La Última é a primeira série original do Disney+ produzida em Espanha, mas parece que esta aventura teve uma descolagem um pouco turbulenta.
A série protagonizada por Aitana, cantora e atriz espanhola, e Miguel Bernardeau, conhecido pelo seu papel em Élite, segue as vidas das duas personagens interpretadas por estes dois atores, Candela e Diego, quando ambos tentam concretizar os seus sonhos: ela, o de se tornar cantora, ele, o de ser pugilista profissional.
A história da minissérie La Última não é, de todo, original. Cena a cena vamos passando por cliché atrás de cliché, testemunhando uma receita mais do que usada.
Além de a história ser desinteressante, as músicas originais e que fazem com quem todos fiquem apaixonados por Candela de original não têm nada, são apenas mais reproduções pop do que as estrelas seguidas por muitos adolescentes já fazem. Até o estilo de Candela é muito parecido ao do das grandes divas da pop da atualidade.
Não há muito a dizer sobre a série e os momentos que se podem destacar nem chegam a uma mão-cheia: houve dois momentos divertidos protagonizados por Diego nos episódios 2 e 3; Miguel conseguiu uma proeza que nem todos os atores conseguem: parecer realmente que está a conduzir um carro, pois o jovem de 25 anos teve o cuidado de manter os olhos na “estrada” e ir olhando para os espelhos, como um condutor comum faz; e a cena em que Fede (Aitor Luna) está a ver umas fotografias no telemóvel e o telespectador só as vê no reflexo dos seus olhos também foi bem conseguida. Tirando estes exemplos, não houve nada mais que valha a pena destacar.
La Última segue a fórmula já gasta de muitas outras séries juvenis, sem prezar pela originalidade e sendo previsível em todos os aspetos. Posto isto, além das excelentes prestações de Miguel Bernardeau e Luis Zahera, não há nada nesta série que me faça recomendá-la.
Melhor episódio:
Episódio 3 – La Última Película – No meio de cinco episódios mais previsíveis do que a previsibilidade, este destaca-se não pela narrativa, mas sim por os cerca de 50 minutos até terem passado depressa, ao testemunharmos uns bons momentos da relação de Candela com Diego.
Personagem de destaque:
Diego (Miguel Bernardeau) – Não é pedido muito dos atores, visto que seguimos uma narrativa muito simples, com pouco espaço para brilhar, mas tenho de destacar o desempenho de Miguel Bernardeau. Miguel destaca-se dos demais por ter tido um desempenho consistente, ao nível dos atores mais velhos, ao longo de todos os episódios. O ator tinha ainda um desafio maior do que os restantes, no qual foi bem-sucedido, visto que dá vida a um pugilista e isso requereu um nível de preparação física mais intensa do que a dos restantes membros do elenco.