a Codex 632. Fala também da responsabilidade de uma coprodução portuguesa/brasileira com o Globoplay e de toda a equipa sentir uma pressão geral para não falhar. Revela ainda que a banda sonora será composta por Rodrigo Leão.

Quando questionado acerca da posição da RTP na produção de grandes séries nacionais, José Fragoso aborda a importância do tempo de gravação deste tipo de ficção, pois, ao contrário da produção de novelas, “as séries exigem tempo”. Menciona como exemplos desta necessidade a adaptação de um livro para um guião e a procura por elenco, em Portugal e no Brasil.

O produtor da Globo, Ricardo Pereira, fala da crescente internacionalização das séries, com cada vez mais coproduções entre as televisões portuguesas e brasileiras. “O primeiro passo é nós nos habituarmos a ver os nossos programas”, aconselha o produtor, “e o segundo passo é nós levarmos os nossos programas para o resto do mundo”.

De seguida, tivemos uma mensagem de Betty Faria, que não conseguiu estar presente, mas mostra o seu enorme agrado por trabalhar em Portugal, assim como a importância de representar uma personagem com Alzheimer. Também em vídeo, chega-nos a mensagem de Ana Sofia Martins, que se orgulha de poder representar uma mulher densa e com muitas camadas.

Por fim, foi chamada ao palco Leonor Belo, a jovem atriz que interpreta Margarida Noronha, a filha de Tomás, que encantou o público com o seu carisma. A atriz aproveitou para agradecer a José Rodrigues dos Santos por ter incluído alguém com Trissomia 21 na história e no elenco e, claro, por ter sido a pessoa escolhida de entre tantas audições.

Codex 632 ainda não tem data de estreia definida, mas podemos contar com a série em 2023. Estreará em simultâneo na RTP e no Globoplay.

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