Os melhores episódios de Grey’s Anatomy (Parte 2)
| 21 Set, 2019

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A semana passada lançámos a primeira parte desta crónica sobre aqueles que, para nós, são os melhores episódios de Grey’s Anatomy e hoje apresentamos mais oito dos nossos preferidos. Para muitos, as temporadas iniciais representam a era dourada da série médica, mas estas mais recentes estão longe de ter sido destituídas de episódios marcantes para a história de Grey’s. A série mudou, mas também cresceu em muitos aspetos e com a popularidade de que ainda goza, quem sabe se não teremos mais dois, três ou até mesmo cinco anos de série. A cinco dias da estreia da 16.ª temporada, aqui ficam outros dos nossos episódios favoritos da série.

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Perfect Storm – 09×24: Os meus episódios favoritos são, muitas das vezes, os mais dolorosos de ver. O nome do episódio adequou-se bastante bem aos acontecimentos narrados e o mau tempo que se faz sentir lá fora traduz na perfeição uma série de tempestades emocionais: o fim da relação entre Cristina e Owen; a confusão que vai no coração de April, que ama um homem e vai casar com outro; Callie descobre que Arizona a traiu… Há também personagens em risco de vida. No entanto, para outros, a bonança parece ter chegado antes do final da tempestade: Jo e Alex, de um lado; Meredith e Derek de outro, com uma filha acabada de nascer. As circunstâncias foram um pouco assustadoras e fizeram crer que alguma coisa poderia ter corrido mal, mas não. No entanto, acho que é justo dizer que Callie e Arizona são as verdadeiras protagonistas deste final de temporada. A sua história, aliás, esteve muito presente durante toda a temporada, mas a certa altura convenci-me que as coisas estavam finalmente bem encaminhadas. Não estavam. O envolvimento de Arizona com Lauren e a descoberta de Callie foi uma verdadeira montanha-russa de emoções. Uma traição é sempre algo doloroso, principalmente entre duas pessoas que se amam, mas aqui é muito mais do que isso. Não se tratou apenas de algo físico, aconteceu porque Arizona ainda não é capaz de aceitar a perda da perna e continua a culpar Callie por isso e, na sua própria dor, não reconhece que a mulher também sofreu imenso com tudo o que lhes aconteceu naqueles últimos meses. O meu coração destroçou-se várias vezes durante a cena em que elas discutem, sobretudo porque achei que elas nunca mais seriam capazes de recuperar de algo assim. Arizona dirigiu a Callie palavras muito duras, difíceis de perdoar, mas a dor que se vê que ela também sente é indescritível.

CURRIE GRAHAM, JAMES PICKENS JR., SARA RAMIREZ, SARAH DREW

Sorry Seems To Be the Hardest Word – 10×09: Em vários anos de série, já vimos os nossos cirurgiões cometerem erros que custaram a vida dos pacientes, já os vimos a debaterem-se com decisões que não sabem se são as certas ou erradas, mas nunca tínhamos visto nenhum ser levado a tribunal. Callie foi acusada de negligência médica no caso de um atleta olímpico de snowboard que acabou por perder as pernas. Durante o episódio somos várias vezes levados a acreditar que Callie cometeu de facto erros, mas a acusação tenta fazê-la parecer culpada sobretudo por ter mostrado humanidade e ter dito ao paciente que lamentava o que tinha acontecido. Sabemos que não se trata apenas de mais um caso para a cirurgiã ortopédica, mas de um que a toca especialmente porque o paciente passou por uma situação que a faz recordar o que aconteceu com Arizona. Foi muito interessante sairmos um pouco do hospital e entrar num tribunal para explorar o lado mais difícil da carreira de um médico, lidar com o facto de que nem sempre há um final feliz para os pacientes. Foi muito bom ver os colegas e amigos de Callie presentes, a apoiá-la, bem como o pai.

