Na passada terça-feira decorreu, em Lisboa, a conferência de imprensa da HBO Portugal, assinalando o lançamento do novo serviço de streaming no país. Sendo que o evento contou com a presença dos atores Rodrigo Santoro (Westworld) e Stephen Dorff (True Detective), tivemos oportunidade de falar com este último e saber um pouco mais sobre a sua experiência enquanto ator em True Detective.
Stephen Dorff assume-se como um grande fã da série, mesmo antes de fazer parte dela. “Quando a série estreou fiquei ‘Caramba! Que argumento fantástico, é diferente de tudo o resto’. Todos os domingos sintonizava na HBO para descobrir o que ia acontecer a seguir.”, confessou Dorff, referindo até que esta é a melhor série desde The Sopranos.
Dorff interpreta o papel do Detetive Roland West na 3.ª temporada da aclamada série criminal de antologia True Detective. Sendo notório o impacto positivo que a 1.ª temporada teve junto do público, parece que, infelizmente, a segunda não conseguiu acompanhar o ritmo da sua predecessora, perdendo-se nas entrelinhas. Stephen Dorff afirma que as opiniões são unânimes: “a série está de volta.” “Acho que sabíamos que estávamos a fazer algo bom.”, refere o ator, acrescentando que o feedback recebido sobre a mais recente temporada é bastante positivo.
Stephen Dorff tem uma carreira preenchida por participações em filmes, sendo pontuais as aparições em séries, maioritariamente um episódio aqui ou ali; no entanto, revela que não se preparou de forma diferente para este papel do que aquela com que se preparou para papéis em filmes. Destaca até o facto de o argumento da série estar tão bem escrito que o seu trabalho enquanto ator ficou facilitado relativamente à preparação para a sua personagem. “Não tive de fazer grande coisa, na verdade. Não tive de melhorar nada; estava tudo tão bom no papel que apenas tinha de o representar e torná-lo realidade.”
Ao lado de Mahershala Ali, o co-protagonista de True Detective refere que ambos “deslizaram” de década para década, começando nos anos 80 e acabando com ambos já idosos. “Fizemos esta caminhada louca. Foi como um filme de oito horas”, relembra o ator, mencionando que a série se torna especial pelo facto de se focar em duas personagens e contar a história da sua amizade. “É uma oportunidade especial para um ator. Muitas destas séries têm 50 atores, como Game of Thrones ou Westworld, e esta [True Detective] é sobre a relação entre dois detetives, como a primeira [temporada]”, diz Dorff, acrescentando que em filmes nunca teve a oportunidade de ver uma personagem desenvolver-se como com Roland.
Uma vez que a sua caracterização para o Roland mais velho, em 2015, leva cerca de 4h30 a fazer, Dorff reitera que o trabalho feito em sete meses na concretização da série foi ambicioso. “É preciso paciência, porque quando está finalmente feita [a caracterização] o dia de filmagens começa e tenho de usar aquilo o dia todo. Com sorte não sai e se estiver ao sol começa a derreter [risos]. É difícil e é um desafio.”
As longas conversas no carro são uma das cenas icónicas da 1.ª temporada que voltaram a estar presentes nesta terceira. Para Stephen Dorff essas conversas no carro foram o ponto de partida para tanto ele como Ali encontrarem as suas partes nas personagens que interpretavam. Estas cenas em particular “ditaram o tom sobre quem eram este tipos”.
Sem qualquer espécie de spoilers, Stephen refere que a season finale de True Detective será chocante e que se podem esperar muitas respostas no episódio 7, sendo este o preferido do ator. “[O episódio 8] vai até outro nível, é simplesmente maravilhoso e poético, não é o que se está à espera. É o culminar de tudo”, termina Dorff.
Beatriz Caetano