42 Dias en la Oscuridad estreou no passado dia 11 de maio, na Netflix, e traz-nos uma típica história a que todos já estamos habituados. Tudo parece ser quase perfeito, até deixar de ser. Resumindo, era apenas mais um dia normal até que, sem que nada o fizesse prever, Verônica Montes (Aline Küppenheim) é sequestrada numa localidade do Chile onde coisas destas simplesmente não ocorrem, pelo menos até àquele dia. Todos estão perplexos, ninguém sabe o que aconteceu, nem acredita no que acontece.

A história que foi trazida para o ecrã por Gaspar Antillo e Claudia Huaiquimilla é baseada em factos reais e, apesar de ter potencial para ser uma história interessante, entra num território minado por se tratar de uma história típica já muita badalada em tantas outras séries. Posto isto, depois deste primeiro episódio, não consegui perceber se se distanciará de todas as outras em algum ponto ou será apenas mais uma de tantas outras.

O primeiro episódio de 42 Dias en la Oscuridad não revelou ao público grande coisa sobre a história ou as personagens. Todas elas nos aparecem ainda bastante no anonimato (sabemos o nome delas e as suas inter-relações, mas pouco mais) e toda a sua história ainda está bastante difusa e com muitas questões por responder. O início leva-nos para um caminho da história, mas o fim é marcado por algumas outras opções. É aqui que o enredo se torna mais interessante e nos leva a pensar nas várias hipóteses sobre o que possa ter acontecido (sendo que quase todas elas provavelmente estarão erradas).

Tal como muitos outros thrillers, que quase sempre provam ser incompreensíveis, pois não se pode identificar uma única pessoa como antagonista, 42 Dias também nos deverá mostrar um crime que resulta de circunstâncias infelizes e histórias pessoais. Tudo isto permite que os espectadores tenham a sua própria opinião sobre quem poderia ser o criminoso ou quem nunca poderia ser, desafiando alguns dos seus preconceitos.

O cenário sombrio (algo a que séries do género já nos habituaram), juntamente com os locais, aumenta o impacto dos acontecimentos e encaixa bem no desenrolar dos acontecimentos. As gravações, que por vezes parecem um pouco desajeitadas, juntamente com atores desconhecidos (pelo menos para mim), também nos fazem mais facilmente acreditar que tudo aquilo está mesmo a acontecer no preciso momento em que estamos a ver.

Não sei o que esperar de 42 Dias en la Oscuridad depois do primeiro episódio. Não sei se a história se centrará mais nas personagens próximas a Verônica ou no processo de investigação, mas de uma coisa sei: espero que a incerteza ou o espanto se mantenham até ao último episódio e que esse último seja um culminar de algo que não me arrependa de ter visto.