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Do You Know? – 10×17: Este episódio centra-se na dinâmica da relação entre Cristina e Owen, explorando futuros hipotéticos para os dois, e poderia ter sido irrelevante para a história da série, mas resultou bastante bem. Não é surpresa para ninguém que Cristina sempre foi muito focada na carreira e nunca mostrou qualquer intenção de ter filhos, mas Owen sempre os desejou e pensou que Cristina pudesse abrir-se a essa possibilidade. Não é o tipo de questão em que dá para chegar a um meio termo. Ou se quer filhos ou não quer e não se trata de algo em que se possa fazer uma cedência, como aceitarmos ir acampar quando queríamos o conforto de um quarto de hotel. O episódio apresenta-nos duas realidades alternativas: numa, Cristina cedeu aos desejos de Owen e tiveram filhos; noutra, o casal continua sem crianças. Em cada uma delas, um teve o que queria e o outro não. Mas quão feliz é que se pode ser realmente quando aquilo que um quer torna o outro infeliz? Não é futuro para nenhum casal e este episódio mostra-nos que não há futuro, pelo menos a longo prazo, para Cristina e Owen. São duas pessoas que se amam, mas que querem coisas muito diferentes da vida e que, por isso, se tornam incompatíveis. É refrescante que Cristina se tenha mantido sempre fiel a ela mesma mesma, sem ceder. Sinto que muitas vezes, nas séries, justificam grandes mudanças nos personagens como crescimento pessoal, mas quantas vezes à custa daquilo que é a essência desse mesmo personagem? Cristina deixaria de ser Cristina se tivesse mudado de ideias em relação a algo tão importante como ter filhos. Nem todas as mulheres foram feitas para ser mães e não há nada de errado nisso.

JESSICA CAPSHAW, GEENA DAVIS

Staring at the End – 11×13: Entre os muitos desafios que os nossos médicos enfrentaram no decorrer da série, um dos que se destacou, para mim, foi o tumor cerebral de Nicole Herman. Neste episódio, Amelia dá uma série de palestras sobre o caso e o seu plano para remover o agressivo tumor da médica, enquanto Herman tenta ensinar o máximo possível a Arizona antes que seja demasiado tarde. Nicole nunca foi uma personagem particularmente querida – a sua reputação de ser fria e implacável precede-a, apesar de, neste episódio, percebermos que essa distância resulta do seu medo de se afeiçoar a alguém, sabendo que os seus dias estão contados. Este episódio funciona bastante bem pela maneira como está estruturado. Existem vários saltos temporais dentro do episódio e estes criam uma rotina e um padrão: vemos umas cenas da vida pessoal de Herman, Amelia faz a sua apresentação e as médicas pediatras tratam dos seus pacientes. O ritmo apressado que esta estrutura confere à história traduz o sentimento de urgência e de ânsia sentido pelas personagens, que culmina com a revelação de que o tumor de Nicole progrediu mais rápido do que aquilo que se esperava e precisa de ser operado imediatamente (algo que, claro, fica para o episódio seguinte). É assim que o episódio termina: com a vida de Herman em jogo, com a passagem de testemunho para Robbins e com um dos maiores casos da carreira de Amelia mesmo à sua frente. No geral, um episódio completamente emocionante e imersivo, capaz de deixar qualquer um colado ao ecrã.

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How To Save a Life – 11×21: A morte de personagens principais não é algo de novo em Grey’s. São muitas as que já partiram da série, mas, ainda assim, dizer “adeus” não se torna mais fácil. Após evitar a morte várias vezes no decorrer da série, ao sobreviver tanto ao tiroteio como à queda do avião, Derek vê o seu fim chegar na forma de um camião, que colide com o seu próprio veículo. É um fim com um toque bastante amargo, uma vez que o médico sobrevive a outro acidente do género neste mesmo episódio, do qual emerge como herói ao conseguir salvar todos os outros envolvidos. Na sua maré de azar, Derek não é levado para o hospital onde trabalha, acabando, em vez disso, num local que não está de todo preparado para lidar com emergências deste tipo. A minha parte preferida e, talvez, a mais frustrante deste episódio, é o facto de Derek estar ciente daquilo que ocorre à sua volta, mas incapaz de o comunicar. É agonizante ver a situação do nosso McDreamy deteriorar-se até que nada mais há a fazer, quando tudo poderia ter sido facilmente evitado. Igualmente dolorosas são as cenas com Meredith, em especial quando esta tem que tomar a decisão de desligar o suporte de vida de Derek. A sequência de flashbacks do casal ao longo das temporadas é uma verdadeira fonte de lágrimas e quando Chasing Cars começa a tocar não há quem resista.

