É realmente bom poder contar com um novo episódio de House of the Dragon todas as semanas. Ainda melhor do que isso, é poder contar que vamos ver dragões a cada semana e Second of His Name vem provar que provavelmente poderemos mesmo ver estas criaturas em todos os episódios, por muito caro que seja fazer todos os efeitos especiais. Realmente vivemos em tempos únicos!
Mais um episódio de grande excelência na parte que toca à prestação do elenco e aos diálogos. Ainda que esteja a adorar a série, este episódio confirma as minhas suspeitas. Ainda não estou habituada à passagem do tempo. Isto é, no início de cada episódio somos confrontados com a realidade de que um grande período de tempo passou entre episódios – primeiro foi meio ano, agora entre o segundo e o terceiro episódios foram dois anos. O problema que encontro aqui é não sabermos grande coisa do que se passa nessa passagem do tempo e, depois, a passagem do próprio episódio é bastante lenta e, por vezes, um pouco filler. Por exemplo, nunca vimos se Alicent e Rhaenyra alguma vez discutiram depois da decisão de Viserys. E agora, neste episódio, temos uma Alicent já mãe de um menino de dois anos e com outro bebé a caminho. Como reagiu Rhaenyra ao nascimento do meio-irmão? Despreza-o? Ama-o? É-lhe indiferente? Já percebi que vou ter de me habituar a estas lacunas que podem até nem ser relevantes.
A nível de enredo não achei assim muito interessante a festa de aniversário, mas gostei de determinadas partes que permitiram perceber melhor o quão desadequado Viserys é para estar a governar Westeros e qual o seu pensamento em relação a quem irá herdar o trono. Falta saber se essas intenções serão cumpridas, visto que existem muitos que as questionam e como já se sabe vão querer levar avante os seus próprios interesses. Achei bastante interessante, no final, Viserys ter dado a Rhaenyra a liberdade de escolher com quem casar. Esperemos que Rhaenyra não seja demasiado rebelde ao ponto de casar com alguém apenas para contrariar o seu pai.
Embora esta parte do episódio tenha sido mais calma, compensou totalmente a espera pelos 10 minutos finais, com uma batalha épica como Game of Thrones já nos tinha habituado. A música que acompanha toda a reviravolta de Daemon é lindíssima. Mais uma vez, Matt Smith brilha de forma ímpar na forma como fala e se mexe. Devo dizer que achei toda a jogada previsível do ponto de vista do espectador. Claro que Daemon não ia deixar o seu irmão ficar por cima, depois de ter arriscado tanto. Esta guerra foi ganha pelo príncipe e quando os guerreiros que Viserys enviou souberem disso, provavelmente vão questionar-se sobre o papel do rei. Acho também que anda a faltar um pouco de violência e sangue na série. Não quero ser mal interpretada, pois sei bem que tanto Rhaenyra como Daemon acabaram com a cara e o cabelo cheios de sangue, mas não acho que as lutas estejam a ser muito visíveis. Exemplo disso é o último confronto de Daemon. Sim, ele traz o homem partido ao meio, mas não, não o vimos a tratar do serviço. Adicionalmente, quão bom é Daemon a escapar das flechas? Demasiado bom para ser verdade.
Ainda sobre esta cena devo destacar que o dragão de Laenor, Seasmoke, deve ser dos mais bonitos que já vimos até agora! E, finalmente, ouvimos um homem dizer “dracarys”. Pensei que seria Daemon, mas não foi. Continuo a preferir a versão feminina.
House of the Dragon continua com as suas profecias que trazem sempre dinâmica e profundidade à narrativa. No caso do veado branco achei bonito este ter aparecido apenas a Rhaenyra. Não deixa de ser irónico que quem acabe com a dinastia dos Targaryen, como sabemos, sejam os Baratheon, cujo brasão é o veado.
Concluindo, gostei deste episódio, mas soube a pouco. Os últimos minutos compensaram e tornaram-no um episódio memorável, mas espero algo superior na próxima semana. E não custava nada tentar criar melhores ligações e relações entre as personagens. Sejam elas de romance, amizade ou família é algo que não pode faltar se querem que as pessoas se importem com a série.