Chega-nos a 3.ª temporada da série de antologia do National Geographic, Genius. Esta série conta-nos a história, naquela mistura entre série e documentário ao estilo de Narcos ou de Mindhunter, de vida de um génio e cada temporada é sobre uma personalidade diferente. Uma coisa é garantida, a vida de qualquer uma destas pessoas não foi aborrecida. A 1.ª temporada foi sobre Albert Einstein, a segunda temporada de Genius foi sobre Pablo Picasso e a terceira, que estreou agora, é sobre Aretha Franklin. Já se sabe, contudo, que a quarta irá ser sobre Martin Luther King Jr..
Esta temporada é composta por oito episódios de uma hora de duração e mais uma vez mostra-me porque é que fiquei fã deste género de séries que pegam em algo factual contado de uma forma recreativa. Nunca fui muito apreciador daquele género de documentários onde temos as pessoas a falar para a câmara no meio e muitas das vezes a terem de fingir que não sabem o que vai acontecer apesar de o saberem e bem. Desta forma, temos a recriação de acontecimentos reais, mas contados de uma forma que nos permite vivenciar aquela história, criar uma ligação empática com a pessoa e, na minha opinião, aproveitar tudo melhor.
Este primeiro episódio manteve-me agarrado ao computador durante os seus 57 minutos e isso é mais do que muitos pilotos conseguem fazer (até porque muitos não têm esta duração, pelo que seria esquisito ficar agarrado ao ecrã depois de o episódio terminar). Sem entrar em spoilers, neste episódio somos introduzidos ao começo da história de Aretha Franklin, desde que era uma criança até ter encontrado o seu primeiro sucesso com a sua voz espetacular. No entanto, apesar de ter sido uma mulher de grande sucesso e reconhecida mundialmente pela sua voz, não teve uma vida fácil, como é do conhecimento público, e isso deve-se a três grandes motivos que vão ser explorados, e já começaram a ser, nesta temporada. Primeiro: ser uma mulher negra, numa altura em que era difícil fazer sucesso com qualquer uma destas caraterísticas; segundo, por causa da relação conturbada que tinha com o pai; terceiro, pela relação com o seu marido, Ted, que recria a que tinha com o seu pai. Uma relação de controlo e não de apoio incondicional.
Queria deixar uma nota de destaque para as atuações de: Cynthia Erivo, que interpreta Aretha de forma simplesmente fenomenal; de Malcolm Barrett, que traz Ted White à vida, conseguindo fazer dele um personagem odiável, mas realista, o que nem sempre é fácil; e, por fim, de Courtney B. Vance, que interpreta o pai de Aretha. Acho que as irmãs também poderão vir a ser mais exploradas, mas por enquanto os destaques foram estes. A nível musical, a série está muito, mas mesmo muito, bem conseguida, aliás, como seria de esperar de algo que vai contar a vida de uma das melhores vozes que o mundo já ouviu, sendo que temos várias oportunidades, também nós, de ouvir Aretha, seja em espetáculos, seja em treinos. Também conseguem recriar muito bem o ambiente e vida à volta do gospel naquela altura. Por último, diria que a série é uma boa oportunidade para quem conhece, e para quem não conhece também, de descobrir um pouco mais do que está por detrás das letras de Aretha, o que a motivava a escrever coisas como Save Me e muitas outras músicas.
Vou ver o resto de certeza, e tu?