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Guess Who’s Coming To Dinner – 12×05: Há muitos episódios em Grey’s emocionantes por se tratarem de questões de vida ou de morte, mas este Guess Who’s Coming To Dinner primou pela tensão e pelo drama sem que ninguém corresse perigo. O episódio junta vários dos nossos médicos num jantar, em casa de Meredith, que nos apresenta Penny, a nova namorada de Callie. No entanto, Penny não é apenas uma personagem nova, mas sim uma das médicas que tentou tratar Derek. Meredith e Penny reconhecem-se imediatamente, mas nenhuma das duas menciona nada e a situação só explode quando se sentam todos para jantar. Para aqueles que, como Meredith e Amelia, amavam Derek, imagino o quanto possa ser difícil terem ali à frente delas uma das pessoas que consideram responsável pela morte dele. No entanto, todos naquela sala são médicos. Médicos que sabem que nem sempre é possível salvar os pacientes, médicos que cometeram erros, médicos que já estiveram sujeitos às ordens dos seus superiores. Penny é quase tratada como se tivesse executado Derek e se há coisa que pudemos perceber sobre ela do episódio em que Derek morreu é que ela teria sido a única possibilidade de o neurocirurgião se salvar. O episódio não só coloca em análise o quão ingrata pode ser a profissão de médico pelos pacientes que se perdem, como explora a forma como cada um lida com a dor de forma diferente. Penny será sempre uma personagem pouco popular na história da série, mas mostrou uma dignidade de que muito poucas pessoas seriam capazes ao lidar com a situação e conquistou-me logo ao início. Ainda agora vejo este episódio com a mesma sensação de tensão da primeira vez.

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Ring of Fire – 13×24: O hospital encontra-se novamente em lockdown após a fuga de um violador no episódio anterior – violador o qual Stephanie conseguiu deter, ao pegar-lhe fogo depois de este ameaçar uma criança. Neste episódio, a médica lida com um novo problema: o hospital está agora a arder e não há como sair. Com muito esforço (e a grande custo pessoal), Stephanie passa a duração deste episódio a tentar salvar Erin, a jovem rapariga de quem falamos. São vários os momentos em que parece que tudo está perdido, mas, em conjunto, as duas conseguem sobreviver ao perigo o tempo suficiente para serem encontradas por Ben. Este é um grande episódio para Edwards, não só por esta ser uma autêntica heroína, mas também por marcar a sua despedida da série. Stephanie decide que passou demasiado tempo da sua vida em hospitais e que está na altura de realmente viver. Mas Edwards não é a única que vê a sua vida a mudar, com este episódio. Aqui, começa o interesse de Ben em tornar-se bombeiro, Eliza é despedida e Megan regressa a casa. Ring of Fire destaca-se assim por ser um episódio preenchido e interessante que chegou numa altura em que a série precisava bastante dele.

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Silent All These Years – 15×19: Na memória recente da série, há claramente um episódio que se destaca de todos os outros. Silent All These Years mergulha de cabeça em questões de violência doméstica e agressão sexual, tendo Jo Karev como ponto central do episódio. A história, dividida em duas partes, segue o reencontro entre Jo e a sua mãe biológica, a par com o caso de uma paciente que foi violada. Nada neste episódio é fácil de engolir. Jo descobre que a razão pela qual a sua mãe a abandonou foi por esta ser o produto de uma violação e, de volta a Seattle, a situação da sua paciente traz ao de cima sentimentos reprimidos que, eventualmente, levam a médica a atingir o seu ponto de rutura. Mas, durante o episódio, uma coisa se torna clara: todas estas mulheres são sobreviventes que lutam todos os dias para continuar com as suas vidas apesar daquilo por que passaram. No geral, este é um episódio bastante forte, tanto a nível do seu tema como da maneira como este é explorado. São muitas as cenas que se destacam, mas aquela que certamente fica na memória de todos é a cena em que várias funcionárias do hospital se juntam no corredor em apoio a Abby, a paciente, quando esta é levada para a sala de cirurgia. É uma mensagem clara de união e solidariedade, extremamente relevante no panorama social de hoje em dia. Igualmente relevante é todo o diálogo que decorre em volta da questão do consentimento, através das cenas entre Ben e Tuck e também em todo o procedimento de recolha de provas da violação de Abby. Este episódio prova que um bom tema e uma boa execução são tudo aquilo de que Grey’s precisa para continuar a criar episódios que ficarão para sempre na memória daqueles que seguem a série e que existem ainda muitas conversas a explorar na televisão.

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