Miracle Workers: Dark Ages apresenta-nos uma visão moderna da época medieval e questiona cómica e ceticamente a moral dúbia e ignorância típicas da época. O elenco da 1.ª temporada retorna com novas personagens e novos desafios.
Depois de uma 1.ª temporada engraçada e inventiva, Miracle Workers: Dark Ages fica um pouco aquém. O grande ponto forte da temporada original, e que suportava os restantes elementos, foi a inventividade do enredo. Não que Heaven Inc. seja uma ideia completamente original, mas a maneira como foi tratada, a displicência da maioria dos trabalhadores, ingenuidade da novata e o desapego de quem perdeu noção da missão original criou um paralelismo com a nossa atual situação que não só funcionava como sustentava a série bastante bem. Dark Ages, no entanto, não me parece ter a mesma força.
Antes de mais, desiludiu-me e surpreendeu-me a falta de ligação com a temporada anterior. Primeiro porque me pareceu perfeitamente plausível que a storyline de Heaven Inc. tivesse mais para dar e que pudesse até ser transposta para a época medieval. Segundo, porque a própria ideia não me parece tão bem conseguida.
Apesar de se ter feito um bom trabalho em manter a ingenuidade e genuinidade da 1.ª temporada, a premissa não funciona tão bem. O olhar moderno sobre a época medieval é interessante e tem potencial para ser muito cómico, mas perde o “efeito surpresa” da 1.ª temporada. Parece nada mais que uma tentativa de recriar o relativo sucesso do formato anterior com um novo tema.
Não deixa de ser uma série engraçada, mas fica muito aquém do que poderia ser e, no rescaldo da 1.ª temporada, deixa muito a desejar.
Raquel David