Les Papillons Noirs, inicialmente transmitida no canal francês Arte, chegou à plataforma de streaming Netflix na passada sexta-feira e vem carregada de suspense.
Esta é uma minissérie francesa cuja narrativa segue as memórias de Albert (Niels Arestrup) à medida que estas são partilhadas com Adrien Winckler (Nicolas Duvauchelle), um escritor que dará forma à história de amor de Albert e Solange (Alyzeé Costes).
A série navega entre o passado e o presente, por meio de flashbacks. É a materialização de memórias de uma vida, que torna qualquer espectador e personagem complacente com aquilo que está prestes a ser revelado.
Les Papillons Noirs respira mistério, sensualidade e violência, conseguidos pelos seus tons escuros e cumplicidade que se faz sentir entre os personagens.
Adrien é um personagem enigmático, envolto num mistério que aguça a curiosidade do espectador, sem, no entanto, deixá-lo completamente às escuras, já que a série não deixa de nos fornecer pequenos iscos dramáticos que a tornam mais rica do ponto de vista narrativo. Os três núcleos de personagens que nos são apresentados são igualmente prova disso. É certo que terão algum tipo de ligação, que, porém, ainda não é clara.
O primeiro episódio antecipa já uma viagem por traumas difíceis de superar, o que nos leva a questionar as verdadeiras intenções dos personagens e a própria realidade. Há uma intenção de expor a natureza psicológica das personagens, levando-nos a entrar no seu subconsciente.
A cena de abertura é algo abstrata e um tanto difícil de descodificar, o que, no meu caso, motiva a procura por respostas.
Acima de tudo, diria que é um primeiro episódio que nos enche as medidas. Não revela demasiado, nem deixa de alimentar o espectador. Boa aposta para os amantes de policiais franceses e todos aqueles que se quiserem aventurar neste universo.