7 Razões para Ver… This is Us
| 26 Mai, 2021

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This is Us, de Dan Fogelman, é uma série intensa, meticulosamente pensada, e arrebatadora – no melhor dos sentidos. A narrativa segue os momentos mais marcantes da vida da família Pearson ao longo de várias gerações. Desde o momento em que Rebecca (Mandy Moore) e Jack (Milo Ventimiglia) se conhecem, ao momento em que os filhos (e netos) do casal já são adultos e têm as suas próprias vidas.

A confirmação de que a próxima temporada de This is Us será a última da série chegou nas últimas semanas, para grande tristeza dos fãs. Contudo, apesar de triste, é também uma excelente razão para incentivar novas pessoas a mergulhar no mundo mágico e único dos Pearson, das suas relações, intrigas e histórias. Prometo que não te vais arrepender!

1 – Temáticas atuais e importantes

This is Us procura incluir tudo e todos, de uma maneira real e genuína. Lida com temáticas bastante importantes e cuja abordagem por outros escritores e realizadores nem sempre é a melhor. Questões como o racismo e a adoção são dois dos exemplos mais relevantes, abordando outras subquestões, desde a discriminação, ao sentimento de exclusão sentido por Randall (Sterling K. Brown). Por outro lado, com uma incrível performance e vivacidade por parte da atriz Chrissy Metz, que dá vida à personagem de Kate Pearson, temos a temática da obesidade, do aborto e da força de vontade associada a ambos os problemas, havendo inúmeras cenas em que as inseguranças e questões de saúde da personagem são abordadas. Adicionalmente, temos também outras duas temáticas de extrema relevância e que os argumentistas da série encontraram maneira de inserir na história da forma mais natural e verdadeira possível: a homossexualidade, com Tess (Eris Baker), e o vício (alcoolismo, neste caso), com a storyline de Kevin (Justin Hartley) e Nicky Pearson (Griffin Dunne).

2 – Um puzzle divertido de montar

A história de This is Us está pensada de uma forma extraordinariamente detalhada, sem qualquer tipo de lacuna narrativa, e com um seguimento obrigatório de todas as histórias e personagens. Por vezes são-nos apresentados novos momentos na extensa cronologia de This is Us e o seu seguimento e explicação tendem a demorar algum tempo a aparecer, mas são sempre inevitáveis. Nesta série tudo tem resposta. O divertido é ir tentando perceber quem são determinadas personagens, de que modo é que as suas histórias se interligam e quais vão ser os seus papéis e objetivos na série.

this is us

3 – Uma segunda família 

É mais do que natural sentirmo-nos parte da família Pearson quando mergulhamos em This is Us. Primeiro, é inevitável: quando Jack e Rebecca se apaixonam, os espectadores apaixonam-se também. Em segundo lugar temos as relações entre os membros da família, que, à medida que a narrativa vai avançando, vão também encontrando um lugar nos nossos corações. Tudo nesta série é, de certa forma, perfeito. As personagens, a história e os lugares proporcionam ao espectador uma experiência que, pelo menos pessoalmente, nunca tinha sentido: parece efetivamente que faço parte de uma família que não a minha. O conforto, o reconforto, o sentimento welcoming e wholesome são algumas das sensações de bem-estar que esta série oferece a quem a vê. Sempre que tenho um dia pior, sei qual é a solução: um episódio apenas e tudo fica bem.

