Depois de quase dois anos de espera, Outlander regressa para uma 6.ª temporada com Echoes. E que regresso em grande! Para compensar todo este tempo de droughtlander, temos um primeiro episódio de 80 minutos. Pessoalmente, deixa-me feliz poder contar novamente com episódios semanais desta série que tanta calma me dá. Ainda que serem apenas oito episódios torne tudo agridoce. No entanto, uma 7.ª temporada com 16 episódios já está confirmada, assim como uma prequela.

Este episódio começou com um throwback bem necessário, narrado por Claire, e aqui conseguimos de imediato reentrar no mundo da protagonista. Não deixa de ser incrível o grande caminho que temos percorrido com estas personagens e não deixa de ser nostálgico pensar nos momentos mais iniciais da série. Mal nos ambientamos somos enviados, de forma inesperada, para um longo flashback dos tempos de Jamie na Prisão de Ardsmuir, em 1753. Normalmente considero que Outlander faz um ótimo trabalho a entrelaçar todas as suas cenas passadas, presentes e futuras. Desta vez senti que o fez de forma um pouco anticlimática e meramente estratégica, do género “queremos introduzir esta personagem, mas quando estávamos a abordar aquela época não achamos relevante, ou achamos que as pessoas se iam esquecer dos temas abordados, por isso, damos aqui uma contextualização bem longa e as pessoas vão sentir algo relativamente a este personagem”. Prefiro quando as séries seguem uma coerência e vão buscar estes aspetos ao passado e o espectador fica “uau, já não me lembrava disto, mas os guionistas pensam em tudo e está tudo bem conectado”. Com isto não digo que não goste do enredo, porque estaria a mentir. Julgo que toda esta questão da religião vai ser, sem dúvida, interessante de explorar – especialmente com todo o lado de Claire e Brianna, na medicina e engenharia, respetivamente, que poderão despoletar curiosidade e medo nos visitantes.

Ultrapassando esta preferência pessoal, o episódio foi um bom começo de temporada, pois, embora tenha levado o seu tempo a desenvolver-se, não incluiu cenas desnecessárias, pelo que todas elas contribuem para a construção de um futuro próximo. Futuro esse em que Claire luta por ultrapassar o trauma da temporada passada e usa as suas recentes descobertas para tal. Um futuro em que Roger e Brianna procuram formas de se desenvolverem pessoalmente nesta época após não terem regressado ao presente. Um futuro em que Jamie não abandona os serviços à coroa por muito que o deseje. Um futuro em que Fraser’s Ridge terá de lidar com convidados com formas de viver distintas, mas que aparentam poder vir a ser uma boa fonte de lealdade. Um futuro em que a relação de Marsali e Fergus poderá evoluir, quer negativamente, quer positivamente. Todos estas storylines parecem interessantes e de certa forma inovadoras para nos proporcionarem uma 6.ª temporada de qualidade.

A nível de cinematografia e a nível sonoro, o regresso de Outlander demonstra consistência e é impossível confundir esta série com outra – e, claro, é sempre entusiasmante ver como será a versão do genérico de uma nova temporada! As performances do elenco estiveram sempre num bom nível, sem nada que se destacasse pela negativa ou pela positiva.

Concluindo, é sempre bom voltar a casa depois de tanto tempo a vaguear por outras séries.