[Pode conter spoilers]

Chegou hoje à Netflix a série Que Grande Embrulhada! (Incastrati, no original) e o primeiro episódio tem um tipo de humor que me parece muito típico dos italianos. Não sou nenhuma especialista, mas já vi algumas produções deste país e acho que têm uma personalidade muito própria.

No centro da trama temos os cunhados Salvo e Valentino, interpretados por um duo de atores, Ficarra e Picone. Eles trabalham juntos a fazer reparações em casas particulares e quando vão para o primeiro serviço do dia encontram a porta do apartamento aberta, mas decidem entrar na mesma. A partir daí, uma série de decisões absurdas são tomadas umas atrás das outras e formam uma bola de neve envolta em… bem, numa série de coincidências também um tanto ou quanto absurdas. Sim, porque o proprietário da casa está morto (assassinado, aliás) na casa de banho e dá para imaginar o aspeto que daria se se soubesse que Salvo e Valentino tinham ali estado.

Estou a imaginar o meu pai a achar bastante piada a esta série. A sério, eu consigo ver o humor nisto tudo, ainda para mais porque um deles é completamente obcecado por policiais e a sua vida parece mesmo girar à volta disso, mas fizeram demasiadas piadas focadas nesta característica do personagem e para mim acaba por não resultar muito bem. Há alguns momentos engraçados, mas acaba por ser tudo um bocado exagerado, pelo que não é um tipo de humor para agradar a qualquer pessoa.

No entanto, até gostei bastante dos primeiros minutos do episódio, que nos deram a conhecer as vidas familiares dos personagens. Um deles vive com a mãe, que parece empenhada em fazê-lo consumir a maior quantidade possível de açúcar e lacticínios; o outro é casado com uma mulher gira – e aparentemente bastante mais nova – que leva a alimentação saudável bastante a sério. Também aqui tivemos uns momentos um pouco exagerados, mas que acho que acabaram por funcionar bastante bem. Penso que o facto de a ação, posteriormente, ter ficado confinada ao apartamento que foi o local do crime também ajudou a tornar o episódio menos dinâmico do que aquilo que poderia ser. No entanto, é um daqueles casos em que a questão não se prende tanto com a qualidade da série, mas sim com os meus gostos. Estou certa de que a série poderá encontrar o seu nicho, mas não me incluo no grupo.

Diana Sampaio