Chegou ao fim a 1.ª temporada de Only Murders in the Building, a série de comédia dramática da Hulu que acompanha a história de três vizinhos, Mabel (Selena Gomez), Charles (Steve Martin) e Oliver (Martin Short), que partilham um gosto em comum por crimes e mistérios, o que os vai levar, após a morte de um dos seus vizinhos, Tim Kono (Julian Cihi), a investigar o caso por conta própria e a criar um podcast.
Ainda que crime e mistério sejam um género bastante comum, uma vez que o que não faltam por aí são séries deste tipo, e, portanto, possa ser um pouco mais difícil conseguir sobressair no meio destas, Only Murders in the Building não só conseguiu diferenciar-se, especialmente com a ideia da criação do podcast, como conseguiu corresponder às minhas altas expectativas ao longo da temporada. Estas já estavam ligeiramente altas mesmo antes de começar a ver a série, mas depois da visualização dos três primeiros episódios ficaram ainda mais elevadas, sendo que após estes a série não desapontou nem um pouco.
Apesar de não ficarmos extremamente espantados com o que nos vai sendo revelado, a série consegue de certa forma ser imprevisível. Embora eu não tenha ficado abismada com o facto de ter sido Theo (James Caverly) a matar acidentalmente Zoe (Olivia Reis), ou ter sido Jan (Amy Ryan) a matar Tim, por exemplo, isso inicialmente não era algo que me tivesse passado pela cabeça, sendo que eu só comecei a suspeitar de Theo no sétimo episódio, e é nesse mesmo episódio que nos é revelado efetivamente que tinha sido ele o culpado, e a suspeitar de Jan no final do nono episódio. Para te ser sincera eu pensava que o assassino de Zoe e de Tim fosse o mesmo, e que isso estava relacionado com os Hardy Boys, sendo que pensava também que a pessoa morta que aparece logo nos minutos iniciais de Only Murders in the Building fosse Oscar (Aaron Dominguez). Por um lado, eu até nem me importava que tivessem seguido essa linha narrativa, desde que existisse uma boa história por detrás disso, mas por outro ainda bem que não o fizeram pois tornou a série, a meu ver, menos previsível.
Totalmente imprevisível também foi aquele final! Como referi anteriormente eu pensei que a pessoa morta fosse Oscar, mas ao que parece é Bunny (Jayne Houdyshell). Para além disso os nossos três protagonistas acabam por ser detidos, algo que eu também não estava nada à espera. No entanto, isso acaba por explicar o porquê de Cinda (Tina Fey) ter criado um podcast denominado de Only Murderers in The Building. Resta-nos agora esperar ansiosamente pela 2.ª temporada para ficar a saber o que vai acontecer a Mabel, Charles e Oliver, e quem é que será o assassino desta vez.
Por falar nos três vizinhos, não posso deixar de mencionar o quão boa foi a dinâmica destes três personagens, ainda para mais sendo eles tão distintos, não só em termos de personalidade e de história de vida, mas também de idade. Foi sem dúvida das coisas que mais me encantou nesta série, juntamente com tudo o que envolvia o podcast (se este estivesse realmente disponível sem dúvida que o ouviria). Foi bastante engraçado acompanhar a criação e o desenvolvimento do mesmo, sendo que considero que definitivamente deu um toque diferente à série.
Isso, aliado ao facto de que está sempre alguma coisa a acontecer, e cada episódio terminar num cliffhanger faz-nos ficar agarrados à série do início ao fim. Confesso que esperei que a maior parte dos episódios já tivessem disponíveis para ver a restante temporada (acabei inclusive por rever os três primeiros). Eu não sei porque, mas, a não ser que sejam séries antológicas em que cada episódio conta uma história diferente, eu não gosto de acompanhar séries semanalmente. Não quero com isto dizer que faço sempre binge-watch (apesar de que aqui seria sem dúvida o caso, ainda para mais com episódios de somente 30 minutos), mas prefiro ver ao meu ritmo, independentemente de isso significar ver somente um episódio ou então quatro de uma vez. Portanto, admiro bastante quem consegue esperar semanalmente por um episódio, especialmente em séries como esta, em que queremos sempre ficar a saber mais e mais.
Posto isto, que venha então a 2.ª temporada!
Melhor Episódio:
The Boy from 6B (Episódio 7) – Apesar de achar que o último episódio também merecia ser destacado, não só pelo final, mas especialmente pelas cenas envolvendo o Charles que me fizeram rir bastante, ainda enquanto estava a ver The Boy from 6B já sabia que o queria/ia escolher como episódio de destaque, pura e simplesmente pela forma como foi feito. Este 7.º episódio é focado em Theo, que é surdo, pelo que a perspetiva que nos é dada tem em atenção esse facto, dando um toque diferente à experiência de visualização, algo que eu achei simplesmente sensacional.
Personagem de Destaque:
Charles-Haden Savage – É difícil escolher somente uma personagem, especialmente porque a dinâmica do trio é tão boa que qualquer um deles, ainda que por razões diferentes, merecia ser escolhido. No entanto, a minha escolha acabou por recair no Charles, não só pela história dele ao longo da temporada, tanto a nível individual como em grupo (particularmente a dinâmica dele com a Mabel, que foi uma das minhas coisas favoritas), mas também pela capacidade que a personagem teve em fazer-me rir, principalmente naquele último episódio.