No domingo, último dia da Comic Con Portugal 2019, estivemos presentes na conferência de imprensa de Anthony Carrigan, mais conhecido pelos seus papéis de Victor Zsasz (Gotham) e NoHo Hank (Barry), série pela qual recebeu uma nomeação para ator secundário nos Emmy Awards.
Sempre com uma disposição e uma descontração agradáveis, esta sessão começou com uma piada sobre esse mesmo facto: mas que raio está Carrigan a fazer em Portugal quando tem o evento dos Emmys para a semana? O ator sorriu e prontamente afirmou que só podia ser um idiota se recusasse vir a Portugal. Esteve cá durante alguns dias antes da Comic Con e adorou a experiência – palavras dele!
Durante a conferência de imprensa, Anthony acabou por partilhar que quando soube que estava nomeado para um Emmy se encontrava em Nova Orleães, no primeiro dia de gravações do filme Bill & Ted; soube através de uma mensagem de Bill Hader. Mais acrescentamos que, aparentemente, uma das primeiras pessoas a dar-lhe os parabéns foi Keanu Reeves, na sua maior descontração. Aí sim, Anthony acreditou! Ora quem é que não queria ser congratulado assim?!
A maior parte das questões que foram lançadas a Anthony Carrigan foram precisamente sobre as suas duas performances em Gotham e Barry. No seguimento de uma das questões colocadas, Anthony falou da relação entre NoHo Hank e Barry – e da necessidade que a sua personagem tem em se aproximar tanto de Barry – e da forma como NoHo vê Barry como um assassino super porreiro, que sabe sempre o que está a fazer e, aos seus olhos, Barry é como um deus. Barry é uma série que Anthony adora fazer. Desde o facto de ele próprio ser fã, à resposta dos fãs ao projeto até ao facto de estar a ter uma ótima visibilidade.
O ator foi falando sobre a série, sobre a sua inspiração para o personagem, admitindo que se calhar muito do estado de espírito mais criança de Hank é dele próprio, que tem dentro de si uma criança de 8 anos que está sempre a fazer piadas, sempre a querer fazer amigos e a querer conhecer pessoas; e que, de certa forma, isso terá ficado no seu personagem na série.
Tivemos a oportunidade de ouvir imenso sobre esta série durante a conferência, inclusive sobre uma ou outra história por detrás das câmaras. Carrigan contou uma história em que, apesar de o guião estar escrito e muito bem, eles improvisam bastante e que Bill Hader tem a capacidade de, do nada, se sair com falas que nada têm a ver com o guião e Carrigan reage, respondendo, e de vez em quando é isso que fica na série que vemos. Fala especificamente de uma cena em que ele está ao telefone e do nada Hader começa a disparar falas todas trocadas que nada tinham a ver com o guião e Carrigan simplesmente incorporou NoHo Hank e respondeu. E assim ficou! Falou ainda um pouco sobre como gosta imenso de representar o papel de vilão, mas ao mesmo tempo gosta muito da possibilidade de ser versátil e poder também assumir outros papéis que não só o de vilão e de como isso é importante como ator.
Direcionado por uma pergunta na conferência, Carrigan falou da sua participação na série The Flash como The Mist e do quão bom foi filmar e conhecer o elenco da série, fazendo uma especial menção a Grant Gustin e à sua amabilidade como pessoa e como ator, que gostou imenso da participação que teve e que hoje em dia é super interessante ver como os personagens evoluíram desde então, uma vez que de vez em quando vai deitando um olho à série.
Desta vez entrando em Gotham, o ator falou um pouco de como pôs o seu pózinho mágico no personagem Victor Zsasz. Na realidade, Zsasz não era suposto ter um lado divertido, mas como Anthony, nas suas palavras, gosta de ser brincalhão, decidiu explorar esse lado do personagem, culminando naquilo que vemos hoje na série. No seguimento de falar um pouco da sua personagem em Gotham, Anthony Carrigan partilhou ainda um bocadinho sobre o paradigma do vilão. O ator acredita que cada vilão é o herói da sua história e que não é só o mau da fita, mas tem os seus desejos, as suas missões e, enquanto o herói tenta fazer o melhor para todos, o vilão está atrás do que é melhor para si. Talvez seja pela individualidade de cada história que o ator diz que se diverte imenso quando interpreta personagens deste género.
Para nos adoçar a curiosidade, Anthony mencionou dois projetos futuros que está a fazer para além da expectativa de uma 3.ª temporada de Barry. Primeiro, o filme Fatherhood, com Kevin Hart, e depois mais uma colaboração com Bill Hader no terceiro filme de Bill & Ted (Bill & Ted Face the Music).
Chegando ao final da conferência de imprensa, fechámos com um assunto mais sério. Anthony é abordado por uma correspondente sobre como é que ele/o resto da equipa promove a série Barry sem promover a violência associada à mesma (especialmente com o paradigma da violência com armas nos EUA). Anthony com toda a certeza diz que Barry não glorifica a violência. É tudo demasiado real e desconfortável cada vez que Barry mata alguém na série e isso acaba por fazer com que as pessoas que seguem Barry não se sintam compelidas a praticar a violência que é mostrada na série.
Encerrámos assim uma das sessões mais bem dispostas deste ano com um ator que tem tudo para daqui a uns dias estar a sair com um Emmy na mão!
Joana Henriques Pereira