Muito resumidamente: f-a-n-t-á-s-t-i-c-o! A fasquia continua elevada em How To Get Away With Murder na reta final da temporada mais emocionante desde a primeira, estando toda a produção de parabéns por conseguir dar ao espectador um episódio tão bom.
Be the Martyr trouxe novamente aquela sensação de nervoso miudinho, em que estamos atentos a todos os movimentos, ansiosos por descobrir o que vai acontecer a seguir. Desde a revelação do assassinato da temporada que esse sentimento não se fazia sentir e foi bom voltar a passar 40 minutos à beira duma insuficiência cardíaca (um pouco exagerado, mas percebem onde quero chegar: foi um episódio do caraças).
Por enquanto, o plano de Nate está a funcionar às mil maravilhas. Os planos anteriores para se safarem dos outros homicídios também tiveram de ser bons, visto que nenhuma das nossas personagens está na prisão, contudo parece-me que nunca houve nenhum tão bem pensado como este. Quer Miller fosse inocente ou não, o facto de estar envolvido com Gabriel só abona a favor de Bonnie e Nate.
Por falar em Bonnie, haverá alma mais sofredora do que esta? A sua vida não passou de tristeza e amargura até conhecer Miller e até isso foi sol de pouca dura. No entanto, é nos momentos difíceis que se vê quem são aqueles que verdadeiramente gostam de nós e só tenho a dizer que Frank, apesar de psicopata, é o melhor amigo que se pode pedir. Sei que Bonnie e Frank já se tinham enrolado na altura em que ainda estudavam, mas nunca tinha olhado para eles como um potencial casal. Well… Esta perspetiva mudou. Frank e Bonnie são o novo OTP. Acho que nunca ninguém se importou nem se vai importar tanto com Bonnie como Frank.
Outro casal improvável prestes a surgir é o de Annalise & Emmett. Quem diria que Emmett se iria atirar assim à força toda a Annalise? Eu nunca imaginei! Mas não creio ser desta que a advogada mais conhecida de Filadélfia e arredores encontre o seu “feliz para sempre”. Acho que a sua verdadeira felicidade é resolver casos jurídicos complicados da forma que ninguém preveria, como voltou a fazer neste episódio, arrasando sem sair do escritório.
Dediquei algum do meu tempo a pensar como poderia estar Gabriel ligado a Miller e ocorreu-me que, sabendo a Governadora da tentativa de adoção de Annalise, com certeza terá ido mais longe e investigado todos aqueles envolvidos com AK, descobrindo que Sam teve um filho, Gabriel. Muito provavelmente, Denver, o antigo Procurador-Geral, teria suspeitas em relação à inocência de Annalise e companhia numa data de situações e partilhou-as com a Governadora. Esta terá contactado Gabriel no sentido de o pôr ao seu serviço, infiltrando-se nos Keating 4 para tentar descobrir possíveis pontas soltas. Miller, também ao encargo da Governadora, seria o intermediário, o que me leva a crer que, inicialmente, Miller se tenha aproximado de Bonnie com a intenção de descobrir alguns podres. No entanto, creio igualmente que se tenha realmente apaixonado por Bonnie e que, à data da chamada telefónica na cabine, já nem estivesse a trabalhar para a Governadora.
Gabriel torna-se, assim, no bode expiatório perfeito: o ADN falso detetado na arma que o pai de Nate supostamente usou para tentar balear o guarda teve de ser colocado por alguém e esse alguém poderia muito bem ser Gabriel, visto que aquela gravação de voz só o faz parecer culpado. E adivinhem quem também poderia ter matado Miller? Exato. Gabriel, a mando da Governadora. O plano é perfeito, não há dúvida. Perdão, tem tudo para ser perfeito, porque o fator Teagan pode deitar tudo por água abaixo. Das duas uma: ou Teagan revela as suas suspeitas à senhora do FBI ou morre. Ou talvez ambas. Façamos figas para que tudo corra pelo melhor.
E quem será o mártir desta história caso as coisas deem para o torto? Calculo que seja Nate a assumir as culpas por inteiro e quem sabe se não será esta a forma de o tirar da série de vez.
Beatriz Caetano