[Não contém spoilers]
Protagonizada por Martin Freeman e Daisy Haggard, Breeders explora o paradoxo parental em que é possível, ao mesmo tempo, amar-se um filho até ao fim do universo e irritar-se o suficiente com ele para o querer mandar para lá.
Escusado será dizer que, com estes protagonistas, a nível de interpretação não há falhas – mesmo atores recorrentes conseguem desempenhar muito bem os seus papéis. Destaca-se, principalmente, Martin Freeman, que consegue encarar o seu papel na perfeição sem que se consiga identificar um traço do ator na personagem. No entanto, na minha opinião, George Wakeman distingue-se por conseguir ser extremamente irritante – julgo que era o seu propósito e conseguiu-o – e, não me interpretem mal, mas consigo perceber a frustração do pai e também me apetecia gritar com ele.
Não considerei o enredo em si nada de especial, todos têm os seus problemas ao construir uma família e a encarnar o papel de pai. Ainda assim, esta dimensão por vezes não é muito bem explorada e acaba até por ser bastante romantizada. Aqui? Nem por isso… Além do mais, a forma cómica como foi desenvolvida a ideia acabou por trazer uma lufada de ar fresco a Breeders. Não sou de rir facilmente, mas o humor negro associado à série não consegue deixar ninguém indiferente, seja para adorar seja para odiar – eu gostei bastante e, sim, ri-me.
Confesso que embora aborde tópicos de uma forma totalmente não convencional e não romântica e com um humor fantástico, a história em si não me consegue atrair o suficiente para continuar a ver a série. Ainda assim, diria para darem uma chance ao piloto e fazerem o vosso próprio julgamento.
Ana Leandro