Dois anos depois, temos o regresso de Sweet Tooth com uma 2.ª temporada que valeu a pena a espera.
Para quem esteve a dormir durante a pandemia da COVID-19 e em 2021 não acompanhou: Sweet Tooth retrata um mundo que foi destruído por um vírus e que coincidiu com o nascimento de criaturas híbridas, crianças meio-humanas, meio-animais. Na 1.ª temporada fomos introduzidos a este mundo e às (adoráveis) crianças híbridas, tivemos contexto do início do vírus e como o mesmo evoluiu e da vida atual neste mundo pós-apocalíptico. O peça principal é Gus (Christian Convery), um menino meio-humano, meio veado, e é com ele que vamos começar a viver esta aventura e a descobrir mais sobre estas crianças especiais e sobre um mundo dominado pelo medo e pela doença.
Por sua vez, a 2.ª temporada dar-nos-á a conhecer como o vírus apareceu e talvez uma forma de o travar. Não existe salto temporal de uma temporada para a outra, a ação continua a dar sequência ao ponto em que ficámos há dois anos. Somos apresentados a novas personagens, vamos ter várias respostas para perguntas que ficaram em aberto com a temporada inicial e novas dúvidas vão surgir.
A fórmula usada na temporada anterior repete-se nesta: a banda sonora sempre impactante e colocada na altura certa; o narrador que nos transporta para dentro de um conto de fadas; os flashbacks; os efeitos visuais e a caracterização das personagens. A fórmula funciona e torna a série diferente das demais de fantasia. Quero destacar o papel do narrador, que para mim tem um efeito diferenciador. Em cada episódio sinto que me estou a sentar e vou abrir um livro com vida própria e cheio de magia. É um pequeno pormenor, mas acho que funciona para nos criar o ambiente certo.
Existe a ideia de que Sweet Tooth é uma série de crianças e para crianças, mas não acho absolutamente nada! Sweet Tooth tem muita ação, tem emoção, tem drama e tem fantasia criada de uma forma muito realista. Nesta temporada houve mais crueldade e mais ação, mas também houve espaço para refletirmos sobre o sentido de família, da busca pelo poder, de perdemos a noção do que realmente é importante e da definição de casa. Deixo-te uma citação de Gus que eu achei deliciosa: “Well, it’s big and green and has maple syrup, and we jumping in the rocks! And when we go to sleep, we have this warm feeling in your stomach”.
A 1.ª temporada foi um sucesso, tendo entrado no top das séries mais vistas da Netflix, e a 2.ª temporada não está a ficar atrás, estando no top 10 das séries mais vistas da última semana. Se tens receio que seja uma série “fofinha”, podes estar descansado e entrar nesta aventura. Estás a perder uma série maravilhosa!
Melhor episódio:
Episódio 6 – How It Started, How It’s Going – Foi difícil escolher um episódio para destacar, todos estão repletos de ação e acontecimentos, mas o sexto tem uma reviravolta e uma notícia inesperada.
Personagem de destaque:
Bobby – Bobby é um dos híbridos, meio-humano, meio-marmota, e é um dos melhores amigos de Wendy. Nesta temporada tem um dos papéis mais corajosos e mais importantes para ajudar a salvar todos os seus amigos/irmãos. É a personagem mais pequena em tamanho, mas com tanta importância e destaque em quase todos os episódios. O mais curioso é que a personagem de Bobby é controlada por marionetistas, o que me surpreendeu, pois está incrivelmente realista.