Entrevista a Zachary Quinto de NOS4A2 (Nosferatu)
| 26 Mai, 2019

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No passado dia 23 de maio, o Séries da TV teve a oportunidade de se sentar à mesa com Zachary Quinto, conhecido pelas suas prestações em HeroesStar TrekAmerican Horror Story. Depois de cinco anos fora dos grandes e pequenos ecrãs, Quinto volta agora às luzes da ribalta como protagonista da nova série dramática e de horror do AMC, que estreia no dia 3 de junho, NOS4A2 (Nosferatu). Fomos saber um pouco mais sobre esta sua nova prestação.

Baseada no livro homónimo de Joe Hill, que ocupa também o cargo de produtor executivo, NOS4A2 (Nosferatu) é uma série que mistura o drama com o horror, tornando-a numa produção “entusiasmante e única”, afirma Quinto. O ator interpreta o papel de Charlie Manx, uma personagem que descreve como sendo, em última instância, uma alma dilacerada, devido ao facto de ter sido abandonado e negligenciado em criança. “Ele não pôs isso para trás das costas, levando-o a esta crença manipuladora de que está realmente a ajudar estas crianças. Na realidade, está apenas a servir os seus próprios interesses”, acrescenta.

Charlie Manx é um vampiro que se alimenta das almas de crianças e cuja aparência muda consoante a sua necessidade de se alimentar. Quinto refere que o processo de caracterização prévio ao início de cada dia de filmagens poderia levar entre 45 minutos a quatro horas, dependendo da idade que a personagem apresenta. Ainda que nem sempre tenha sido um processo confortável, “foi sempre recompensador”, garante, louvando o trabalho da equipa de caracterização.

Jami O’Brien (Fear The Walking Dead), criadora da série, e o seu espírito e energia colaborativa foram o que levaram Zachary a aceitar o papel de Charlie Manx. “Gostei da oportunidade de me transformar e de me imergir na personagem, de desaparecer verdadeiramente na fisicalidade e na evolução de quem ele é psicologicamente”, diz Quinto. Revela ainda que não teve nenhuma inspiração adicional para o papel para além do livro de Hill e da obra ilustrada que o acompanha. No que ao facto de Charlie ser um vilão diz respeito, o ator garante que gosta “de personagens interessantes e complexas”, sendo que o facto de serem vilões ou não “é secundário” para si em termos da sua relação com essas personagens.

Outra característica da personagem de Zachary Quinto é a sua voz. Esta também se altera, consoante a idade que aparenta ter. Ainda assim, não é gerada por computador e é sim a própria voz do ator. O facto de ter tido aulas de representação permitiu a Quinto aprender diversas técnicas de modificação e modulação da voz, conseguindo apresentar um tom diferente para cada idade de Charlie. Uma vez que, entre receber o papel e as filmagens começarem, o protagonista de Star Trek teve cerca de dois meses e meio para se preparar, salienta que antes de encontrar o tom certo teve de encontrar a fisicalidade correta. “Quando cheguei à fisicalidade havia apenas um tipo de voz que saía e eu dei espaço para que isso acontecesse”, relembra.

Os dois primeiros episódios de NOS4A2 (Nosferatu) foram disponibilizados aos meios de comunicação para que pudessem, depois, realizar entrevistas com os membros da produção. Desta forma, já circulam algumas reviews online que não pintam um bom cenário para esta nova aposta do AMC, dizendo que se focam demasiado no drama familiar de Vic (Ashleigh Cummings). Quando confrontado com estas visões negativas, Quinto responde, por entre risos, que os espectadores querem ver mais dele. De seguida, num tom mais sério, acrescenta que não lê reviews nem se incomoda com as opiniões das pessoas. Está “apenas contente por fazer parte da série e por a partilhar com a audiência”, afirma. Contudo, acrescenta que a temporada vai evoluindo, assim como a quantidade de horror presente à medida que os mundos de Charlie e Vic vão colidindo.

Zachary Quinto deixa no ar a possibilidade de vir a realizar um filme ou uma série. Está num ponto da sua carreira “onde gostaria de participar noutras experiências sem ser a representação”. Ainda assim, “é uma questão de encontrar a história certa e sentir[-se] conectado e inspirado pelo projeto certo”, finaliza.

Beatriz Caetano

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