[Contém spoilers]
Como sabem, há duas semanas, Batwoman teve a sua estreia na CW, juntando-se assim ao Arrowverse. Falámos, na altura, sobre o seu episódio piloto, cuja review podem ler aqui. Ora, uma vez que muito mudou na série entre este primeiro episódio e The Rabbit Hole, achámos que seria interessante e mais justo para Batwoman continuar a explorá-la e, por isso, aqui estamos.
A verdade nua e crua é que apesar de não retirar nada do que foi dito das minhas primeiras impressões em relação à série, o segundo episódio de Batwoman concerta muitos dos problemas que tive com a sua première. Primeiramente, o episódio não expõe informação de maneira tão óbvia e extensiva como o piloto. Todas as peças encaixam de forma muito mais natural e orgânica, sem nunca se tornarem demasiado confusas. A infância de Kate e Beth continua a ser um elemento explorado, mas de maneira muito mais organizada que no episódio anterior. Os plot twists que foram revelados têm agora bastante importância e levam a narrativas bastante interessantes.
Mesmo os flashbacks aparecem de forma menos redundante, adicionando peças de informação relevantes sobre o relacionamento da família Kane e implicando que houve alguém por detrás do acidente que levou à morte de Gabi e ao desaparecimento de Beth. Ajudam ainda a explicar em parte o porquê de Beth (ou Alice) guardar rancor em relação ao seu pai e à sua nova família, ainda que acredite que haja ainda mais por explorar sobre este assunto.
Até mesmo os momentos de narração viram melhorias significativas, acontecendo com menos frequência e complementando a ação. Kate continua a escrever a Bruce, mas surge também uma nova personagem na narração da série: Rachel Maddow empresta a sua voz a Vesper Fairchild, a voz dos mexericos de Gotham, que em tudo me faz lembrar a própria Gossip Girl (o que, admito, me fez sentir um pouco nostálgica).
Num episódio em que Kate e o seu pai entram em colisão em relação à identidade de Alice, tem lugar uma verdadeira corrida para ver quem chega primeiro à vilã, Jacob com intenção de colocar um fim a esta ameaça e ela com o objetivo de confirmar as suas suspeitas e possivelmente ter uma nova oportunidade de salvar a sua irmã. Novamente, Skarsten brilha no seu papel, mais ainda do que no episódio anterior, conseguindo também elevar a performance de Ruby.
Beth não é, no entanto, a única personagem que se destaca neste episódio. Ainda que Luke tenha tido o seu momento ao começar a perceber um pouco mais sobre a tecnologia por detrás do sucesso de Batman e o seu potencial em ajudar Kane na sua missão, aos meus olhos foi Mary quem, de entre as personagens secundárias desta série, mais se destacou. Em típico modo de pessoa demasiadamente sentimental, fui movida a lágrimas na cena que esta partilha com Kate, após ser atacada pelos lacaios de Alice. Desde cedo é estabelecido que, apesar das aparências, Mary tem muito mais que se lhe diga e a sua vulnerabilidade neste episódio é realmente tocante.
A relação entre Kate e Sophie continua ainda a ser um caso interessante. Definitivamente existem ainda sentimentos por resolver entre as duas e, dado o ritmo da série, pergunto-me quanto tempo demorará até que alguma delas (provavelmente Sophie) tome o primeiro passo para remendar a sua relação. Claro que existe o problema de Sophie estar casada, mas algo me diz que isso não irá durar muito… Veremos.
De modo geral, achei este episódio imensamente melhor que o primeiro, excetuando um pequeno problema que tive com uma das músicas no final do episódio, quando When the Party Is Over, de Billie Eilish, começou a tocar (atenção, não é que não goste da música!), mas pessoalmente não acho que se tenha encaixado bem com as cenas em questão. Adorei The Rabbit Hole e acredito que Batwoman está rapidamente a encontrar o seu caminho e, se continuar nesta direção, não me parece existir grandes razões para que não se venha a tornar numa boa série. Estou definitivamente ansiosa por mais e voltarei a encontrar-me convosco dentro em breve com uma nova review de Batwoman.
Inês Salvado