The Chi, a série que acompanha o South Side de Chicago, volta para mais um ano com a sua 5.ª temporada, mas continua a deixar fugir muita da sua essência.
Ao longo dos últimos anos, The Chi tem vindo lentamente a perder o seu rumo e, infelizmente, acho que chegámos a um ponto de (quase) completa estagnação. As personagens estão lá, temos drama para dar e vender, mas quando pensei de que enredos queria falar hoje, foi difícil pensar em histórias verdadeiramente marcantes que se tenham passado nesta temporada.
A primeira grande storyline que me ocorre é a gravidez e consequente aborto de Jemma e o quanto este evento impactou uma rede de personagens à sua volta. Quando foi revelado que Jemma estava grávida, a minha primeira reação envolveu um revirar de olhos, já que tínhamos acabado de passar por isto na temporada passada com outra personagem, Keisha. No entanto, e dou os parabéns à série, acabei por conceder que podia ser uma história interessante. Conseguiram dar maturidade à relação de Jake e Jemma, confrontando-os com decisões a longo prazo, e uniram outras histórias paralelas, como o ódio de Jake por Bakari e uma consequente discussão com Papa, por ter apoiado o seu inimigo.
Continuando com Jemma por um bocadinho, adorei terem explorado mais a fundo a sua personalidade e a sua própria história pessoal, sem estar ligada a um triângulo amoroso ou à sua relação com Jake. A amizade que se desenvolveu entre ela e Maisha derretia-me o coração todas as semanas e esperava genuinamente por momentos entre as duas. De forma similar, adorei ver Maisha explorar o seu próprio rumo de vida e ir atrás de uma carreira como rapper. Sem dúvida que as duas personagens foram um ponto alto da temporada para mim.
Já histórias que me irritaram, temos bastante variedade: o triângulo amoroso Emmett/Kiesha/Tiff, Douda voltar a ter protagonismo, Trig esquecer Imani de um dia para o outro e ainda a falta de foco no trio original, Jake, Kevin e Papa.
Em relação a Emmett, por um lado fico feliz que finalmente tenha ganho algum juízo, mas por outro não havia necessidade deste drama todo para voltar para Kiesha. Pessoalmente, não sou grande fã da relação deles e achei que fazerem de Tiff a vilã foi uma escolha de muito mau gosto. A história de Douda é sempre a mesma todas as temporadas e tive de lutar muito para não passar as cenas dele à frente. Já com Trig, percebo que possa ter havido desentendimentos fora do ecrã que causaram a saída de Imani, mas esquecer uma relação tão importante de um dia para o outro e arranjar logo um novo interesse amoroso foi, no mínimo, estranho. Por fim, a série distanciar-se cada vez mais do trio original é também uma decisão que não faz muito sentido. É realista que amigos se afastem com o tempo e é verdade que abriu portas para mais desenvolvimentos das personagens a nível pessoal, mas a essência da série é esta amizade. Não me consigo lembrar de um único momento entre os três esta temporada e foi algo que me incomodou bastante.
Uma nota especial para Lynae, Bakari e Simone, três personagens que gostei muito de conhecer melhor nesta temporada e com histórias e personalidades muito interessantes de explorar. The Chi é claramente melhor a introduzir novas personagens do que a reciclar as mesmas histórias para as mais antigas. Espero que tenhamos mais foco neste trio para o ano!
The Chi teve uma 5.ª temporada muito estável, sem grandes desenvolvimentos, continuando a apostar apenas na familiaridade do público com as personagens. Espero que apostem mais em grande na 6.ª temporada. Até para o ano!
Melhor episódio:
Episódio 7 – Angels – Escolhi este episódio pela performance de todo o elenco após o aborto de Jemma. A representação e a forma como foi realizado fez-me mesmo sentir a dor destas personagens.
Personagem de destaque:
Maisha – Estive na dúvida entre Maisha e Jemma, pois foram ambas as personagens revelação da temporada. No entanto, o meu carinho por Maisha é mais antigo e foi tão bom vê-la a brilhar! Espero que continue a ter protagonismo no futuro.