[Pode conter spoilers]
Temporada: 2
Número de Episódios: 4
As famílias Twala e Sello voltaram para mais umas quantas peripécias nesta 2.ª temporada da série sul-africana How To Ruin Christmas, mas desta vez juntaram-se não para preparar um casamento, mas sim um funeral. Juntar a época de Natal com a preparação de um funeral pode parecer algo um pouco estranho e que não combina de todo, mas How To Ruin Christmas: The Funeral mostrou que é possível juntar os dois temas sem descurar nenhum deles.
É obvio que a própria dinâmica da série, bem característica desde a 1.ª temporada, ajudou a que isso fosse possível. Se havia série capaz de juntar os dois temas e proporcionar-nos bons momentos era, sem dúvida, How to Ruin Christmas. Apesar de não ser o melhor plot que vão ver nos últimos tempos e, no meu entender, poderiam ter feito episódios mais curtos, pois achei alguns momentos bem arrastados, considero que no geral a série nos permite passar um bom bocado.
Não só pela história, que apesar de tudo eu até gostei, mas especialmente por nos permitir contactar com outros costumes e com outra língua que não somente o inglês. Definitivamente que isso dá um toque diferente a How to Ruin Christmas e é um dos motivos que me faz apreciar tanto esta série. Aliado a isso temos o facto de ser impossível ficar indiferente ao guarda-roupa, à banda sonora e até mesmo à cinematografia, que pode ser simples, mas é bastante atrativa.
Relativamente à história, gostei principalmente de terem ousado criar uma narrativa em redor de um funeral na época de Natal, embora a referência a esta época seja muito superficial, pelo que não acaba por ter muito impacto na narrativa principal; e de terem abordado temas que eu honestamente não estava nada à espera, como por exemplo a Beauty (Thando Thabethe) e o Sbu (Sandile Mahlangu) terem perdido um filho. É certo que poderiam ter aprofundado um pouco mais esse tema, que, infelizmente, é a realidade de muitos casais, mas considero que já foi muito bom terem-no abordado e da forma como o fizeram.
A história da Tumi (Busi Lurayi) para lá da narrativa da Gogo Twala (Nandi Nyembe) também foi bastante interessante e importante. Apesar de ter torcido para que Tumi e Khaya (Yonda Thomas) ficassem juntos, achei o pedido de casamento muito precipitado e, ainda que tivesse ficado triste por eles se separarem, fiquei aliviada com a decisão da Tumi de terminar as coisas, pois embora ela gostasse muito de Khaya, a vida que ele tinha idealizado para os dois não era a mesma que Tumi queria seguir. Tomar uma decisão assim é difícil, mas ainda bem que ela o fez.
Não sei se haverá 3.ª temporada, e honestamente não sei se quero. Por um lado sim, pois gostaria de saber o que vem a seguir, particularmente porque a história da Tumi ficou em aberto e algo me diz que ainda há várias possibilidades de histórias e peripécias que podiam ser contadas. No entanto, não sei se isso é suficiente para uma nova temporada nos moldes em que How to Ruin Christmas nos habituou. Bem, agora só nos resta mesmo esperar para ver. Se houver, escusado será dizer que irei ver.
Episódio de Destaque:
Here We Go Again (Episódio 1) – apesar de ter ponderado escolher o quarto episódio devido ao discurso deixado pela Gogo Twala, do qual eu gostei muito, acabei por, no fim, decidir escolher Here We Go Again não só pela forma como começou, que despertou logo em nós o interesse e curiosidade de querer saber o que levou até aquele momento, mas também pelo desenvolvimento que se seguiu. Considero que foi um bom início de temporada, e que o episódio conseguiu delinear bem aquilo que seria a base para os restantes três episódios.
Personagem de Destaque:
Tumi Sello – embora tivesse em mente escolher outra personagem, não só porque estas eram igualmente merecedoras de destaque, mas também porque já tinha escolhido a Tumi como personagem de destaque na 1.ª temporada, acabei por decidir escolhê-la novamente pois, sem sombra de dúvida, ela é a personagem que acaba por ter mais relevância na série, sendo que é ela que acaba sempre por se ver no meio das confusões todas, mesmo que neste caso nem tenha tido grande culpa. Para além disso, confesso que gostei um pouco mais de Tumi nesta temporada, comparativamente com a anterior.
Cármen Silva