Stargirl – Review da 1.ª Temporada
| 19 Ago, 2020

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[Contém spoilers]

Temporada: 1

Número de episódios: 13

Heads Up: se ainda não viram a 1.ª temporada de Stargirl e querem uma opinião do piloto antes de fazerem maratona, vejam a review do primeiro episódio aqui.

Stargirl foi o lançamento de 2020 da DC Universe; baseada na banda desenhada da super-heroína Courtney Whitmore e criada por Geoff Johns e Lee Moder, e do produtor executivo – com prática nestas andanças – Greg Berlanti, a série conta a história de Courtney (Brec Bassinger), que foi abandonada pelo pai ainda em criança e que dez anos depois embarca numa aventura sem precedentes.

A mãe de Courtney, Barbara (Amy Smart), anos depois de ter sido abandonada pelo marido, conhece Pat (Luke Wilson), um homem viúvo, mas que “noutra vida” tinha sido o sidekick de Starman, o principal super-herói da Justice Society of America (JSA) e que infelizmente foi morto juntamente com os restantes heróis pela Injustice Society of America (ISA). Pat ou Stripesy (na altura) ficou com todos os “artefactos” pertencentes aos heróis da JSA e após a família se ter mudado para Blue Valley, onde está a ISA sediada, o bastão cósmico que outrora tinha pertencido a Starman escolhe Courtney para ser a sua portadora.

Assim, Courtney torna-se Stargirl e depois de alguma reticência e medo de Pat, ele mesmo torna-se S.T.R.I.P.E., uma armadura feita pelo próprio que faz lembrar um transformer. Ambos acabam por descobrir que a ISA tem um plano maléfico que irá afetar não só as pessoas de Blue Valley, mas também do mundo inteiro. Até que Court percebe que não vai conseguir vencer os veteranos da ISA e começa a explorar os colegas da escola para que estes se tornem super-heróis. Yolanda “Wildcat II” Montez (Yvette Monreal), uma rapariga que costumava ser a mais popular e que de repente se viu numa situação de desprezo e gozo por parte de todos os miúdos da escola, torna-se Wildcat por intermédio de Courtney, pois esta consegue perceber as características de Yolanda e que podem ser muito úteis numa heroína.

Rick “Hourman II” Tyler (Cameron Gellman), um rapaz que perdeu os pais em criança depois de um suposto acidente de carro, ficou entregue ao tio, que o maltrata física e verbalmente. Rick, com a ajuda de Pat, acaba por descobrir que o seu pai foi Hourman e que tinha sido morto por vingança pela ISA.

Beth “Doctor Mid-Nite II” Chapel (Anjelika Washington) é uma miúda peculiar que não tem amigos e cujo passatempo favorito é passar tempo junto dos pais, até que conhece Chuck, os óculos especiais de Doctor Mid-Nite. Beth é inteligente e acaba por ser uma adição muito necessária à equipa.

Os quatro, juntamente com S.T.R.I.P.E., criam a nova JSA. Num episódio a meio da temporada, Pat descobre Justin/ Shining Knight (Mark Ashworth), portador da espada Excalibur e que tinha pertencido aos Seven Soldiers of Victory; acaba por ajudar a nova JSA nesta batalha, mas acabou por ser mais uma personagem com potencial, mas pouco explorada e compreensível ao nível da sua backstory para os espectadores de Stargirl.

Também em Blue Valley High descobrimos que os colegas de turma de Courtney não podem ser todos super-heróis, pois muitos deles são filhos dos vilões pertencentes à Injustice Society of America. Temos o caso de Henry (Jake Austin Walker), filho de Henry King Sr./Brainwave (Christopher James Baker), que a pouco e pouco vai descobrindo que tem os mesmos poderes que o pai. Depois há Cindy Burman (Meg DeLacy), filha do Dr. Shiro Ito/Dragon King (Nelson Lee), uma vilã bastante convincente e muito irritante, uma das melhores ao longo dos treze episódios. Temos ainda Cameron (Hunter Sansone), filho de Jordan Mahkent/Icicle (Neil Jackson), um miúdo normal que perdeu a mãe e que tem uma crush por Courtney.

Nesta 1.ª temporada de Stargirl contamos com uma cinematografia, efeitos especiais, o guarda-roupa, o argumento e realização muito bem conseguidos. Tendo em conta todo o elenco, é de fácil perceção que há personagens mal aproveitadas, dois deles são Pat e Mike (Trae Romano). Pat, que outrora tinha feito parte da JSA, acaba por ter um ar (peço desculpa pela expressão) muito pateta. Não se percebe bem a estratégia dos argumentistas em relação a este personagem, se seria dar-lhe um carácter mais cómico, é que Luke Wilson terá de certeza muito mais para dar. Mike tenho a esperança que seja aproveitado de outra maneira na próxima temporada e que não evidenciado como um miúdo mimado e ciumento como até agora.

Stargirl conta agora com uma renovação para uma 2.ª temporada, devido às suas personagens características, o grande enredo, sem floreados ou demasiado romantizado. Quem é fã das séries da DC sabe que por norma estas séries by CW começam bem, vamos esperar que a qualidade se mantenha e não descambe como em Supergirl ou The Flash.

Pode ser considerada mais uma série de super-heróis que acaba por estar ligada ao mundo de Arrowverse, que veio alterar o paradigma da televisão nesta temática e género. No entanto, é uma lufada de ar fresco, uma vez que abrange um público mais jovem, mostrando uma vertente diferente neste mundo de super-heróis e heroínas.

Melhor Episódio: 

Episódio 10  – Brainwave Jr. – Dos 13 episódios que compõem a série, todos eles muito bons, é o décimo que merece esta distinção. Os criadores pegam numa personagem que nos dizia pouco, Henry King Jr., um miúdo popular que perdeu a mãe ainda em criança, maltratado psicologicamente pelo pai e um pouco cobarde, e que se vê agora numa situação também ela um pouco peculiar: descobre que tem poderes. Ele consegue ouvir o que os outros estão a pensar e mover coisas com a sua mente. O pai está numa cama de hospital há algum tempo (depois de ter perdido uma batalha contra Stargirl) e Henry sente-se perdido e assustado. Durante o episódio, Henry descobre a verdade sobre o seu pai ser Brainwave e o que realmente aconteceu com a sua mãe, ficando do lado da JSA. Este episódio acaba por ter um final muito triste e inesperado, mas está muito bem conseguido, pois acaba por ser a primeira vez que a nova JSA trabalha em equipa.

Personagem de Destaque:

Courtney Withmore/ Stargirl (Brec Bassinger) – Pode ser cliché, mas a melhor personagem da temporada é sem dúvida Courtney/Stargirl, isto porque é ela que nunca perde a esperança, que junta os colegas da escola e vê as suas capacidades que poderão ajudar na guerra contra a ISA. Apesar de por vezes ser demasiado impetuosa e não pensar nas consequências das suas ações (que acaba por dar ênfase à personagem), Bassinger consegue dar o seu cunho próprio de cute teen girl que é ao mesmo tempo forte, corajosa e inteligente, que consegue distinguir o bem do mal e é muito protetora da sua família e amigos. A relação dela com Pat é um dos pontos altos da série, apesar, tal como mencionei, este ser um personagem pouco aproveitado. É de facto interessante ver como a relação de ambos evolui a cada episódio e como vai ficando mais fortalecida.

A 1.ª temporada de Stargirl já está disponível na HBO Portugal.

Margarida Rodrigues Pinhal

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