Big Mouth – Review da 6.ª temporada
| 09 Nov, 2022
8.1

Publicidade

Big Mouth regressa com a sua 6.ª temporada e tem mais para ensinar e fazer refletir. Embora a 5.ª temporada tenha deixado muito a desejar, esta nova conseguiu elevar um pouco a qualidade da série, mas sem que chegue aos calcanhares dos seus primórdios. Embora seja uma bagagem que tem de tudo um pouco, uns episódios melhores e outros piores, revelou-se uma temporada bastante fácil para fazer binge-watch.

De momento, Big Mouth já não choca, mas tornou-se parte da família das séries de conforto. Muitos dos grandes problemas e tabus da adolescência já foram abordados em temporadas anteriores, especialmente no que toca à sexualidade. Ainda assim, esta temporada traz dinâmicas novas desde abordar a assexualidade ao amor depois de jovem. Fá-lo sempre de uma forma leve, mas bastante eficiente, passando mensagens extremamente relevantes, seja com personagens novas ou já conhecidas. A introdução de Elijah foi um novo elemento que trouxe à série uma forma de explorar não só a assexualidade, mas também a religião de uma outra perspetiva, mais jovem.

Esta temporada também mostrou de forma bem explícita a forma como o trauma geracional pode impactar os adolescentes, assim como a forma diferente como cada pai ou mãe trata os seus filhos. É sempre elucidativo ver como a única coisa que estes personagens partilham é estarem a passar pela puberdade e andarem na mesma escola. O episódio The Apple Brooch foi um bom exemplo de como, por vezes, as diferenças de classe podem impactar não só as oportunidades que as pessoas têm, mas também a forma como elas se relacionam. Finalmente, pudemos ver Andrew a reconciliar-se com o seu pai e este, por sua vez, com a mãe de Andrew, dando um pouco de paz a esta família de baixa classe económica.

Confesso que a maioria dos enredos dos relacionamentos românticos foram desinteressantes, desde Jay e Matthew a Andrew e Bernie. No final da temporada, nenhum dos dois resultou em nada, mas também isso faz parte da realidade da adolescência.

Parece que os criadores da série leram a crítica que fiz em relação ao excesso de musicais na temporada passada. Claro que as músicas continuam presentes, aliás, seria estranho se assim não fosse, pois trata-se de Big Mouth, mas elas servem um propósito e não se tornam repetitivas. Outra das críticas que fiz à 5.ª temporada foi a animação extremamente gráfica aleatória que não servia nenhum propósito. Nesta temporada já não senti isso e julgo que a série se conseguiu redirecionar novamente para o aspeto educacional.

Uma das características desta série sempre foi quebrar a quarta parede e fazer meta referências, pelo que desta vez arriscaram e mencionaram o spin-off Human Resources, onde Maury engravida de Connie. Este enredo acaba por continuar na série mãe.

Desta vez fiquei com vontade de ver mais da série e fiquei bastante feliz por saber que irá haver uma 7.ª temporada. Até lá, talvez espreite Human Resources!

Melhor episódio:

Episódio 10 – F**ked Up Friday – Embora esta temporada tenha tido a sua quantidade de episódios medíocres, também teve a sua dosa de extrema qualidade, daí que escolher entre o episódio 3, 6 e 10 não foi fácil. Acaba por ficar este por ser uma abordagem já conhecida, mas que assenta tão bem no contexto de Big Mouth. E claro que não é uma pura repetição de Freaky Friday, tem o toque cómico e aleatório da série. Grande parte da adolescência é, por vezes, não conseguirmos conectar-nos com as experiências dos nossos pais ou querer que eles sejam diferentes e vice-versa. Este episódio acabou por encerrar a série numa nota positiva, o que por vezes faz falta no mundo das séries.

Personagem de destaque:

Andrew Glouberman (John Mulaney) – Pela segunda vez consecutiva, a personagem que considero mais nojenta foi a minha favorita, pois finalmente abordaram de forma mais explícita o contexto em que cresceu e em que vive, desde uma família com pouco dinheiro a um ambiente tóxico causado pela relação infeliz dos seus pais, que dura desde o piloto. Nesta temporada, Andrew fez algumas coisas questionáveis, mas também se apaixonou a sério e perdeu a sua namorada. A mãe saiu de casa e ele julgava que os seus pais se iam divorciar. Passou por tanto e soube lidar com as situações e dar a volta por cima, reconciliando-se com o pai dentro dos possíveis.

Temporada: 6
Nº Episódios: 10
8.1
7.5
Interpretação
7.5
Argumento
9
Realização
9
Banda Sonora

Publicidade

Populares

estreias posters calendário novembro 2024 séries

Assalto a Paris Paris Has Fallen

Recomendamos