Quando Andor foi anunciada fiquei logo muito curioso em saber o que vinha daí. O personagem Cassian Andor tornou-se num dos meus favoritos desde a sua aparição no universo Star Wars, no filme Rogue One, onde ele se torna num dos grandes heróis da chamada rebelião contra o Império. O espírito de luta e esperança ficou muito vincado no filme e a grande dúvida era se isso ia ser passado para a série do herói. Hoje, após estes 12 episódios da 1.ª temporada de Andor, digo sem sombra de dúvidas que a série é das melhores produções do Disney+ e do universo Star Wars.
Uma das coisas de que mais gosto neste universo é da fase em que o Império dominava e controlava tudo e foi nascendo um desejo de mudança que levou à Aliança Rebelde. No fundo, esta ideia de esperança e dos mais fracos se juntarem para mudar a Galáxia foi o que sempre me cativou em Star Wars. No entanto, nos filmes acabamos por ter sempre esta ideia de que tudo se passa à volta dos Skywalker. Existia uma lacuna que tinha de ser explorada que era precisamente esta: os rebeldes que nada têm a ver com os Skywalker e que precisam de lutar com as armas que conseguem pela sobrevivência. Para além disso, durante a série temos as contingências políticas, as lutas partidárias e a forma como esta célula rebelde tem de se esconder diante do Império. E quem são estes rebeldes? Bem, eles são todos aqueles que lutam diariamente contra a ditadura do Império Galáctico. Eles não são jedis ou têm a proteção da força, são seres humanos como qualquer um de nós e passaram a vida a aprender a sobreviver contra estas armas imperiais. Talvez seja isso que Andor explica de uma maneira que nenhum outro conteúdo de Star Wars o faz.
Ao longo destes 12 episódios vemos Cassian a passar por várias aventuras para tentar ajudar-se a ele mesmo e à mãe. Ele não se vê como um herói e não é retratado como tal. Fica bem claro que ele faz o que tem de fazer para sobreviver. No fundo, isso não nos impede de gostar da personagem porque entendemos o contexto das suas decisões. Qualquer erro e qualquer desatenção podem custar caro. Ainda assim, Cassian tem um grande coração e sabendo o que ele vai fazer mais à frente, é impossível ficar indiferente à personagem. Outra coisa que a série faz muito bem é mostrar como funciona o Império nestes casos de pequenas rebeliões, como é que os soldados atuam; percebemos até, de forma caricata, através de Syrill, que existe um desejo grande de algumas pessoas pertencerem ao Império, quase como se fosse um emprego super respeitado por todos.
Não há muito mais que possa acrescentar. São 12 episódios do melhor que Star Wars tem para oferecer. É uma série de ação, emoção, espionagem com tudo o que caracteriza o ser humano. Diria que é uma série com alma rebelde que traz de volta aquele sentimento de pertença e que nos leva às origens de Star Wars. É uma série que define o início da esperança e que bom que terá mais uma temporada!
A quem interessar, os dois primeiros episódios vão ser emitidos nos canais FOX, no dia 25 de novembro.
Melhor Episódio:
Episódio 10 – Neste episódio temos a fuga dos prisioneiros das instalações imperiais. É um episódio cheio de emoção e ação, com a forma como os prisioneiros se unem, sabendo que muitos deles não vão conseguir escapar, mas ainda assim lutam pela liberdade do outro é de deixar qualquer um emocionado. No fundo, esse espírito é o espírito dos rebeldes e, acima de tudo, é o espírito de quem muda a história e estes prisioneiros foram heróis.
Personagem de Destaque:
Mon Mothma – É certo que a personagem em destaque é Cassian Andor e, mais uma vez, Diego Luna arraso no papel, mas gosto de aproveitar este espaço para falar de personagens que não são as principais. Mon Mothma, brilhantemente interpretada por Genevieve O’Reilly, é uma das principais caras da aliança rebelde. Ela está presente em todos os grandes momentos e aqui vemos a dificuldade que passa ao ter de fingir uma vida de senadora, ao lutar contra o império e mesmo os problemas pessoais que tem. Ela é uma guerreira e vemos que não é por acaso que é uma das grandes figuras da revolução levada a cabo pelos rebeldes anos mais tarde.