this is us - tess e kevin

4 – As mágicas relações familiares, amorosas e entre estranhos

No seguimento do ponto anterior, as relações entre as personagens são uma parte crucial da dinâmica da história. Algumas das minhas relações de eleição são, sem dúvida, a de Randall e Beth (Susan Kelechi Watson): divertida, fugaz e real; a relação de Kevin e Nicky: duas pessoas que, apesar de diferentes, encontram um no outro um refúgio e uma compreensão que nunca antes tinham sentido; e a relação de Rebecca e Jack. Face a esta última relação há muito e muito pouco a dizer: não há amores assim (e, se há, são raros). A parte mais bonita de This is Us é a importância que dá a todo o tipo de relações – quer seja uma relação entre dois estranhos que nasce numa reunião dos Alcoólicos Anónimos, uma relação entre irmãos ou uma relação amorosa. A maneira como os criadores e escritores da série conseguiram trazer para o ecrã relações realistas, genuínas e cruas é maravilhosa. A empatia que criamos com estas personagens é algo único e que, regressando ao ponto anterior, faz com que nos sintamos parte da família.

this is us - jack e rebecca

5 – Rebecca, Jack e uma história de amor à primeira vista

És como eu e gostas de histórias de amor que te agarram e prendem ao ecrã? Se a resposta for sim, esta é a série indicada para ti. Dois mundos opostos encontram-se por obra do acaso numa noite do ano de 1972 e apercebem-se de que não sabem como é que alguma vez viveram um sem o outro. Partem numa viagem de vários dias rumo à outra ponta do país e pintam o amor como ele deve ser pintado: de forma intensa, incomparável e única. Este relacionamento dá origem a três filhos, Kate, Kevin e Randall, e a uma vida de sorrisos, gargalhadas e muitas, muitas lágrimas. Asseguro-te, não há nenhuma história de amor como esta!

this is us - jack e kevin

6 – Precisas de chorar? You’ve come to the right place

Até hoje, creio que não tenha havido um único episódio em que não tenha chorado. Às vezes uma pessoa só quer descontrair e escapar da realidade em que vive e, por isso, embarca numa viagem fictícia na esperança de encontrar um refúgio divertido, engraçado e reconfortante. Apesar de esse ser, muitas vezes, o caso de This is Us, também é verdade que nem sempre tudo é um mar de rosas. Aliás, na maioria das vezes não é, de todo, tudo um mar de rosas. De certa forma, é isso que torna a série tão bonita, tão única e magnífica: a emoção, os sentimentos, o quão realistas os problemas, acidentes e questões são. Deste modo, acaba por ser uma série com uma carga emocional bruta, intensa e pesada. Se não se chora por tristeza, chora-se por momentos bonitos, de felicidade ou de alívio. Às vezes nem há razão e as lágrimas escorrem na mesma.

this is us

7 – Um elenco de excelência

Mandy Moore (A Walk to Remember), Milo Ventimiglia (Gilmore Girls), Sterling K. Brown (The People V. O.J. Simpson) e Chrissy Metz (Breakthrough) são apenas alguns dos nomes conhecidos que This is Us traz consigo para os nossos ecrãs. Além de atores com experiência e de renome, os mais jovens são também uma parte fulcral da dinâmica da série: de Lonnie Chaviz e Logan Shroyer, a Hannah Zeile e Lyric Ross, a excelência com que entregam ao espectador as suas personagens é inigualável. No entanto, não é só a qualidade dos atores que dá a This is Us a sua força e magia estrondosas. É também a escolha cuidadosa e quase utópica dos próprios atores, na medida em que a atenção para que houvesse semelhanças, parecenças e trejeitos parecidos foi crucial para que se construísse um elenco como o de This is Us.

O que This is Us transmite aos seus fãs e espectadores é que, apesar de a vida nos brindar muitas vezes com momentos inesperados ou incidentes impossíveis de prever, que fazem com que os nossos caminhos deem uma volta de 180º, o importante é sabermos que a família, a nossa família, vai sempre ser o nosso chão, a nossa base e o nosso encosto. Esta história faz sorrir, rir alto e bom som, faz-nos ter debates interiores e falar sozinhos no quarto e questionar “porque é que isto aconteceu?”, e faz-nos chorar com uma emoção e sinceridade únicas. Por último, deixo aqui a minha frase preferida de toda a série e algo pelo qual procuro reger a minha vida: “There’s no lemon so sour that you can’t make something resembling lemonade”.

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