[Não contém spoilers]
O pilot da nova série da Syfy, SurrealEstate, arrisca-se a ser um dos piores primeiros episódios que eu já vi.
Tim Rozon (Vagrant Queen) interpreta Nick Roman, um agente imobiliário que apenas tem no seu catálogo casas assombradas, ou lotes com um histórico menos simpático. Tim faz-se acompanhar de umas das melhores agentes imobiliárias da região, Susan Ireland, interpretada por Sarah Levy (Schitt’s Creek), que foi recentemente dispensada da agência para a qual trabalhava.
A série tenta mesclar estilos quase opostos – mistério, drama e comédia. E o resultado foi desastroso: piadas que parecem saídas de uma sitcom de 2004, uma narrativa muito fraca e praticamente sem conteúdo, e efeitos especiais tão maus, que até esses viram uma piada.
Pelo primeiro episódio, a narrativa não me parece fugir muito da seguinte premissa: em cada casa descoberta, Tim e a sua equipa investigam o histórico do lote, procuram algumas evidencias de episódios paranormais, e Susan ficará responsável pelas vendas. É durante essa fase de procura por episódios paranormais que a serie deveria despertar em nos alguma tensão e entusiasmo, mas não… A produção optou por colocar um personagem com uns óculos “super especiais”, capazes de verem fantasmas. Pelo meio, somos ainda confrontados com o facto de termos personagens com poderes sobrenaturais tais como mover objetos com a mente, algo nunca antes visto (só que não).
Também o facto de praticamente todos os personagens dizerem umas piadinhas, deixa-me desconfortável e sem a mínima vontade de criar uma afinidade com algum deles.
Em suma, um argumento que não convence, uma mistura de estilos tão acentuada e uma produção fraca tanto em fotografia como em efeitos, fazem de SurrealEstate uma série localizada bem abaixo de medíocre.
Deixo-vos com uma das muitas piadolas imobiliárias bastante cringes que aprendi com este episódio:
“Só o amor e o soalho de madeira é que duram para sempre.”!
Miguel Mendonça