Odio Il Natale (Detesto o Natal, em português), uma minissérie italiana já disponível na Netflix, é uma adaptação da série norueguesa Home for Christmas. Assim, se já viste a série mãe e gostaste, provavelmente irás espreitar esta também. Se, como eu, nunca viste Home for Christmas, permite-me que introduza uma breve sinopse: todos os natais a história repete-se e a família de Gianna, a protagonista, questiona-a sobre o facto de ela não ter um companheiro amoroso e por ainda não ter uma família. A 25 dias do Natal, Gianna atinge o limite e mente, dizendo que tem namorado e que o trará para a ceia de Natal. Agora terá de o encontrar; tudo para calar a sua família.

Muitos de nós já tivemos de lidar com questões semelhantes e que muitas vezes nos deixam verdadeiramente desconfortáveis. Assim, o piloto foca-se principalmente neste aspeto e mostra-nos como, tanto as amigas, os companheiros de trabalho e a família de Gianna, a encostam à parede e a levam a mentir.

Neste primeiro episódio já conseguimos conhecer bem Gianna e as pessoas que fazem parte da sua vida. Das partes que mais me agradou foi, sem dúvida, conhecer o sítio onde ela mora e trabalha, pois, realmente, a arquitetura italiana fascina-me e todos os cenários de Veneza e Chioggia têm um encanto adicional. Não sei como é a versão norueguesa, mas pelo menos esta consegue criar um sentimento de identificação enorme para com as famílias portuguesas – desde as infinitas questões da família às procissões religiosas.

Odio Il Natale é uma série bem levezinha e com momentos engraçados. Por um lado, gostei e achei que é ideal para a época. Por outro, quero mesmo ver este tipo de questões e abordagens familiares desconstruídas. Ainda assim, não sei se será esse o rumo. A minissérie é composta por seis episódios de 30 minutos e, por isso, vê-se bem rápido. Deduzo que passemos alguns destes episódios em busca do “namorado perfeito” para apresentar à família e que tudo culmine com a reação da família. Questiono-me se esta é uma daquelas séries em que, no final, Gianna realmente se apaixona ou se continua a viver a sua vida de solteira independente. Gostaria mais de ver a segunda versão, pois acho que comédias românticas com um final previsível e a glorificar relações amorosas já existem muito. Não temos todos de viver a mesma vida! Mas pronto, terei de continuar a ver e recomendo que faças o mesmo. É algo leve, engraçado e temático para quem adora esta quadra.