[Contém Spoilers]
O episódio desta semana estendeu a passadeira para a batalha final, num ambiente de alianças ainda algo confuso. Serviu também para colocar um ponto final em alguns capítulos com pouco mais a explorar e a dar à série, mas por outro lado não foi ainda desta que outras narrativas que se arrastam há demasiado tempo viram a sua conclusão.
Quando falo em capítulos que se encerram refiro-me a Inglaterra: foi palco de momentos altos de Vikings, de conquistas, de batalhas, de jogos de bastidores, de amizades improváveis entre povos com crenças muito distintas, mas, aos poucos, os protagonistas foram saindo para outras paragens, as ameaças ao reino foram sendo eliminadas e a paz foi-se instalando, motivo pelo qual não julgo que retornemos a estas terras até ao final da série.
Do núcleo viking restava-nos, em Wessex, Ubbe, a sua mulher Torvi e Lagertha. Ubbe esteve em grande destaque neste episódio e ainda bem, providenciando o melhor momento desta semana, num combate corpo a corpo, bem coreografado, com imprevisibilidade até ao final e que selou com estilo a passagem dos vikings por Wessex. Gostei particularmente dessa sequência porque marcou também o regresso de Ubbe às suas origens – aquela viragem para a cristandade sempre me parecera demasiado forçada e confirma-se a sua fidelidade aos “seus deuses”. Já Lagertha, continua sem o destaque merecido, mas os flashbacks desta semana e a decisão de acompanhar Ubbe de regresso a casa podem dar-nos alguma esperança de termos uma Lagertha renascida e pronta para brilhar no final de temporada e na temporada final. Aos poucos, começamos a ver uma Lagertha mais viva e espero poder voltar a ver a guerreira e líder de outros tempos
Também não é difícil adivinhar ao que me refiro com narrativas arrastadas há demasiado tempo – estou precisamente a falar da “travessia do deserto” de Floki nesta jornada interminável e isenta de propósito ou interesse. Anseio pela conclusão desta missão já na próxima semana. Acho que os argumentistas da série não planeiam arrastar isto para a temporada final. Já é sofrível que chegue!
O que podemos esperar deste final de temporada? Guerra! Mas quem está de que lado? Confesso que tenho alguma dificuldade em responder a esta questão. Nesta série, e sobretudo nos tempos mais recentes, há uma facilidade enorme e pouco realista de se trocar de lados. Por outro, as ligações fraternais e as decisões passadas pouco significam para as motivações presentes. Parece claro que se Hvitserk e os reforços que recolheu, Bjorn e Harald e o seu exército, estiverem todos do mesmo lado da balança (até com possibilidade de Ubbe e Lagertha ainda virem somar números a este lado) partem claramente em vantagem sobre o “deus” Ivar, que nesta segunda metade da temporada só perdeu poder, e de deus teve muito pouco. Quer-me também parecer que não faltarão traições e mudanças de lado em plena batalha, o que irá com certeza condicionar o resultado final.
Veremos o que a série tem reservado para nós como ponto final daquela que tem sido, infelizmente, a temporada mais fraca de todas elas, na minha opinião.
André Borrego